É que eu queria você aqui.
É que eu queria te contar umas coisas,
te dizer que estou feliz, comemorar com você.
Te mostrar a lua, o frio.
Te dizer as minhas angústias deitada no sofá da sua sala no fim do dia.
Contar como foi o meu dia.
Saber como foi o seu. Descansar mansinha no seu colo, falar
baixinho de tudo. Lembrar de repente da vontade que me deu o dia todo de te beijar e interromper uma frase sua.
Tio Guigo (vulgo Mel) também foi ou pelo menos estava de corpo presente, pois sua alma adicta, sabe-se lá por onde anda!
Ele parece um planta! A gente fala, fala e ele não entende nada. Mantém apenas os reflexos primordiais, como observar longa e atentamente meu parcos seios que quase pulavam do decote farto do meu vestido de bolinhas e observar novas musas para suas sessões de punheta infindáveis.
Sábado foi a comemoração do aniversário do Paulo, aquele preto safado que todo mundo ama. Foi no Severina, em Laranjeiras. Muito bom rever Carol e Robertinha Araújo. O onipresente Jmarcelo estava lá e também César & Maria Cristina.
Peguei o sonzinho da minha irmã emprestado. Já não agüentava mais não ouvir meus CDs. Cássia Eller, o piratão da novela das sete e o do Edson Cordeiro com músicas dance que eu comprei na Americanas por R$9,90 já rodaram no último volume.
Sexta-feira fui com Aline e Yara assistir O Grande Circo Místico. Sempre que vou a um balé fico impressionada como os bailarinos fazem aqueles passos dificílimos parecem simples.
Beatriz é que música do meu casamento. Isto é, se eu casar. É a música que sempre embalou meus sonhos românticos, aquela que espero ouvir um dia da boca do meu amado (Ai de mim que sou romântica...).
E Ciranda da Bailarina lembra minha infância, quando eu reclamava de algum defeito meu, por exemplo, e minha tia dizia: “Ah, mas isso todo mundo tem, só a bailarina que não tem”. Não preciso nem dizer que eu queria ser bailarina quando era pequena...
Porque é ano de eleições pra presidente. Essa alegria desmedida desvirtua, tira o foco (que já não é tão bom assim...) da política.
Porque ia esculhambar com a programação das emissoras de TV. Ia ser engraçado ver a cara de babaca daqueles comentaristas esportivos de última hora que são alçados ao posto de expert em futebol nas mesas redondas que pulularam na tarde de hoje.
Porque simplesmente a seleção não merecia. Um time sem empatia, sem garra, burocrático, que teve foi muita sorte!
Porque se a disputa da Copa do Mundo é uma coisa séria e realmente decidida em campo, sem qualquer influência política ou econômica, eu sou uma empada!
Porque eu queria ter ido a Parada Gay e, como o Brasil ganhou, aquilo virou também uma comemoração da Copa.
Porque eu queria ter ido ao cinema e não fui com receio dos bêbados espalhados pela cidade.
Porque os alemães são muuuuuuuuuuito mais bonitos.
Daniella é uma figura e sempre um papo divertido (menos quando a gente briga e como a gente briga!). Se ela tivesse um blog, seria o mais divertido de todos!
Ela adora fazer compras (mesmo que não seja pra ela) e já se prontificou a me ajudar a comprar as coisas da casa nova. Disse toda empolgada:
Um dos filhos da puta dos gatos daqui em casa mijou na cortina do meu quarto. Óóóóóódio! Odeio gatos e odeio mais ainda gatos porcos, mas odeio ainda mais as pessoas que deixam gatos entrarem em casa, como meu pai.
Agora, vou ter que dormir na fendentina. Sim, porque não serei euzinha que subirei na escada pra tirar a cortina do lugar e lava-la. Já falei pra minha mãe pedir pro meu tirar a cortina amanhã. Se ele é benevolente com os gatos, vai ter um trabalhinho extra por causa deles.
Senhor, dê-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar as coisas que não posso aceitar e a sabedoria para esconder os corpos daquelas pessoas que eu tive que matar por estarem me enchendo o saco.
Também, me ajude a ser cuidadoso com os calos em que piso hoje, pois eles podem estar conectados aos sacos que terei que puxar amanhã.
Ela me manda fazer um recibo. E como é um recibo? “Eu, fulano de tal, recebi e blablabla”, não é? Ela diz que n ão e me dá um modelo. O modelo traz as mesmas informações do recibo que eu tinha feito, só que formatadas de outro jeito.
Faço o recibo de acordo com o modelo.
– Ah, mas coloca assim, ó..., e me mostra outro “modelo”, agora com uma tabela.
Faço a terceira versão do recibo (gente, era só um recibo!!! Pra que tanta celeuma????). Ela pede que eu coloque mais linhas na tabela.
Entre uma versão e outra do recibo, ela pede três ligações, da quais cancela duas. Pergunta três vezes pela secretária. Nas três vezes, respondo que ela foi fazer curativo no braço (a infeliz se queimou). Ela faz uma cara de “Curativo? Pra quê?”, mas prefere se calar. Ainda bem. Teria sido demais pra mim.
Hoje o expediente começava ao meio-dia. Minha chefe chegou 11h30 e reclamou porque não tinha ninguém na sala. Disse que nessas ocasiões a gente tem que “montar um esquema”. Um esquema pra que, cara pálida??? Pra ver qual escravinha chega mais cedo pra te pajear???
Acho que ainda não caiu a ficha na galera do comércio... Eles não perceberam que vivemos a era do consumo; que o consumidor é rei; que se aqui eu não sou atendida como quero, ali na frente encontro outro lojista que respeita...
Todo mundo reclama de camelô, mas chega com uma nota grande pra comprar um troço de R$1,00 pra ver se em um minuto eles não arrumar trocado com o cara da barraca ao lado...
Olha, depois neguinho diz que eu sou intransigente, impaciente e coisa tal. Mas não dá, gente, não dá pra aturar o comércio!
Adoro pão árabe, daqueles bem fininhos, vendidos em casa de produtos naturais, e costumo (costumava?) compra-lo em uma loja no Méier. Há coisa um ou dois meses, já tinha ficado puta com o cara desta loja porque tentei comprar damasco e tal pão e ele n ão tinha troco pra R$50,00. Apesar de reconhecer que o troco era grande (a minha conta dava R$3,50) fiquei irritada porque o cara nem se mexeu atrás do balcão pra me arrumar troco. Ele simplesmente não fez a venda.
Ontem, refeita da raiva pelo dileto comerciante e com o coração cheio de amor e ternura, fui novamente à loja tentar comprar o cobiçado pão e qual foi minha surpresa ao ser informada pelo maldito homem de que ele não tinha troco. Só que desta vez, eu estava com R$2,00 para pagar R$1,50! Ou seja, o cara não tinha cinqüenta centavos no caixa!!!
Não ter R$0,50 é sacanagem!!! Então, pra que ficar com a loja aberta, porra??? Fechou o caixa e mandou o dinheiro do dia pro banco, fecha a merda da loja, caralho!!! O que me irrita ainda mais é que o cara vende coisas baratas, como ervas, que as pessoas levam pouca quantidade e consequentemente fazem contas de pequenos valores... Como é que a anta não deixa troco no caixa?????
Além disso, não tem troco e nem vai ter, porque ele não sai de trás do balcão pra tentar trocar dinheiro na loja ao lado, não, em uma atitude de total desrespeito ao consumidor.
