Reclamação nº 1: Teatro Odisséia Sábado, fui ao Teatro Odisséia e fiquei indignada com um cartaz vermelho pregado logo na entrada da casa que diz "PERMITIDO FUMAR". Como assim, se existe uma lei federal (n.º 9.294) que proíbe o fumo em recintos fechados, como casas de espetáculo, bares e restaurantes? Ou seja, a casa não só descumpre uma Lei, como anuncia isso sem o menor medo de ser multada. É muito desaforo.
Hoje, na coluna Sei lá, mil coisas da Revista O Globo estava lá uma nota sobre os clubes do Rio – Galeria, 00, Fosfobox e Clandestino – que tomaram providências para colocar a Lei em prática, criando fumódromos e me lembrei da arrogância do Teatro Odisséia de estampar logo na entrada que a casa age na ilegalidade sim, e daí?
O Sacrilégio, na mesma rua, foi o primeiro bar que eu tenho notícia a colocar a lei em prática e duvido muito que a freqüência ou o faturamento tenha caído. Pelo contrário, deve ter ganho a simpatia dos não-fumantes que podem respirar no salão.
*** Reclamação nº 2: Lapa 40º Sexta fui ao Lapa 40º. Nunca vi um lugar ter um nome tão apropriado. Realmente a temperatura deve chegar aos 40º lá dentro. Mas a casa poderia se chamar também Inferno de Dante, já que não só é quente como tem outras formas de flagelar os freqüentadores. Além da temperatura, os decibéis são altíssimos. E, tcharam!, tem música ao vivo. Eu sempre digo que no Inferno tem música ao vivo.
Felizmente, o Lapa 40º não tem os nove círculos do Inferno de Dante. Três andares já dão conta de torturar as almas dos hereges, usurários, pagãos, luxuriosos, iracundos, invejosos, preguiçosos, avarentos, pródigos, gulosos – categoria na qual me incluo – e todo o tipo de pecadores.
*** Reclamação nº 3: furadores de fila Odeio gente que fura fila. É uma forma tão rasteira, tão mesquinha, de querer se dar bem, que por sua banalidade, me irrita. Só furam fila na minha frente se eu não vir. Quando vejo, pode ser homem, mulher, brucutu que eu falo, reclamo, chamo a Segurança. Sexta foi na Lapa 40º que um malandro começou a formar uma segunda fila, quando ela deveria ser única e sábado, no Teatro Odisséia, um grupo de vacas, digo, amigas quis entrar na frente de um casal que estava quase na boca do caixa. Fiz as piranhas saírem e ainda dei esporro no casal que não estava acordado. Depois, um bêbado quis chegar ao caixa pelo lado da saída. Chamei o segurança para tirá-lo. Por fim, um metido a esperto quis fazer outra fila atrás de uma amiga minha. Me limitei a avisá-lo ao pé do ouvido de que ele estava errado e que nem tentasse entrar na minha frente o tempo ia fechar.
O Inferno de Ana Paula A minha versão pós-moderna da Divina Comédia só tem Inferno e nele há música ao vivo.
Na entrada, é banquinho e violão pra não assustar. E eles tocam Djavan e Jorge Vercilo.
No limbo, tem um grupo de pagode mela-cueca, daqueles que tocam em pé, sempre me playback, se balançando de lado pro outro. Ah, todos são brancos e o vocalista é mó gatinho.
No terceiro círculo, tem um cover dos Beatles e no quarto, um do Legião Urbana.
No quinto, tem um grupo de forró universitário com demônios dançando animadamente com sapatilhas Boneca e roupas maltrapilhas.
No sexto, tem um grupo que toca samba de gafieira. Aí, o Inferno nem é som, mas o salão de baile que recebe os pecadores que não sabem dançar junto e tem que aturar os casais evoluindo na pista lotaaaada.
No sétimo, rola uma festa Ploc, com o Ursinho Blau Blau e tudo.
No oitavo, toca o Celebrare (Como um grupo de judeu toca no Inferno? Vai ver o cachê é bom.).
E, por fim, no nono círculo, reservado aos torturadores, estupradores, corruptos e furadores de fila, toca o Roupa Nova!
