Porque me ufano de meus amigos Eu mandei um singelo email pra lista da minha turma da faculdade perguntando se alguém queria ir ao show do Nando Reis. O preço do ingresso foi motivo para uma discussão acalorada sobre falsificação de carteirinhas de estudante, que descambou para a atual situação do país.
Eis que, para dar fim ao troca-troca de emails inúteis, um amigo manda a seguinte mensagem:
PALO ALTO, CALIFÓRNIA (30/08/05) - A Guinness World Records anuncia que o brasileiro Paulo Roberto Sabino é o novo detentor do recorde de maior post publicado em uma lista de discussão.
A façanha foi alcançada após uma discussão sobre o preço dos ingressos para o show de Nando Reis, um artista muito popular no Brasil. Indignado com o preço dos ingressos, a CPI, o mensalão, a Sol da novela América e o furacão Katrina, Sabino atingiu a incrível marca de 13.908.564.098 caracteres digitados.
"Nunca vi um post tão grande assim", admitiu Roberta Carvalho, blogueira de histórias trash e uma das testemunhas do sensacional feito de sabino.
No Brasil a repercussão foi grande. A Rádio Nacional, uma das maiores do país, dedicou horas de sua programação ao fato, cancelando inclusive um de seus programas mais populares, o show do Gerdal.
"Agradeço a todos meus companheiros de faculdade, principalmente Ana Paula, minha antagonista no debate. Sem eles, não teria alcançado esse objetivo", declarou Sabino, que agora pretende iniciar uma carreira de modelo e apresentador de programa infantil.
Mais detalhes sobre a façanha no site
www.maiorpostdahistoria.com.br
Eu tenho ou não tenho os amigos mais sagazes,espirituosos e inteligentes do mundo?
Galinha x pau caseiro Os homens teimam em dizer que mulher gosta de homem safado, cafajeste, galinha, e que desprezam os certinhos, com boas intenções. Não é verdade. As mulheres acabam saindo com os galinhas porque eles sabem como fazer, como seduzir, parecem ter o “Abre-te, Sésamo” vaginal. O “pau caseiro” geralmente se enrola na hora de chegar junto, mete os pés pelas mãos e fala o que não deve. Não é culpa nossa. São vocês que não aprendem (o que é uma pena).
Histórias de Larinha Pra quem anda com saudades, aí vai uma de Larinha.
A mãe dela chegou do trabalho mais uma vez reclamando de uma funcionária. De saco cheio da mesma cantilena, Larinha interrompe o discurso da mãe e sentenceia:
- Ô, mãe, você não é a chefe? Não fizeram uni-duni-tê e escolheram você como chefe? Então, pega essa Piiiiii (nome da funcionária censurado para evitar processos) e dá uns tapas na bunda dela.
FPTA Meu teclado, que já era ruim, duro e está com as letras apagadas, está FPTA (fora de possibilidades terapêuticas atuais). A tecla espaço está quebrada e requer uma ignorância maior que a habitual, por isso você verá muitas palavrasjuntas.
É hoje só, amanhã não tem mais Pra fechar minhas férias com chave de ouro fui à Ipanema, depois almocei no Fontes (berinjela gratinada e arroz integral com legumes) e me dei de presente o CD À vera, do Zeca Pagodinho.
Vigilante Outro dia fui ao Odisséia. Mas, gente, se na Matriz tinha anão, no Odisséia tem gordo. Proponho uma reunião do VP antes dos shows e uns petiscos light pra afinar a silhueta da galera.
Ah, as minhas amigas... "Fabriça" liga pro meu celular:
- Caralho! Me caguei de rir lendo sua definição de homem ideal!
Como assim? Eu nunca falei tão sério em toda minha vida!
(Só "Fabriça", uma bem-sucedida loura, de cabelos escorridos, esguia, elegantéééééérrima, cujo único “senão” na estampa é o cigarro que lhe embota o sorriso, pra usar a expressão “me CAGUEI de rir”. Tem que ter muito culhão pra dizer isso. CAGAR é um verbo que eu praticamente não uso, embora fale muito de cocô. Minha mãe tem verdadeiro horror a esta palavra (que ela procura não pronunciar) e me criou com um certo pudor de usá-la. Além do movimento “Mulheres que dizem buceta” (ao invés de xoxota, xereca, passarinha e outros apelidos ridículos), proponho o “Mulheres que dizem caguei”. "Fabriça" pode ser a presidente de honra.)
