Trilha sonora
Cheguei em casa assim, assim hoje. Uns resultados de exames me deixaram ansiosa e eu sou um peru de Natal, morro sempre de véspera. Qualquer coisa, qualquer dúvida me consome. Liguei pra médica e ela me acalmou: “Você vai tomar um antiinflamatório, um antibiótico e a gente vai acompanhar.” Caraleo! Eu não tenho paciência de acompanhar nem novela, que dirá ziquizira!
Mas, enfim, vida que segue. Aí liguei o som pra distrair. Mas o inconsciente é mais, né? Adivinha o que coloquei pra tocar? "Non, je ne regrette rien", com Edith Piaf. Queria uma coisa mais animadinha e peguei uns Cds lá do fundo da gaveta: Kid Abelha – Acústico MTV. Qual é a primeira música? “Nada Sei”! Qnd a vibe é baixo astral não adianta, né? Até música de fossa existencial a gente procura.
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Para vocês, incultos, saberem do que estou falando, seqüência final do filme Piaf – Um hino ao amor (no original “La Vie en Rose”), de Olivier Dahan, com Marion Cotillard no papel de Piaf interpretando “Non, je ne regrette rien” clicando aqui.
Ela esteve aqui em casa um final de semana desses e esqueceu o livvro que estava lendo: "Querido Diário Otário - nº 5", que tem o singelo subtítulo "Os adultos podem virar gente?".
Que barato!
Hoje à tarde no trabalho uma colega soltou um grito. Era uma barata voadora. Daquelas enormes, de fazer sombra. Tinha caído do ar condicionado. Quem tinha medo de barata (eu, inclusive), foi se levantando e se encaminhando para a porta; quem não tinha, continuou trabalhando normalmente. Um bravo colega matou a monstra.
O pior é que a colega prestigiada pela visita da barata estava ao telefone com um cliente. Claro que ela berrou e desligou o telefone na cara da pessoa, que deve pensar que a gente trabalha no lixão de Caxias para ter baratas voando.
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O engraçado é que um colega de outro setor ligou para a secretária da gerente bem no momento da caça à barata. Ele ouviu o falatório e perguntou o que era. A secretária respondeu que era uma barata voadora. O cara pensou que fosse no sentido figurado, que tinha surgido alguma demanda urgente da presidência. É assim que surgem as fofocas.
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Tem barata no jogo do bicho? Porque hoje foi o dia delas. Eu vi uma, parruda também, correr pelo chão da Parmê, do Largo do Machado.
Polícia para quem precisa
Eu não tenho o menor pudor de dizer que não respeito policial. De qual quer polícia, seja civil, militar, federal. E outro dia eu vi uma cena que muitos vão dizer é inocente, mas que me fez ter mais desprezo ainda pela categoria.
Eram cinco pras oito da noite e eu estava na Leader do Catete fazendo um pagamento. Uma funcionária me atendia e outra que aparentemente era gerente ou supervisora estava fechando os caixas, quando eu ouvi uma voz de homem vindo de trás de mim:
– Posso falar com você?
Me virei e era com a funcionária com pinta de gerente/supervisora. O cara estava guardando um distintivo (é assim que se chama aquele quase-crachá metido a besta?) da polícia federal. E ele continuou:
– É que eu estou de serviço e minha esposa precisa trocar um vestido...
Sim, amigos do esporte, o puliça deu carteirada pra sua senhora não ficar na fila de troca da Leader Magazine. E a fila tinha três pessoas. Diga francamente se isto não é uma vergonha? Se o cara está de serviço, por que ele está na Leader Magazine do Catete acompanhando sua esposa a trocar um vestido? E pior: se o cara dá uma carteirada para isso, imagina o quanto ele não se locupleta valendo-se da sua função de puliça!
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Essa cara já tinha chamado minha atenção pela grosseria no trato com uma das filhas logo que entrei na loja. Ele estava falando uma menina pequena que chorava entre as roupas de uma arara.
– Eu não falei pra você não ir lá? Quem você pensa que é?
Ótimo um pai acabar assim com a autoestima de uma menina, né?
É proibido fumar
Adorei o filme. Saí do cinema, passei na lojinha do Estação e comprei um cinzeiro com várias fotos da Marilyn Monroe que eu gamei. Coincidência? hehe
Comprei pras visitas que fumam não terem mais que bater o cigarro na boca da lata vazia de cerveja.
Histórias de Larinha
Estávamos eu e Larinha passando pelo Largo do Machado, quando eu falei para ela tomar cuidado de não pisar em uns frutos redondos, grandes e de cor azulada que estavam espatifados no chão e ela muito descansada:
– Abricó de macaco.
Eu não entendi nada.
– O que, Lara?
– O nome da árvore é abricó de macaco.
– Como você sabe? Quem te falou?
– Uma vez, eu estava no Jardim Zoológico e tinha lá uma placa na árvore “Abricó de macaco”. Era esta árvore.
Vivendo e aprendendo... com a afilhada de 9 anos...
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Eu estava considerando a possibilidade de um dia, quem sabe, levar Larinha para passear na Disney. Entretanto, este final de semana soube que ela quer é ir para Londres, andar na London Eye e comer comida asiática no Soho:
– Naquele restaurante que apareceu no Fantástico, madrinha, que tem a mesa que é o cardápio.