Carequinha Um senhor que trabalhou conosco no ano passado foi nos visitar ontem. Ele é uma figura. Está sempre rindo um meio-riso de deboche e é a cara do Carequinha. Só falta a maquiagem e a gola de palhaço. Até o cabelo só nas laterais ele já tem. Ele chegou e eu não perdi tempo:
– Veio trazer nosso ovo de Páscoa? – Na Cacau Show está maior fila. – Pode comprar na Kopenhagem. Estava mais vazia. – Serve na Casa do Biscoito?
E o cabelo da Ana Maria Braga? Ah, mas ele barra a prega da Fátima Bernardes! Eu quase tropeço na esteira quando aquela cabeleira rajada aparece na tela de 29” da TV da academia bem na minha frente. Horror, horror, horror. E eu fico besta porque não é de hoje que Ana Maria usa esse corte e esta, digamos, cor no cabelo e ninguém na Globo fala que tá uma merda???? Ninguém manda ela parar com a palhaçada e se decidir se quer o cabelo preto ou louro??? No início da década, eu trabalhava em um canal de TV por assinatura e a Ana Maria Braga de lá resolveu se tostar numa máquina de bronzeamento artificial. Rá! Tomou um singelo esporro do diretor do canal porque ficou ridícula de pele morena-moura e cabelo louro. Se eu quiser usar cabelo laranja com bola azul, o problema é meu, mas como uma pessoa pública anda por aí com o cabelo (mal) pintado de duas cores e a TV que paga seu hair stylist não reclama?
A prega da Fátima Bernandes Eu sento pra ver o JN e, não importa que notícia ela leia, fico hipnotizada pela prega da Fátima Bernandes. A prega fica entre as sobrancelhas e está lá todas as noites saltando da testa da apresentadora pra dentro da minha sala, quase me empresando no sofá contra a parede. Quando Fátima franze o cenho para “interpretar” alguma notícia que mereça a expressão carregada, fica pior ainda, coitada. Parece um unicórnio recém nascido, com um cotoco de corno na testa.
Eu fico pensando nos muitos dinheiros que a prega deve ter custado. Claro que o objetivo não era necessariamente criar a prega, mas ela veio como efeito colateral de um(uns) Botox mal aplicado(s) ou qualquer coisa que o valha. E a prega deve ser coisa do “demonho” porque FB, sendo só a apresentadora do telejornal mais popular da TV brasileira, já deve ter gasto muita Narjara Tureta em cirurgião, dermatologista ou benzedeira para tirar aquele troço do rosto. Pobre Fátima Bernardes...
Histórias de Larinha Ela cismou que quer o MP3 Player da Barbie, sendo que o aparelho custa a bagatela de R$399,00 e ela ganhou um MP3 Player convencional em dezembro, quando fez aniversário.
– Mãe, você tem três opções: pode comprar o MP3 da Barbie quando “embaratar” (leia-se baratear), comprar em 10x de R$39,90 no cartão ou dizer “money que é good nós num have”.
Claro que a mãe escolheu a terceira opção.
*** Ainda tentando convencer a mãe a dar-lhe o MP3 da Barbie:
– Mãe, vocês me deram patins e bicicleta de presente, mas isso é equipamento esportivo. Não é brinquedo. Brinquedo é o MP3 da Barbie.
*** E sobre o primo Arthur, de 7 meses:
– É bom porque assim eu vou poder mandar em alguém.
É que ela é a mais nova das duas famílias, do pai e da mãe. Garota esperta.
Aproveita que o hoje é domingo, o tempo tá chuvoso, bom pra ficar em casa de bobeira na frente do computador e vota no HTP para melhor blog na categoria Humor do IBest.
Citação de bêbado não tem dono Domingo, às 18h, eu estava dentro de um ônibus com os calega tudo do trabalho indo para Itaipava passar dois dias trancada numa sala cheia de mofo tentando promover o desenvolvimento da equipe. Suuuuuuuuuper agradável.
No tal evento tinha um mural onde a gente podia colar frases sobre a experiência fantástica que é o desenvolvimento de equipe. Depois, as melhores frases seriam coladas nas paredes da nossa sala para desenvolver ainda mais a equipe. Claro que só teve provocação e ironia. Eu bem que tive vontade anunciar a venda de um Fusca 69, mas ia ser deboche demais.
Mas eu fiquei pensando que a gente falou muita frase boa que merecia estar estampada nas paredes do escrotório pra amenizar nossa labuta. São elas:
“Não é mole, não. Mas duro mesmo é que é bom!” (Créééééu! Piada interna.)