... “Eu era feliz e não sabia” ou “Naquele tempo é que era bom”... Quantas a vezes a gente já não se pegou pensando nisso? Mas fato é que “aquele tempo” só é bom no seu tempo. Não adianta tentar fazê-lo voltar. Ele não volta e, pior, a tentativa vira um arremedo patético que só reforça a sensação de impotência frente ao tempo e suas conseqüências. Outro dia, um evento em família me trouxe essa certeza. Era um encontro como de antes, igual, mas muito diferente. Os anos levaram algumas pessoas (que fizeram muita falta na ocasião), transformaram as relações, fizeram cair as máscaras, criaram e dissiparam mágoas, desfizeram casamentos, formaram outros, criaram os adolescentes e as crianças de antanho (adoro essa palavra!) e trouxeram outras crianças... E a gente tentava curtir o reencontro, como se nada tivesse mudado. Como se ainda fosse meados da década de noventa e tudo que nós precisávamos pra sermos felizes era sol, piscina limpa e carne na brasa.
O trabalho de férias Passei três das minhas quatro semanas de férias sentada lendo, das 9h às 18h. Um divertimento só. Pensei que seria um trabalho fácil, mas foi a grana mais suada que já consegui. Além do cansaço mental, tem o físico: tenho dores na coluna até hoje. Mas, por outro lado, (atenção para o momento Poliana)sei que o trabalho me salvou de umas férias chatas, trancada em casa, brigando com meus pais, e ainda me garantiu um troco.
Esse vil metal Porque a gente evoluiu do escambo pro dinheiro? Não seria tão melhor trocarmos as coisas que não precisamos ou que temos em excesso por outra que não temos? Olha o meu caso, por exemplo, tenho que sacrificar minhas férias, minhas tão esperadas e merecidas férias, para receber um extra e sair do vermelho. Se estivéssemos ainda trocando mercadorias, eu poderia pagar meu carro com as romãs do meu quintal. Não é uma troca justa? Romã é boa pra garganta e quem não tem uma dor de garganta de vez em quando?
Auxílio luxuoso Além do apoio dos meus leitores (o do MSN e do comentário tão singelo e espirituoso), o livro Como ser legal, de Nick Hornby, emprestado pela Roberta, foi essencial para me restituir o olhar cínico e destilar meu fel, tão útil a este blog.
O livro conta a história de uma médica que se acha muito legal, mas que tem um amante e pede a separação ao marido por telefone. Tudo bem que o marido é daqueles que merecem receber um fora via Embratel (ou seja lá como se chama a empresa de telefonia de Londres), mas isso não é coisa que uma pessoa legal faça. Além do mais, tema culpa e o medo de jogar tudo pro alto. Depois do pedido de separação, muitas mudanças acontecem com a família, o que faz a médica se questionar o que é "ser legal".
Nick Hornby é o autor de Alta Fidelidade que já virou filme. Ele é cínico, irônico, debochado. Do jeitinho que eu gosto. Li o livro em cinco dias nas idas e vindas para meu “trabalho de férias”, mas isso é assunto pra outro post.
A pérola Acho que uma TPM prolongada me tirou a vontade de escrever e aumentou minha melancolia. Juntou-se a isso a infelicidade de estar de férias e não ter dinheiro nem companhia para viajar e ainda ter que fazer um frila pra ver se saio do vermelho.
Mas outro dia no MSN um leitor, que já virou amigo, teve a “audácia” de me perguntar o motivo do sumiço. Falei, ou melhor, escrevi pra ele o que consegui verbalizar, elaborar, de toda a tristeza que estava sentido. Ele me respondeu dizendo que, então, ia fazer como alguém tinha sugerido nos comentários do post abaixo: se eu estava na ostra, ia esperar pela pérola. Bom, se é pérola eu não sei, mas retomei à escrita. Espero que gostem.
Sinceramente... ...não sei o que fazer com este blog.Acho que ele subiu no telhado. Estou em um período de reclusão. Estou "na ostra", como digo, e o blog definitivamente não combina com meu estado de espírito.