Se não tivesse uma senhora também querendo fazer compras e sendo impedida porque o imbecil não tinha trocado, eu ia achar que era pessoal!
A minha vontade era esculhambar aquele comerciantezinho de merda, mas só virei as costas e saí, como da vez anterior.
Minha chefe comete o deslize de dizer que ganhou uma sacola de cajás. Eu e Dita dizemos em uníssono que adoramos a fruta. Claro que ela teve que oferecer umas pra gente e óbvio que a gente aceitou.
Quando ela foi embora, eu e Dita nos atracamos com os cajás. Cada uma comeu dois, ali na sala mesmo, sem nem ir pra copa. E eu só fiquei imaginando que se entrasse alguém, ia ficar espantado vendo duas mulheres comendo cajás como crianças, segurando a fruta com as mãos, descascando-a com os dentes e chupando com vontade!
Não ter pra quem dar num sábado à noite é um problema. Você acaba se arriscando a assistir programas de gosto duvidosos e tem pesadelos horrorosos durante a noite.
Ontem eu estava sem sono e vi um obscuro programa (em uma igualmente obscura emissora de TV) sobre sadomasoquismo. O programa tinha ares de coisa séria, mas não pôde passar sem uma apelação. Ao invés de só tratar do assunto, entrevistar praticantes, conversar com psicólogos, mostrar as fantasias e adereços dos adeptos, eles tinham que mostrar um sessão de tortura.
Realiza a cena: um homem vestido de couro (ou melhor, napa vagabunda, pra sermos mais exatos), chicoteava as costas de um infeliz igualmente fantasiado de sofá de curvim das Casas Bahia. Não satisfeito, ele jogava pingos vela em cima dos lanhos causados pelo chicote. Depois, fez o cara colocar a língua pra fora e brindou-o com uma gota de cera quente!!! E o sádico falava com voz doce e calma, como se fosse a coisa mais inocente do mundo você queimar outra pessoa e chicotea-la depois!!! O pior é que o cara que recebe os maltratos geme, se contorce e fica todo marcado!!!
Pode me dizer o que quiser, mas ninguém me convence que isso é normal e sadio. Acho e sempre acharei que é loucura.
Gente, um tapinha, uma mordidinha mais forte, uma algema, um puxão de cabelo, um safanão, ainda vá lá (e olha que já liberei coisa pra cacete!), são coisas que eu aprovo, com certa parcimônia. Essas coisas não doem, só dão barato. É diferente. Agora, você ver o outro gemendo e chorando e achar isso legal??? Eu questiono a sanidade destas pessoas.
Não preciso de nenhuma das duas, mas eu quero fazê-las. Minha pele não tem uma espinha há meses e meus dentes... Bem, eu vou ao dentista umas duas vezes ao ano só de zoação e acabo convencendo ele a fazer uma limpeza. Um dia ainda consigo que ele me faça um clareamento, meu maior sonho de consumo.
Precisa-se de pouco tempo pra melhorar o que já é bom
Acordei às 10h, fiz as unhas (pintei de vermelho-sangue!) e as sobrancelhas, esfoliei a virilha e as pernas, passei Satinelli e dei massagem no cabelo. Às 13h, já estava lindona e olha que ainda parei pra ler o jornal entre um retoque e outro no visual.
Fui às Lojas Americanas comprar caderno, borracha e fio dental e sai de lá com dois hidratantes, um xampu tonalizante, um xampu e um condicionador para cabelos tingidos e um sabonete esfoliante de laranja.
Posso não ter comprado o que precisava naquele momento, mas antes que me chamem de consumidora compulsiva, explico que tudo que comprei são produtos que uso no dia-a-dia e que estavam em promoção.
Fora o sabonete, que foi um engodo, eu fiz boas e úteis compras.
Acho que Andrucha não decidiu se fazia um documentário sobre Luiz Gonzaga, sobre as festas juninas do Nordeste ou se cobria a turnê de 2001 de Gilberto Gil. Aí, resolveu juntar tudo num mesmo filme. Deu em Viva São João. O filme é um grande video clipe entremeado de entrevistas vazias. Não é ruim, mas está longe de ser um bom filme. Diverte quem gosta de forró e do Gil. E só.
Como eu gosto de Gil e de forró, saí do cinema feliz. Tivesse um aparelho de som em casa, escutaria meu Cd do Eu, tu, eles (este sim um filmaço) e do Alceu Valença!
E as comidas “juninas”? Hummmmm.... Diliça! Me atracaria com um bolo de fubá sem a menor crise de consciência.
Apesar de fino, gentil e educado, Raul é homem e, como tal, é palhaço. Saiu com a menina por quem está apaixonado três finais de semana seguidos e só a beijou no quarto encontro. Aliás, ELA o beijou!
Além disso, resolveu fingir-se de desinteressado e dispensá-la algumas vezes.
Ah, e ainda pagou no cartão, seguindo a regra número um do homem verdadeiramente gentil e educado: não mexer em dinheiro na frente de mulheres para não parecer ostentação e nem ela saber o prejuízo que está te dando.
Raul, o último cavalheiro No começo, eu estranhei. Achava esquisito quando ele acelerava o passo e abria a porta do restaurante pra mim. Depois reparei que quando a gente vai comer “aquilo” ele pega o prato da pilha e entrega na mão das mulheres que estão com ele. Mas a ficha só caiu mesmo quando a gente foi ao japonês: ele me perguntou o prato que escolhi e fez o pedido ao garçom. Aí, sim, tudo fez sentido: ele é um cavalheiro! Eu estava diante de um gentleman e, como nunca estive tão próxima de um, não o reconheci de pronto.
Nesta sexta-feira, Raul se superou. Marquei com eles no restaurante e cheguei um pouquinho atrasada. Ele tratou de pegar meu pedido. Eu, que ainda fico maravilhada com este comportamento e sou muito cara de pau, inadvertidamente, falei:
Japonês mais uma vez Sexta-feira é dia de almoço de confraternização (leia-se: dia de enfiar o pé na jaca e comer pra caralho!!!) e sempre acabo indo comer no japonês ou no Kilograma com Fernanda, Jackie e Raul. Almoçar com eles é sempre divertido.
Esta sexta-feira fomos ao japonês, mais uma vez. Nem sou muito fã da comida “dessa gente”, mas por conta da companhia, acabo indo. Vou no de sempre: de entrada, sopa com pedacinhos de borracha sem sal (tofu) e como prato principal, aquele arroz grudento com peixe, cuja porção diminui a cada dia.
O legal de lá é que é um restaurante de verdade: você senta, pede a comida, espera por ela, ter garçom e tudo. Bem diferente dos restaurantes de comida a kilo, a comida caseira fast food , que a gente vai todo dia.
Depois de emendar os dois únicos feriados “emendáveis” do ano, minha chefe queria dormir até mais tarde amanhã. Como ela não faria isso assim na cara de pau, resolveu liberar a equipe pra chegar as 10h30 por causa do jogo do Brasil (que é às 3h30!) (?).
O mundo dos blogs é cheio de gente escrota, medíocre, invejosa e incompetente, mas também tem umas pessoas muito agradáveis e sensíveis, pelas quais vale a pena continuar escrevendo e fazendo amizades via Internet. Hoje mesmo recebi um email de uma leitora que se enquadra no segundo tipo.