“Ficar velho é bom porque o homem passa a ser milionário: nunca mais fica duro.”
“Duas coisas que eu sempre tive na vida: dívida e rolo com mulher.” (Sinceridade é tudo!)
“Se eu, andando de Japeri, já dou trabalho pra minha mulher, imagina com um carro desses?” De um calega apontado para um Volvo (quer dizer, eu acho que era Volvo porque eu não entendo nada de carro. Aliás, Volvo não faz caminhão?).
“Eu acredito em Papai Noel/ Vou acordar cedo/ Pra ver o W. / descer lá do céu.” Música cantada pelo grupo para embalar a descida de um calega que (muito chique!) foi de helicóptero ao evento.
– Tem muito mosquito aqui. Eles estão me comendo! – Deixa porque vai ser a única coisa que vai te comer hoje. (Esta humilde contribuição é minha.)
De um colega para os cadeirantes que trabalham na empresa: “A célula-tronco vem aí! Essa folga vai acabar, hein? Todo mundo vai ter que andar! Vamos parar com essa moleza de só ficar sentado!” (Ainda bem que os cadeirantes riram. Os “andantes” ficaram passados!)
Sentindo-se em casa Gente, a minha equipe foi a última a participar dos encontros e foi considerada a turma mais... hostil! É por isso que eu me sinto super integrada à equipe.
BBB8 Foi só passar uma semana com a Fernanda em Natal pra eu saber tudo das novelas e ainda acompanhar o BBB 8. Claro que não sou compulsiva como ela que no primeiro dia sabe quem vai ganhar o prêmio pela edição do primeiro bloco do programa, mas tenho que assumir que, se estiver em casa, vejo o “show de realidade”. Tem gente que se sente ofendida com programas do tipo o BBB, mas eu não. Encaro como entretenimento (pero no mucho) puro e simples, daqueles mais rasos que um pires. Mas estou enrolando pra dizer uma coisa: eu deteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeesto aquele um do Dr. Marcelo! Ô cara chato, careteiro, dono da verdade! E fica todo putinho quando votam nele. Como assim, Biaaaal??? Não avisaram a ele que ele teria que votar nas pessoas, mas elas também votariam nele? O cara se descompensa com cada voto que leva. Ele pensa o que? Que é tão foda que tinham que poupar ele? E que josta de psiquiatra ele é que não consegue perceber o que ele sente pela Gisele e fica fazendo aquela cara de falso apaixonada, quando é gay?
Pronto, falei.
*** Sim, eu tô de TPM, mas ele me irrita em qualquer período do meu ciclo menstrual.
O que teria sido Dia 4 de março teria sido aniversário de Ursulão. Ele teria feito 72 anos. Eu teria chegado de viagem, como cheguei, e encontrado a varanda – que ele ampliou pra receber melhor os eternos convidados que a gente tinha em casa – cheia, todos os primos e tias lá. Cachorro-quente e refrigerante na mesa. Uns pastéis porque ele adorava. O almoço, na certa, teria sido Angu à Baiana. O telefone teria tocado algumas vezes. Eram os tios e primos que não vieram e os amigos distantes para dar os parabéns. Mas quando eu cheguei havia até um certo movimento na varanda: minha mãe, irmã, irmão e Lara conversavam. Não tocamos na data e pouco tempo depois de eu ter chegado, eles foram embora. Uma amiga tinha dito que pior que Natal, Ano Novo, Páscoa, é o aniversário da pessoa que morreu porque não há mais o que se comemorar. Ela tem sua razão.
*** Tem gente que ao ouvir alguém falar bem de quem morreu (mal)diz: "Depois que morreu, virou santo". Né, não. É que infelizmente a gente tem a péssima mania de só enxergar os defeitos das pessoas e se esquece de reparar em tudo de bom que ela faz e representa. Aí, quando a pessoa nos falta, falta também o cuidado, o respeito e a admiração que a pessoa tinha pela gente e que se expressava em atitudes corriqueiras e nada, nada grandiosas.
*** Ele era velho e era um mestre. Eu era jovem e era discípula. Ele mestreou e ela aprendeu. E dessa escola ninguém ouviu falar.
Ele se foi sem saber que era um mestre. Ela ficou, sem saber que foi discípula. Só muito depois, compreendeu E já era tarde.
(fragmento de A fala de Aninha (várias...), de Cora Coralina