Vibe estranha É, ando numa vibe estranha. Uma onda meio perua piranha, sabe? Eu sei que dentro de mim mora uma vadia, quase uma segunda personalidade, algo assim tipo a Priscilla Capricce de Luana Camará ou a Ana Paula que vira Natasha, como na música do Capital Inicial, mas ela fica muito bem escondida nas roupinhas que eu uso diariamente. O caso é que ultimamente ela tem se manifestado. Ainda bem que não é uma puta rampeira; é prostituta de luxo, mas estou sentindo que mais uma vez serei o cavalo desta entidade. Tô com medo.
Quinta-feira eu quase sucumbi diante de uma mega bolsa de seda com estampa de oncinha. Graças a Deus estava com Roberta e não com Vanusa Cristina*, minha amiga assumidamente perua piranha, e comprei um casado do mesmo valor que me será muito mais útil nas minhas viagens às terras frias do capeta. Mas a bolsa.... Ai, a bolsa não sai da minha cabeça! É da TNG e custa R$129,00. Não falei que é de prostituta "catigoria"? Ela não quer nada baratinho, não...
Sábado eu salivei diante de um tamancão de salto fino e quase, mas quase mesmo, coloquei unha de silicone. E ia pintar de vermelho! Acabei ficando com as minhas mesmo, mas pintei-as de roxo (Obsessão com Uva por cima). Ainda não tirei da cabeça a idéia de colocar as unhas de silicone, ainda mais depois que liguei pra Vanusa Cristina pra desabafar e contar meus estranhos pensamentos. Ela me entende. Ela é a própria perua piranha, embora isto seja mais uma personagem que sua verdadeira essência. Apesar de suas calças serem sempre no melhor estilo "me chupa" ou "Deus é justo, mas tua calça é mais", seus tops serem decotadérrimos, dela não usar sandália com salto menor que 7cm e estar sempre toda enfeitada feito uma árvore de Natal, Vanusa Cristina casou praticamente virgem e teve sempre longos namoros, que ela mantinha com fidelidade canina.
Outro sintoma é o desejo incontrolável de ter um relógio de pulso branco. Dez entre dez peruas têm um. Vanusa Cristina tem o seu, mas como ela é uma perua econômica comprou o mimo na primeira barraca da última fileira de camelôs da Uruguaiana. Tô quase indo lá! Me segura!
Bom, acho que desabafar me fez bem. Já tô me sentindo melhor. Até repenso a necessidade do tamancão. Vai acabar me machucando mesmo... A unha de silicone talvez me atrapalhe pra digitar e o relógio, bem, a Uruguaiana fica um pouco longe do meu trabalho... Mas a bolsa... Ai, aquela bolsa! Eu ia fazer um sucesso com ela no Santa Cruz!
* O nome da amiga foi trocado para preservar sua identidade.
Juventude transviada e "os coroa" broxa Estávamos eu, Fernanda e Roberta curtindo a night 0800 numa festa na Lapa quando fomos abordadas por uns rapazes (?) de uns 16, 17 anos. Eu sei que eu faço sucesso com o pessoal da graduação, com os estagiários. Não sei porque, mas eu sou a verdadeira Rainha dos Baixinhos: levo muita cantada de homem mais novo e baixo (baixo mesmo. Pouca estatura, entendeu?). Mas dessa vez foi o pessoal do ensino fundamental que chegou junto, aí não dá, né? Eles devem ter saído pra night de ônibus escolar, no esquema excursão. Nem sei se a mãe deles sabia do passeio...
Enfim, eu, com algumas caipirinhas de laranja na idéia (sim, eu tomei cachaça com laranja e nem tive caganeira), gargalhava histrionicamente sem sequer conseguir ouvir o que o anjinho louro tentava me dizer. Fernanda, também devidamente alcoolizada, deixava resplandecer todo seu mau humor berrando "Não acredito! Não acredito! Ninguém merece!" e se afastando das crianças. Roberta foi a única que travou um diálogo com os jovens. Segundo ela, eles perguntaram se havia vaga na creche. Para não se indelicada, ela disse que só no ano que vem. Aí o menino veio um aviso (ou seria ameaça? Ou ainda verdade pura e simples?):
- É melhor vocês ficarem com a gente porque "os coroa" tão tudo broxa.
E completou:
- E a gente ainda sabe dançar.
Foi divertido e serviu de historinha pro blog, mas na hora foi chato, pois antes deles chegarem, uma cantada tripla se configurava entre nós e os "coroa" que estavam por perto, que vazaram quando viram os moleques se aproximarem. Estragou a jogada. Mas pensando bem, o rapazote deve ter razão: "os coroa" deve estar tudo broxa mesmo porque se recolher só porque uns caras que nem têm pentelho ainda chegaram nas mulheres que eles estavam olhando é coisa de broxa.
No trem Eu falei de suburbano e lembrei de uma conversa que ouvi no trem. Os caras berravam, digo, conversavam sobre uma passageira bem fornida que eles conheciam e que acabara de descer do trem. Achei perfeita a definição que um deles, com sua voz de puxador de samba, usou:
Entrando no clima Já que é inevitável o clima de romance por conta do Dia dos Namorados, vou contar uma historinha de uma cálega de trabalho. Ela disse que assim que entrou na empresa, no auge dos seus 22 anos, foi obrigada a fazer um curso. Como não tinha a menor vontade de estudar o tal tema, foi protelando sua inscrição.
- Eu entro na próxima turma. Nessa só tem gente chata.
Até que a funcionária responsável por organizar o curso falou:
- Por que você não faz logo esse curso? Só tem esta turma e a próxima. Se você não fizer agora, terá fazer na última de qualquer maneira, com gente chata ou não. Faz logo. Além do mais o professor é gatinho. Você vai gostar.