Dani me escreveu pra contar sua experiência de morar sozinha. Fiquei extremamente emocionada com seu gesto. Ela não precisava fazer isso, afinal não em conhece pessoalmente, nunca olhou nos meus olhos, ouviu minha voz ou me deu abraço, mas, através do meu texto criou um laço de amizade e carinho que a fez gastar minutos preciosos de seu tempo redigindo um texto de apoio a mim.
Achei isso sensacional e prova que, ao contrario do que muita gente pensa e diz, a internet serve, sim, pra aproximar pessoas.
Tostines: As pessoas não têm olfato porque têm cecê ou têm cecê porque não têm olfato?
Cecê e olfato só poder uma relação inversa de proporcionalidade: aumenta o cecê a medida que diminui o olfato e vice-versa. Caso contrário, não há como explicar as pessoas que fedem e não se importam com isso.
Hoje de manhã, no ônibus tinha um exemplo desta teoria. Parecia que o cara levava um bicho morto embaixo do braço, mas ele mesmo não estava nem aí. Como pode uma pessoa ter a maior catinga, nhaca, zirimba, futum e não se importar com isso? Só pode ser porque não sente o cheiro!!! Não posso crer que alguém sai de casa de manhã para ir ao trabalho consciente de que fede e nem se importa com isso!!!
O mais desagradável é o cara levantar a suvaqueira fedida na sua cara! Isso, às 7h da manhã, é de embrulhar o estômago.
A mãe tem câncer ginecológico fora de possibilidades terapêuticas (leia-se: estado terminal) e não pode ir pra casa morrer em paz porque o filho a estupra.
O som está no conserto desde sábado e pra me sacanear a porta do Cd-rom do meu computador não quer abrir. Conclusão: estou desde sábado sem ouvir um acorde, uma nota dos meus CDs preferidos.
É parece que não vai ser nada fácil a operação “Ana Paula vai morar perto do trabalho”. Nem Lélio, que eu pensei que me apoiaria, está do meu lado.
Não quero forçar a barra e sair brigada porque, sendo esta a primeira vez que vou morar sozinha, vou precisar da ajuda dele e da Yara, nem que seja pra esperar um móvel que vai chegar!
Minha estratégia será convencê-lo a me ajudar. Tentarei coopta-lo. Se não der certo, sinto muito, mas vou partir pra grosseria.
Escorpião é o oitavo signo. Os escorpianos recolhem-se no seu interior e só se mostram quando vão agir, especialmente se for para atacar. Ofendem-se por questões irrisórias e se são traídos revelam-se rancorosos, vingativos e cruéis. Contudo, quando magoam alguém, reconhecem o seu erro e desculpam-se. Falam abertamente o que pensam e sentem, pois acreditam na confiança total. Gostam de pessoas inteligentes que estimulem a sua mente. São extremamente exigentes com o que os rodeia e têm humor instável. São eróticos e apaixonados. O sexo é parte essencial de suas vidas. Principais características: orgulhoso, confidente, crítico, curioso.
Hoje no almoço fiquei sabendo que a Telemar não está demorando tanto tempo quanto eu imaginava pra instalar um telefone. Oba! Meus planos de morar sozinha estão ficando cada vez mais viáveis.
Não sei quem foi o infeliz que plantou uma tal de dama da noite no jardim do meu quintal. Putaquiupariu! Esta merda desta planta fede horrores e me sufoca! Parece que o cheiro vai lá na garganta e faz cócegas na minha campainha só pra me irritar.
O mais engraçado é que todo mundo reclama do cheiro da flor, mas ninguém assume que a plantou, muito menos se manifesta pra arrancá-la. Esta noite cheguei a planejar o “planticídio” e me vi quebrando galho por galho esta maldita árvore. É um trabalho sujo, mas alguém tem que fazê-lo e sei que vai acabar sobrando mesmo pra mim.
Hoje viajei em um 627 – Seans Peña-Inhaúma que o embarque é na frente e a saída, atrás, como nos ônibus de São Paulo.
Achei muito esquisito. Você entra e dá de cara com o coletivo inteiro te observando. Aí, você vai caminhando para a parte traseira do ônibus e o motorista dá aquela arrancada que te desestabiliza muito mais porque você está andando em direção contrária a do ônibus e ainda tem que virar a cangalha pra se sentar.
Fora isso, tem o desembarque. Como é sabido, nossos motoristas são bem treinados e educados, mas nem sempre eles esperam pacientemente o passageiro descer. Muitas vezes, eles arrancam com o carro antes de você chegar à calçada. Isso porque você está ali, na frente deles, imagina quando você tiver que descer pela porta de trás???
Uma coisa é certa: melhorou a vida do trocador. Ele agora não atura mais os solavancos da parte traseira e não fica isolado do motorista. Uma pena. Por mim, trocador viajava em cima do motor!
Ontem, vasculhando meus arquivos, encontrei um .doc com as letras de música acima. Devo tê-las copiado para me autopenitenciar ou qualquer coisa que o valha.
E acredite: tenho todas elas gravadas em K7 na voz de Bethânia.
Só falta uma etiqueta de advertência: ao escutar o conteúdo desta fita, manter-se longe de objetos perfurocortantes.
Flor de ir embora
É uma flor que se alimenta
Do que a gente chora
Rompe a terra decidida
Flor do meu desejo
De correr o mundo a fora
Flor de sentimento
Amadurecendo aos poucos
Minha partida
Quando flor abrir inteira
Muda minha vida
Esperei o tempo certo
E lá vou eu, lá vou eu
Flor de ir embora
Eu vou
E agora esse mundo
É meu
Eu queria tanto lhe dizer
Da minha solidão,
Da minha solidez,
Do tempo que esperei
Por minha vez
Da nuvem que passou
E não choveu
Minhas mãos estão no ar
Como um aeroporto
Prá você aterrissar
Também sou porto,
Se quiseres ancorar
Sou mar, sou terra e sou ar
Eu tenho a mão
E você tem a luva
Eu sou montanha
E você é chuva
Que escorre
E some no final da curva
Que beija o rio
Prá abraçar o mar
É por isso que a montanha
Tem ciúme
Quando o vento
Leva a chuva
Prá dançar
Muitas vezes
Tudo acaba em tempestade
Raios gritam sobre a tarde
Tardes dormem ao luar
Anoitece a minha espera
Amanheço a te esperar
Você habita o próprio centro
De um coração que já foi meu
Por dentro torço
Prá que dentro em pouco
Lá, só more eu
Livre de todos os negócios
E vícios que advém de amar
Lá seja o centro
De alguns ócios
Que escolherei para cultivar
E prá que os sócios vis do amor:
Rancor, dor, ódio, solidão
Não mais consuma o meu vigor
Amado e amor
Banir-se-ão
Do centro rumo ao logrador
Subúrbio desse coração
Não tire da minha mão esse copo
Não pense em mim
Quando eu calo de dor
Olha meus olhos repletos
De ânsia e de amor
Não se perturbe,
Nem fique a vontade
Tira do corpo essa roupa
E maldade
Venha de manso ouvir
O que eu tenho a contar
Não é muito nem pouco,
Eu diria
Não é prá rir,
Mas nem sério seria
É só uma gota de sangue
Em forma verbal
Deixa eu sentir muito além
Do ciúme
Deixa eu beber do teu perfume
Embriagar a razão
Por que não volto atrás
Quero você
Mais e mais
Que um dia
Não tire da minha boca
Esse beijo
Nunca confunda
Carinho e desejo
Beba comigo
A gota de sangue
Final
Esse sol,
Por que tinha de tanto brilhar?
Anunciar no meu peito a manhã
Prá depois sumir
E deixar
Tão mais negro meu céu, minha noite
Por que foi minha boca beber,
Se embriagar da tua boca
Prá sobrar tão mais amargo
Gosto de vazio, de solidão?
Meu coração prefere acreditar
Nestas promessas
Mesmo essas,
Que só fazem abrir minha janela
Prá nenhuma,
Prá nenhuma,
Prá nenhuma paisagem
Ah, por que me invadir
Como doce canção
Prá depois me ferir, me queimar
Com ardor de toda paixão?
Eu, assim, te acolhi
Sem nenhuma defesa
Como nova estação quando chega
Um belo dia uma certeza
Um vinho dado a minha mesa
Uma palavra, um abraço de irmão
Meu coração prefere acreditar nestas promessas
Mesmo essas que só fazem
Deixar na minha pele calor, luz, alegria
Prá nenhum verão.
Eu já esqueci você
Tento crer...
Seu nome, sua cara, seu jeito
Seu odor
Sua casa, sua cama,
Sua carne, seu suor...
Eu pertenço a raça
Da pedra dura
Quando, enfim,
Juro que esqueci
Quem se lembra de você
Em mim, em mim,
Não sou eu
E sofro
E sei
Não sou eu
E finjo que não sei
Não sou eu
Sonho bocas que murmuram
Tranço em pernas que procuram,
Enfim
Não sou eu
E sofro
E sei
Quem se lembra de você em mim
Eu sei, eu sei
Bate é na memória da minha pele,
No sangue que bombeia
Na minha veia
Bate é no champanhe que borbulhava
Na sua taça
E que borbulha agora
Na minha cabeça
Eu já esqueci você
Tento crer
Nestes lábios que meus lábios
Sugam de prazer
Sugo sempre, busco sempre
A sonhar em vão
Cor vermelha
Sua boca
Coração
Dei uma olhada no jornal e vi uns conjugados e uns apartamentos de um quarto. Além de sair mais caro, não sei se agüento a barra de ficar sozinha em um “apertamento” (fui criada em casa e detesto apartamento), sem móveis, sem televisão nem telefone.
Parece cruel, mas tenho a impressão que sobrevivo sem a falação da Yara e mudez do Lélio, mas não vivo sem o telefone. Como poderei usar a internet? E atualizar o blog? Ler meus emails? Falar meus amigos? As minhas noites, depois do trabalho, seriam um tédio sem telefone. Se ainda tivesse uma companhia, mas sem ninguém vai ser mais difícil.
Acho que o santo da Yara é mais forte que o meu: parece que não vou conseguir me mudar mesmo.
Clarice me ligou semana passada pra dizer que tinha uma vaga no seu apê. Liguei ontem e ela não sabe mais se quer dividir com mais alguém ou se fica sozinha com o namorado lá.
Tenho a impressão que nunca mais vou parar de tossir. Na sexta e no sábado, eu tossi até vomitar. Nem fui ao curso de espanhol pra ir ao médico que passou um outro xarope e um descongestionante. Vamos ver no que dá.
Eu e ela lembramos logo do Omar. Omar foi meu namoradinho (forçado) de infância. Tínhamos uns seis ou sete anos e ele dizia que era meu namorado. Eu, uma menina “meiga e nada geniosa”, berrava:
– NÃO ÉÉÉÉÉÉÉÉ!!!
Estudávamos juntos de segunda à sexta e sábado ele ainda arrumava um jeito de ir na minha casa. Eu fugia dele como o diabo da cruz e não era por vergonha de ter um namoradinho, não, era porque eu não gostava dele mesmo. E demonstrava isso em atos e sem meias palavras.
Ele fazia de tudo pra me agradar, mas sempre dava furo. Teve um dia que me trouxe um cachorro. Eu odeio cachorros! Tenho pavor deles e desprezo todos! Pobre, Omar... Pensou que fosse me agradar... Qualquer menina educada e normal teria achado um presente lindo. Eu não. Mandei ele levar de volta.
De outra vez, me deu um cordão de miçangas. Lembro da cena: colocou-o no meu pescoço na escada da escola e eu simplesmente arrebentei o cordão. O coitado falou que era da mãe dele e que ele tinha roubado o mimo pra me dar de presente.
Ele contava com o apoio de toda a minha família e das professoras. Nas festas da escola, nas quais eu sempre dançava (toda faceira, diga-se de passagem), as tias o colocavam como meu par. Teve uma vez que nós dançamos uma música do Elvis e, por ele dançar bem, as professoras o colocaram para imitar o cantor. Acho que só nesta festa consegui me livrar dele e dancei com o menino que gostava, mas não é que o machinho foi tirar satisfação com o meu par??? Queria bater no garoto, pode?
Mesmo depois da gente não estudar mais junto, ele passava a pé pela minha rua e inventava que estava com sede só pra ter motivo de entrar lá em casa.
E meus pais com esta mania de não bater nos filhos... Deviam ter me dado uma porrada pra eu aprender a me comportar como gente e ser educada com os outros!
Acho que hoje pago por tudo que fiz com o Omar e cada homem que entra no meu caminho, é para vingá-lo, pois agora a sacaneada sempre sou eu.
Essa é pra quem já tem pretê, mas o bruto anda oferecendo resistência.
Novena de Santo Antônio Escreva o nome do rapaz em um papel e coloque-o em baixo do pires no qual você vai acender uma vela para Santo Antônio e rezar um Credo, um Pai Nosso e uma Ave Maria.
Amarre uma fita marrom na vela e a cada dia, depois de rezar, dê um nó, dizendo: assim como eu estou amarrando este nó, estou amarrando fulano a mim.
Depois de rezar, apague a vela e guarde-a. No nono dia, deixe a vela queimar por inteiro. Durante os dias da novena, você deve andar com um papel escrito o nome dele e o seu por cima, a lápis, dentro do seu sapato esquerdo.
Utilidade pública Se você ainda não achou sua cara-metade, reze com fervor:
“Santo Antônio, santo casamenteiro, protetor dos namorados, faça chegar a mim aquele que anda sozinho e que só em minha companhia será feliz. Em troca eu prometo acender uma vela todos os anos, até o último ano da minha vida”.
Dizem que oração tem validade em qualquer época do ano. Mas quando rezada no dia 13 de junho, sua força se intensifica.
Reza a lenda, que este texto é do Drummond. Não sei. Só que que estava lá no Suruba e eu roubei.
"Quem não tem namorado, é um alguém que tirou férias não remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas.
Difícil, porque namorado de verdade é muito raro.
Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabiru, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão, é fácil. Mas namorado mesmo, é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele em que se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda, decidida ou bandoleira, basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor é quem não sabe o gosto de namorar.
Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento e dois amantes, mesmo assim pode não ter nenhum namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Quem não tem namorado, quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que se passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente; de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, da ânsia enorme de viajar para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não sabe o gosto de dormir agarrado, fazer cesta abraçado, fazer compra junto.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e do amado e sai com ele para fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato do seu bem ser paquerado.
Não tem namorado quem ama sem gostar, quem gosta sem curtir, quem curte sem aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar em paz e sozinho.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilos e medos, ponha a saia mais leve, aquela chita e passeie de mãos dadas com o ar.
Enfeite-se com margaridas e ternura e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada o coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passa debaixo da sua janela. Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada.
Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
Se você não tem namorado é porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida parar e de repente parecer que faz sentido...