Se vocês querem saber como sou Quando fui à Paranaguá, o pessoal com quem eu trabalhei disse que sou parecida com a Claudia Rodrigues, que faz a Marinete, a diarista, e também com a Maria Rita, a cantora.
Ah, do pescoço pra baixo, sou um bife de picanha com capa de gordura.
Trauma do "mesão" Durante um ano trabalhei em uma empresa que ficava em um lugar inóspito. Para chegar lá eu pegava três "conduções" e na hora do almoço dependia da carona dos cálega motorizados para ir comer num restaurante decente e não naquela birosca que tinha lá. Assim, sempre comia onde os donos dos carros queriam. E geralmente eles queriam comer todos juntos. Ainda na sala, marcavam o almoço num rodízio de pizza ou num restaurante de comida mineira. Era sempre um cardápio nada light e a gente só saía em bando. Conclusão, mesão.
Eu detesto mesão porque você não consegue interagir com todos e se quiser fazer isso tem que berrar. Além disso, quanto mais gente reunida, mais chance de ter gente chata. E se "as gentes" são do trabalho, mais chance ainda de ter chato! Eu tenho grandes amigos que fiz no trabalho, mas vamos combinar: a gente convive com os colegas de trabalho por mera circunstância. Muita gente ali não merecia nem bom dia, mas a gente tem que engolir estas criaturas em troca de um salário de merda no final do mês. Fazer o que? Já que é inevitável respirar o mesmo ar que essa gente durante 8h, que tal ficar sozinho ou com quem você realmente tem afinidade na hora do almoço?
O amor está no ar (e meu nariz está entupido) Nem bem começou junho e TODOS os anúncios e propagandas falam do Dia dos Namorados. Ô, inferno! Coisa mais chata. Até a compra mais prosaica ganha fins namoradeiros. A publicidade quer te convencer que você vai comprar um inseticida por causa do seu amor. Saco.
Se o apelo do Dia dos Namorados é usado até por loja de pneu, imagina na parte de calcinha e sutiã numa loja de departamento. Fui à Marisa comprar calcinha e aquilo lá mais parecia sex shop. Tinha espartilho, meia 7/8, sutiãs rendados, calcinhas de tule, fio dental, cheias de babados, vermelhas, pretas, coloridas... E eu só queria calcinha de algodão pra ir trabalhar. Foi um custo achar o que eu queria naquele monte de modelo à la Bebel, mas consegui comprar as calçolas basiconas que procurava. Claro que, apesar do nariz entupido, sabe? saí de lá com um conjuntinho rendado. Nunca se sabe.
Carta do dia: A Torre Fulminada Eliminando o que não serve mais
O arcano XVI emerge como arcano conselheiro para este momento de sua vida, Ana, sugerindo que é chegado um importante momento em sua existência: o tempo para romper com tudo aquilo que não lhe serve mais e que você preservava apenas por manutenção de fachadas. Estas coisas que precisam ser eliminadas podem ser (e geralmente são) internas e têm a ver com hábitos, modelos mentais e expectativas falsas. Mas podem ser também relacionamentos falidos, projetos que não dão em nada, ou seja, qualquer coisa que não faz mais nenhum sentido em sua vida e que você talvez não tenha ainda a coragem de eliminar. Todavia, é preciso agir, caso contrário a negatividade se tornará pior. Enfrente com coragem este momento de varredura radical!
Conselho:A coragem é necessária para enfrentar problemas de difícil solução.
Heleninha, eu? Sozinha e com frio, o que restou? Beber. Quarta, cheguei em Paranaguá quase 20h e fui comer uma pizza na Será o Benedito. Pedi um couvert e uma taça de vinho. O couvert tinha uma pasta beeeeeeeem temperada que eu adorei. Comi tanto da tal pasta que nem consegui comer a pizza, uma portuguesa brotinho, toda.
Mas a pasta a apimentada não foi o suficiente pra me esquentar. Pedi outra taça de vinho e aí, meu amigo, o frio passou por completo.
(O frio e a vergonha na cara. Bêbado com celular na mão é mesmo um perigo, como dizem. Deixa quieto...)
Quinta à noite foi a vez de me render ao álcool em Curitiba (mas desta vez eu usei o celular com parcimônia. Só liguei pra retornar um torpedo. Era 1h40, mas tudo bem, né? Dormir pra que?). Um frio do capeta, apelei pro bufê do hotel pra não ter que botar o nariz na rua pra jantar. "Tem uma taça de vinho de cortesia, senhora." Manda! "Tem também um drink de cortesia, senhora". U-hu! Emburaquei nos queijos, castanhas, sopas, vinho e drink. Tudo pra me esquentar. Mas eu não sou Heleninha. É que o álcool era minha única opção.
Sobrevivi Apesar do frio de 9 graus que fazia em Curitiba quando eu desembarquei lá na quarta, eu sobrevivi. Assim que saí do avião, ainda no finger, senti o impacto do frio: meu cabelo parecia estar molhado de tão frio que ele ficou. Ainda bem que meu destino naquela noite era o litoral, um pouco mais quentinho.
Quinta acordei cedo para ir "bater ponto" no porto de Paranaguá, onde trabalhei naquela manhã.
De noitinha a gente voltou pra Curitiba. Outra noite gelada. Mas hoje de manhã o clima estava melhor, muito mais quentinho.
Mas alegre mesmo eu fiquei quando ouvi o comandante do avião que me trazia de volta ao Rio avisar que aqui a temperatura era de 31 graus. Ô, felicidade! Embora eu estivesse com uma meia calça fio 60, meia, tênis, calça jeans, segunda pele de manga comprida, camisete, camisa de manga longa de lã fina, casaco, cachecol e gorro.