Que merda de hospital foi aquele pra onde levaram o Lobato ontem??? Por duas vezes, a enfermeira se referiu a ele como “aquele drogado”. Quequiéisso?!?!?!? Um profissional de saúde que se preza não usa este termo para designar um dependente químico.
Ainda bem que logo depois veio o depoimento da Nana que começou meio torto, mas terminou pedindo respeito da polícia e da Justiça aos dependentes e seus familiares.
Ontem fui deitar à meia-noite e vi passar uma, duas, três e quatro da manhã em um incessante crise de tosse.
Cochilei das 5h às 5h50, hora que o despertador toca, chova ou faça sol.
Ah, claro que pra coroar a noite mal dormida, os ônibus, tanto da ida quanto da volta estavam especialmente cheios e de manhã dois 434 não pararam pra mim.
Não sou fã de bichos meigos (nem de verdade, nem de pelúcia; só gosto dos empalhados).
Se é pra dar animal de pelúcia, prefiro os mais exóticos, como zebra (tenho uma que atende pelo nome de Luma, tem até coleira e mora em cima do meu monitor), capivara, macaco, girafa, elefante, pinguim, vaca.
Amanhã é dia dos namorados. Se alguém quiser me fazer felizinha, pode optar por me dar um dos presentes abaixo:
- trilha sonora de Um casamento à indiana
- o livro O diário de Frida Kahlo
- o livro Eu te amo e outras estréias, da Elisa Lucinda
- um livro de poesias do Pablo Neruda em espanhol
- o DVD da Marisa Monte
- o DVD de Os Normais
- um sari
- bombons (Lindt, Kopenhagen ou Garoto mesmo)
- flores (quem mandar cravos cor-de-abóbora casa comigo)
- um cartão escrito com carinho e sinceridade
Há pouco tempo, Roberta publicou um edital pra namorado. Eu (como sou mais facinha mesmo) prefiro entregar logo o Mapa da Mina.
Na porta do hall que dá nos interiores do meu coração
Tem uma moça com uma lança na mão.
Quem chega não pode entrar assim desastrado
Ter acesso ao palácio
Ao segredo diário
Ao doce difícil apiário de sua função
Pode não
Na frente tem um jardim
Depois é a sala de estar
Que é também a de espera.
Lá tem um bar pra quem quiser beber
Tem até um “sumiê”
Que é de derreter a gente.
Ardente, lá tem instalado
Um ar-condicionado a arejar
Que é pra disfarçar a quentura que vem de dentro.
Na divisa do corredor
Em cima do gongá
Tem um andor
Com uma guerreira treinada pra fazer alguns testes
Que é pra ver quem merece entrar
Conhecer, se esparramar.
Tem teste de olhar
Tem prova de fogo
Tem prova real
Tem a qualidade do jogo
Tem argüição geral
Tem fino escambau
A moça não deixa entrar
Só passa quem exuberar fatal
Ou quem conseguir ousar dela escapar.
Aquele que entrar há de tratar
De não desarrumar a mesa posta
A comida bem-feita
A flor no jarro.
Tudo é muito delicado
Por isso caro
Tudo é pouco e virtuoso
Por isso cristal
Tudo é garimpado e perseverante
Por isso diamante
Por isso avante mas não repuxe o tapete
Nem jogue cinzas no canto.
O bem-vindo há que chegar e incensar.
Se sair, que ao sair deixe tudo no lugar.
Se ficar, há que construir mais uma sala,
Em vez de falas,
Nem que seja um puxada lá atrás.
Mas faça carinho nos móveis:
Lá tudo é vida
Ali tudo respira sangue e sentimento.
Por isso a guerreira precisa barrar os nojentos
Os vampiros peçonhentos
Disfarçados de príncipes.
Ó, é muito simples, como entrar em uma floresta.
Isso é aviso, é instrução
Isso é precaução de coração vivido
Onde tantas vezes o penetra deixou a porta aberta
E destruição no rastro do tesão.
Hoje, fruta esperta, protejo o quintal.
E se faço esse escarcéu, na portaria
Não é nem por ser convencida, mulher superior
Rainha metida à beça ou raivosa cadela,
É que sou muito amiga dela.
Como não poderia ser diferente, Roberta provou mais uma das bebidas bizarras que o Lélio teima em comprar: refresco em pó Axé de maracujá! Booooooom...
Ela já experimentou o Mineirinho Deit, ma ainda não deu sorte de provar um refrigerante de abacaxi Convenção. Diliça! E ainda vem em embalagem de dois litros!
A minha academia tem um certo problema de espaço para a execução de exercícios de quatro apoios. Se você não quiser fazer a alegria da galera que está nos aparelhos, o ideal é virar a bunda pra parede. Não é a melhor posição pra acompanhar o exercício pelo espelho, mas vá lá, que eu não ganho pra ser animadora de treino de ninguém...
Só que hoje não sobrou nem esta posição livre de platéia.
Como quase todos os dias, trocaram umas coisas de lugar. As caneleiras, halteres, colmeia pra colocar celular, chaves e carteira e os colchonetes são nômades.
Desde a semana passada os colchonetes acharam pouso na tal parede pra onde a mulherada preocupada em malhar bunda e não dar show virava.
Hoje, o professor de terça e quinta que vai malhar às segundas, quartas e sextas, estava sentado na pilha de colchonetes, repousando de uma das inúmeras séries de braço que ele faz por noite. Pedi licença pra pegar um pra mim e ele se levantou.
Botei minhas caneleiras e fiz as extensões de coxa com perna flexionada, que em um futuro próximo e com fé em Deus hão de deixar meus glúteos mais definidos (qua, qua, qua).
Sai dali, fiz supino e rosca bíceps e voltei para a abdução de coxa. O bruto estava no mesmo lugar: empoleirado no monte de colchonetes. Cheguei devagar pra dar tempo dele se mancar, mas nada. Coloquei novamente as caneleiras de forma tão lenta quanto nunca o fiz. Abaixei um joelho, fingi uma dorzinha, voltei a posição inicial tudo pra dar tempo da ficha cair e ele perceber que seria de bom tom levantar. Qual o que...
No meio da segunda série do exercício, ele se levantou. Pensei: Que bom, vou poder levantar a perna com gosto! Ledo engano. O professor se levantou e em seu lugar sentou seu colequinha de ferro.
Eu sei que ele nem olharam pra minha bunda, mas só de saber poderiam ter uma visão panorâmica dela, já foi constrangedor.
Acho que na quarta terei que caprichar nesta série pra compensar o pouco esmero desta vez.
O almoço foi a melhor parte do dia. Adorei ter ido ao japonês com Fernanda, Raul e Jackie. Mesmo tendo que comer rápido por causa de uma maldita reunião que não houve, gostei de ver a empolgação de Raulzito. É lindo ver um amigo seu apaixonadinho! :-)
Se não fosse ter ido ao cinema hoje, este teria sido o final de semana mais chato do mundo! Ainda bem que venci a inércia e fui assistir Um casamento à indiana.
Sai feliz do filme. Queria dançar, queria vestir um sari, andar descalça, usar várias jóias, ter um pircieng no nariz, tatuagem de henna nas mãos, olhos grandes e amendoados, pele parda... Mas tive que me contentar com os cabelos negros, única semelhança desta quase galega com o povo indiano.
Tenho visto umas reportagens sobre a nova obrigatoriedade das escolas aceitarem alunos especiais, com dificuldade de locomoção, fala, audição ou visão.
Não sabia que as escolas podiam rejeitar um aluno deficiente porque onde fiz meu ginásio tinha dois alunos especiais, um com dificuldade para andar e outro com má formação das mãos e rosto.
Na reportagem que vi no JN outro dia, a matrícula de um menino havia sido negada justamente porque ele tinha dificuldade de locomoção e a escola alegava ter escadas demais e ninguém disponível para ajudá-lo a subir e descer delas.
Pura má-vontade, como disse o próprio menino, se a escola souber como inserir o deficiente no cotidiano dos outros alunos, eles passam a ajudar o colega especial e a deficiência deixa de ser empecilho para o bom relacionamento e convívio. Era assim na minha escola. Quando o colega deficiente demorava muito a descer, os outros pegavam ele no colo e faziam a maior farra. O moleque adorava!
Teve uma vez que tivemos que mudar de sala (uma turma inteira, mais de trinta alunos!) por causa de um operação que ele fez nas pernas: saímos do quarto para o primeiro andar. Na época, não podia avaliar, como posso hoje, o quanto aquela atitude da direção da escola era importante pra ele para nós, o quanto isto representava em termos de formação e o quanto contribuiria para minha aceitação das diferenças.
Fora destas ocasiões especiais, o garoto era tratado como um aluno qualquer: ia pra coordenação, se fizesse merda ( e ele fazia muita!), tirava nota baixa, zoava os outros alunos...
O menino da reportagem tinha o mesmo problema do meu antigo colega e posso garantir que a deficiência dele não o impedirá de fazer amizades e estudar normalmente.
Não fiz mais nada o resto do dia, a não ser ouvir o CD de Desejos de Mulher, ver uma parte de Popstars, outra, da novela, falar no telefone, cochilar e comer. Não necessariamente nesta mesma ordem.
Dali fui ao Norte Shopping trocar umas merdas que comprei na Leader. Quando cheguei o shopping ainda estava vazio, mas demorei tanto a escolher as novas peças que, ao sair, ele estava cheio. Suburbano é uma foda: não tem o que fazer, vai "dar uma volta no shopping".
Adquiri uma blusinha preta básica de um tecido molinho e uma calça jeans. Nada demais e ainda poderia encontra-las mais barato em outras lojas, mas já tinha feito a besteira de gastar dinheiro ali...
Deveria ter trazido a calça menor. Esta está boa, mas quando eu usar, vai alargar. Achei que a menor ficou curta atrás (sabe quando o cós não sobe até onde deveria?), mas acho que foi por causa daquele maldito alarme que estas lojas de departamento colocam nas peças. Detesto comprar roupa em loja de departamento por causa disso. Eles fazem muito volume e deformam a roupa. Dependendo de onde colocam o bagulho, você perde a noção de como a peça realmente fica em você.
Hoje foi o primeiro dia de aula do último período do meu curso de espanhol e palhaça aqui era a única aluna presente. TODOS da minha turma faltaram. Como péssima torcedora e boa aluna, nem passou pela minha cabeça faltar porque tinha jogo.
Cara, era Brasil x CHINA!!! China e não Argentina ou França... Se ainda fosse a final, vá lá, mas ainda era o segundo jogo da Copa.
Não sai ontem porque tinha aula hoje, acordei 7h da manhã, peguei o maldito 254 e chego lá e não tem ninguém! Caralhos me fodam!
Pra piorar a professora me achou com cara médica, mãe-de-santo, conselheira ou sei lá o que, me contou que está com um tumor benigno na tireóide e perguntou o que eu acho que ela deve fazer. Como assim???
Depois de todas as histórias que ela me contou, terminei aconselhando-a a procurar um terapeuta. Era o que eu podia fazer.
De segunda à sexta já escuto histórias altamente bizarras no trabalho e ainda tenho que ouvir isso no sábado. Alow!!!
Pensando bem, até tinha. Ia com uns amigos a Moog, mas preferi ficar em casa para evitar que a tosse piore. Sabe como é, estes lugares são sempre cheios de fumaça e vai que eu tenho uma crise lá? Que mico que não ia ser...
Queria ter ido ao cinema, mas faltou disposição pra ir sozinha e pra catar companhia.
Era uma vez uma bruxa que se chamava Fernanda Helena Caliça, ela era malvada e era presidente dos clássicos. Ela era tão má que, de tanta fome, Branca de Neve ficou pálida, o Pequeno Polegar encolheu de frio, a Galinha Ruiva parou de pôr ovos porque não tinha dinheiro para comprar milho, devido à crise provocada por FHC, Pinóquio não ficou completo, pois a madeira estava cara e o tapete do Aladim parou de voar, pelo preço da gasolina que estava muito cara. Um dia, Chapeuzinho Vermelho começou a lutar e encorajar os amigos personagens a invadirem o palácio do Pé Alto e o lobo, como já estava bravo, agarrou a Bruxa FHC e a devorou.
Mulherzinha meia-bomba Estou uma mulherzinha insatisfeita comigo mesma. Hoje fiz unha e sobrancelha, mas tudo ficou uma merda.
As unhas, parece até que fui que as fiz, de tão mal feitas...
Na Pello Menos a cera estava diferente, mais espessa e pegajosa, e foi mais dolorido fazer a sobrancelha, sem contar que a depiladora deixou-as muito grossas. (Ainda bem que não estava fazendo a virilha. Com a cera assim, teria doído mais.)
Por falar em virilha, também não estou contente com ela. Depilei a minha na semana passada, antes do feriado, e os pêlos já estão despontado. A vaca da depiladora deve ter conseguido quebrar todos os meus pentelhos, em lugar de arrancá-los pela raiz. Semana que vem já estou pentelhuda novamente!
Não estou com paciência de passar Satinelle nas pernas nem de esfoliar a bunda. Acho que não vou nem limpar minhas orelhas. Vai ficar tudo assim, do jeito que tá.
Minha garganta arde. O médico falou que é por causa do Sorine. Merda. Por que receitou, então? Agora vou ter que usar Rinosoro pra combater o efeito do Sorine. Saco.
Lembrei de Marrom (ela tem uma música cujo refrão é “é gente fina/mas vacila pra caramba”, que citei acima) e peguei um CD dela pra escutar (Sim, eu não só gosto de Alcione, como tenho um CD e uma fita K7 dela).
O Cd segue displicentemente, faixa por faixa, até que chega em Pode esperar, que pode ser considerada minha música tema.
Pra vocês, a letra:
Nada como um dia atrás do outro
Tenho essa virtude de esperar
Ah, eu sou maneira
Sou de trato, sou faceira
Mas sou flor que não se cheira
É melhor se prevenir pra não cair
Sou mulher
Que encara um desacato
Se eu não responder no ato
Amanhã pode esperar
Estrutura tem meu coração
Pra suportar essa implosão
Que abalou
Meus alicerces de mulher
Mas a minha construção é forte
Sou madeira, sou de morte
Faça o tempo que fizer
Post de esclarecimento Apesar dos pesares, o ex-quase-futuro PA é gente fina (mas vacila pra caramba!) e já levou o devido troco por cada palhaçada que fez comigo.
Talvez sensibilizado pelos meus posts contanto meus dissabores amorosos no Homem é Tudo Palhaço, o ex-quase-futuro PA manda a seguinte mensagem pelo ICQ:
vc vai encontrar uma pessoa legal!
vc merece
mereço?, devolvi estupefata.
O ex-quase-futuro PA era uma palhaço contumaz, agora é que tomou jeito e não tem aprontado mais pra cima de mim. Sorte dele que Homem é tudo palhaço é recente. Caso contrário, ele seria a atração principal do picadeiro.
E agora vem com essa de que eu mereço. Me faz até pensar que está legislando em causa própria.
Na real, foi horrível. Parecia que nunca mais eu ia parar de tossir e que a minha garganta ia fechar, tamanha era a pressão que sentia nela, fora a falta de ar. Cruzes...
Até que achei o celular! Era Roberta pra dizer que não poderia ir lá em casa, como combinado. Mas quem disse que eu conseguia falar? Minha voz era um sopro e eu mal podia respirar. Quando a voz saiu, veio num quase grito.
Estava uma cena surreal: eu tossia, chorava por um olho só (bem que já me disseram que sou uma personagem de Nelson Rodrigues...), o nariz ameaçava escorrer, o celular berrava...
Claro que o celular também se perdeu no buraco negro que toda bolsa de mulher se transforma na hora da presa. Eu não achava aquele puto nem por um cacete (e olha que estou precisando de um).
Claro que o celular também se perdeu no buraco negro que toda bolsa de mulher se transforma na hora da presa. Eu não achava aquele puto nem por um cacete (e olha que estou precisando de um).
Estava lá, indecisa entre tapar a boca enquanto tossia ou cuspir na nuca do rapaz da minha frente ou no walkman do que estava ao sentado ao meu lado ou ainda na xoxota da mulher que estava em pé, quando toca o celular!
Carai... Por isso que eu odeio celular e meu ainda tem uma campainha estridente!
Da Série "Histórias do coletivo" A crise hoje foi pior, mas pelo menos eu estava sentada, o que garantiu uma privacidade maior para curtir minha faltinha de ar.
O mais bizarro é que eu estava com uma mochila grande e sem divisão, então, tudo estava solto jogado lá dentro e foi difícil encontrar a bala que poderia acalmar minha tosse.
Só pra ilustrar, este “tudo” compreende:
- uma carteira vermelha (mais fácil de encontrar que a preta)
- duas caixas de óculos (uma do escuro, outra do de grau)
- um talão de vale-transporte
- um crachá com cordão (o que é muito legal, pois, quando eu pego o crachá, o cordão sempre acaba puxando outras coisas junto)
- dois pacotinhos de lenços de papel Kiss
- um pente de madeira
- um Six Mini Lips
- uma agenda
- um celular
- um vidro de xarope
- um Sorine
- uma pamonha quentinha (é, eu comprei uma pamonha pra levar pra casa)
Ah, e o tão procurado e desejado pacote de pastilhas Sweet Mints.
Ontem e hoje tive crise de tosse por volta das 18h, voltando do trabalho, em um ônibus cheio. Será que vai virar rotina e as pessoas vão dizer “lá vem a tuberculosa!”, quando eu passar na roleta?
Sim, porque quando eu dou a primeira tossida da série, o coletivo inteiro olha pra mim e, a medida que a crise aumenta, tem uns que me fuzilam com o olhar como seu tivesse fazendo aquilo de propósito, só pra perturbar o “silêncio da sua viagem” e outros que me olham como seu fosse uma tísica que tivesse espalhando o bacilo da tuberculose por todo o carro.
Perguntou duzentas vezes onde eu tinha comprado o CD, se era do bom e se eu podia comprar um pra ele, até que tomou coragem e pediu para levar aquele e sugeriu que eu comprasse outro pra mim.
Conclusão: dei o piratão de presente pra ele (que ficou todo felizinho!) e hoje tive que comprar outro pra mim.
O CD é a trilha sonora da novela Desejos de Mulher. Cheguei em casa com ele ontem, toda pimpona, e coloquei a Marisa Monte pra berrar “eu só quero/ que você saiba/ que eu estou/ pensando em você”! Rodopiei contente ao som de Maresia (Oba! Agora tenho ela em dois Cds!) e descobri a Viciei em você de La Rorô, de onde vem o ótimo solo de sax que abre os intervalos da novela.
Quando, enfim, estava entoando o mantra Façamos (vamos amar),com Chico Buarque e Elza Soares, pra ver se saio do vermelho, meu irmão chegou, munido de pães franceses e mortadela.
Não sei porque, mas estava empolgado, o rapaz... (Me falou até que tem comido a mulher três vezes ao dia...) Dançou amarradão (ele pertence a rara estirpe dos homens que dançam) com Elza e Chico, imitando a voz dos dois, e se maravilhou com a seleção músicas, já se animando com os acordes iniciais de cada uma (Sim! Ele pediu para voltar o Cd ao início e tive que escutar TODAS as músicas novamente.).
O clímax foi mesmo Epitáfio, dos Titãs. O “mancebo” (45 aninhos, só!) batucava na mesa, se esforçando pra cantar afinado “o acaso vai/ me proteger/enquanto eu/ andar distraído”.
Comprei um CD pirata. Não gosto de compactuar com máfias (comprei até vale-transporte no Unibanco para deixar de ser importunada pelos “dignos trabalhadores” que comercializam o passe nos pontos de ônibus), mas foi impossível resistir a um CD que sorria pra mim custando módicos R$5,00, quando na loja já o vi por R$25,00.
E pensando bem, qual máfia é pior: a dos piratas ou das gravadoras multinacionais?
Depois de te perder
Te encontro, com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei, como encantado
Ao lado teu
Está na home do Chico. Linda, linda, linda esta música!
Fui à estante de CDs e peguei um a esmo para ouvir enquanto escrevia estes posts. Veio um Chico Buarque (Por que será??? Entre LPs CDs, dele tenho 17 obras.) maravilhoso, como sempre: Vida, de 1980.
Meu irmão tem este em vinil. A capa é linda. Um retrato do Chico feito por Elifas Andreato, excelente capista, artista gráfico, cenógrafo e ainda músico. Passei a admira-lo ainda pré-adolescente. Via uma capa de disco bonita, ia procurar o autor e não era ninguém menos que ele.
No CD, a capa perde um pouco do impacto daqueles “olhos de ardósia” a nos mirar, mas tem seu valor.
E as músicas? Doze pérolas! Mas parei para cantar junto a faixa 8: Eu te amo, dele e Tom Jobim, com a participação de Telma Costa. Lembro dos meus arroubos de atriz na adolescência, quando interpretava esta letra de forma dramática e conseguia chegar as lágrimas!
Pra quem não conhece, aí vai a letra:
Eu te amo Tom Jobim - Chico Buarque/1980
Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás só fazendo de conta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir
Tirei este texto de do blog da Zel, que tirou do blog do Marcelo (ou foi ao contrário) que tirou de outro blog que eu não sei bem qual é. Como é um texto ótimo, vale o repeteco, sempre!
Tênis x frescobol Rubem Alves
Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos são de dois tipos: há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.
Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzsche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: "Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: `Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice?' Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar."
Xerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme O império dos sentidos. Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa, conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. 0 sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer. Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: "Eu te amo, eu te amo..." Barthes advertia: "Passada a primeira confissão, `eu te amo' não quer dizer mais nada." É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética. Recordo a sabedoria de Adélia Prado: "Erótica é a alma."
O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. 0 bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir a sua cortada - palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. 0 prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.
0 frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra - pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir... E o que errou pede desculpas; e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos... A bola: são as nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho pra lá, sonho pra cá...(Achei isso lindo!)
Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Camus anotava no seu diário pequenos fragmentos para os livros que pretendia escrever. Um deles, que se encontra nos primeiros cadernos, é sobre este jogo de tênis: "Cena: o marido, a mulher, a galeria. O primeiro tem valor e gosta de brilhar. A segunda guarda silêncio, mas, com pequenas frases secas, destrói todos os propósitos do caro esposo. Desta forma marca constantemente a sua superioridade. 0 outro domina-se, mas sofre uma humilhação e é assim que nasce o ódio. Exemplo: com um sorriso: 'Não se faça mais estúpido do que é, meu amigo'. A galeria torce e sorri pouco à vontade. Ele cora, aproxima-se dela, beija-lhe a mão suspirando: 'Tens razão, minha querida'. A situação está salva e o ódio vai aumentando."
Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde. Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor... Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...
Esqueci de comentar dos nossos bordejos pelo shopping e as compritchas básicas para curar a falta de homem, mas ainda bem que Roberta o fez.
Na real, um homem não vale os sapatinhos e a bolsa que comprei. Acho que estes itens, apesar de não me comerem, me farão mais feliz
Ah, Roberta também falou do meu vestido de bolinhas, que eu também esqueci de citar. Luxo dos luxos! É modelo camisola (só é ruim porque os peitchos ficam soltinhos, me impedindo de pular livremente ao som de Maresia) e ficou sensacional com o sapato boneca vermlho que comprei.
Na quarta, ainda pensando que teria uma sexta-feira repleta de sexo selvagem, fiz depilação na virilha. Pedi que a depiladora deixasse os pêlos em triângulo, assim fica em harmonia com a linha da virilha. Pois não é que a vaca deixou meus pentelhos tortos?!?!? Que ódio!!! Está um lado inclinado e o outro reto, quase um triângulo retângulo...
Ainda bem que não vão me ver sem calcinha tão cedo...
Mas o que ficou mesmo constatado foi que só as sapatões são felizes. Só elas sabem como iniciar e terminar um romance sem muito sofrimento e traumas. Você pode encontrar uma sapatão batendo papo com a ex na casa da atual, mas dificilmente verá isso entre os heterossexuais!
Se você ficar com um amigo do seu ex, vão te chamar de piranha e dizer que você só quer fazer ciúme no namorado anterior. Mas um casal de lésbicas (odeio esta palavra. Prefiro sapatão) sempre termina o namoro de forma amigável ou, no mínimo, civilizada.
Acho que isto acontece porque sapatão é mulher. Por mais que algumas queiram negar isso, sempre fica aquela meiguice nata, aquela preocupação com o outro, típica do sexo feminino, aquela ternura que poucos, muito poucos homens têm.
- Por que em toda sessão de sexo oral tem um pentelho que vai parar, não na ponta da sua língua, mas lá na glote, pra ser mais difícil ainda de se tirar e assim justificar seu nome de pentelho?
- Por que os homens cismam em forçar sua cabeça contra o pau deles, de forma que a ponta toque a sua campainha e você tenha que dissimular uma ânsia de vômito?
- É mais difícil acertar o ritmo da punheta que de qualquer dança.
Nenhuma mulher gosta realmente de dar o cu ou de engolir porra; elas gostam mesmo é do prazer que isto dá ao cara. (Isso eu questiono... Tem as que gostam, sim!)
Como é bom ter amigos! Como é bom falar sandices com eles!
Hoje, uma amiga com quem não falava há muito tempo me ligou. Foi bom demais! A gente tenta engatar em um papo sério, mas daqui há pouco está falando merda, mais especificamente sobre sexo. E tem coisa melhor pra se falar (e se fazer)???
Recebi uma mala direta da Forum muito linda! É o Jogo do Amor. São cartas vermelhas que de um lado tem um produto da loja, do outro uma mensagem. Além de ser uma idéia pouco convencional para um catálogo, é uma gracinha!
Só fica o mistério de saber como meu nome foi para no mailing list deles. Nunca comprei nada na Forum ou lojas afins. Se duvidar não passei nem na porta de uma delas...
Mas, enfim... o que diz o jogo:
O amor é um jogo.
E é no dia-a-dia
Que os namorados
Aprendem as regras:
Conquistar
O amor a cada dia,
Aprender a
Praticar o perdão,
Surpreender
Mesmo que você já
Estejam juntos há anos.
E abusar da
Arma mais forte desse
Jogo, a sedução.
Não tenho medo de jogar
Simplesmente ame.
Beije na boca
Escreva bilhetes
Faça massagem
Prepare um jantar
Telefone no dia seguinte
Saiba pedir desculpas
Transe em um lugar diferente
Diga que sente saudades
Namore ao amanhecer
Mande flores
A amor
Não avisa
Quando chega.
Muito menos,
Quando resolve
Ir embora.
Minha chefe voltou de férias hoje disse que meu cabelo está bonito e as duas que trabalham comigo disseram que eu emagreci. Isso é bom, muito bom... E olha que eu nem estou amando...
Ontem pelo ICQ, o ex-quase-futuro PA diz que está sozinho em casa. Pergunta se eu iria pra lá, respondo que sim. Como ele sempre foge da raia mesmo, não acreditei quando disse que viria me buscar.
Ele não gostou quando falei que estava gripada e que não seria boa companhia.
Juro que não fiz de propósito, só não achei que ele estivesse falando sério. E também dois caras já tinham me dispensado há pouco tempo, não pensei que ia ser ele, que já me dispensou vááárias vezes, que ia estar a fim...
Hoje de manhã, está todo putinho porque entendeu que ia.... Ai, minha Nossa Senhora dos Pentelhos Compridos!!! Ele tem que treinar mais interpretação de texto porque assim não dá!!!
Filho, alivia aí, vai... Ainda mais agora que estou ocupada em pensar em uma morte lenta e dolorosa pra um palhaço que resolveu armar pra cima de mim.
Santo forte ou muita sorte?
Não sei, só sei que, sem fazer força, sem nem procurar, sempre acabo sabendo das coisas quando alguém arma pra cima de mim...
Porra, seu filho da puta! Precisava fazer isso???? Precisava??? Vai tomar nesse cu! Tu pisou na bola feio comigo, mermão! Agora, já era, seu escroto, seu merda! Sabe que eu nunca esperei isso de você? Decepção... Ah, e antes que eu me esqueça: vai se foder!
– Ih, ainda está cedo pra elogios..., respondo, apontando pra lata de cerveja que ele tem nas mãos.
– Tá vendo? Eu bebi pouco. Se tivesse bebido muito, diria que VOCÊ É A MULHER MAIS LINDA DO MUNDO!!!, e disse isso sacudindo os braços para dar mais ênfase.
Foi muito bom voltar a Matriz, dançar com “meu querido casal”, rever a Paty e gritar possuída com a Roberta “ah, seu eu fosse marinheiro...”, mas sinceramente faltou Paulinho.
Ando com uma saudade daquele negro gostoso. Quero dançar com ele. Maria Cristina disse que ele deixou de sair no final de semana passado pra sair neste e acabou viajando, sem avisar a ninguém. Típico do Paulo...
Quem vos escreve
Acho que Andrucha não decidiu se fazia um documentário sobre Luiz Gonzaga, sobre as festas juninas do Nordeste ou se cobria a turnê de 2001 de Gilberto Gil. Aí, resolveu juntar tudo num mesmo filme. Deu em 
Como não poderia ser diferente, Roberta provou mais uma das bebidas bizarras que o Lélio teima em comprar: refresco em pó 
