Gabriel vem aí! Hoje de manhã tive a agradável surpresa de ler esta mensagem da Daniella na minha caixa de entrada:
Decorem suas árvores de natal como nunca decoraram antes, porque em dezembro Papai Noel vai trazer...GABRIEL, o maior presente que uma mãe poderia ganhar.
Beijos.
Tô feliz da vida! Como já tenho Larinha de sobrinha (e afilhada), será bom ter um sobrinho pra ficar diferente.
Engraçado que hoje sonhei que era menina. Sou péssima na adivinhação. Deve ser por isso que não jogo na loto...
Descobertas Descobri que gosto de homem gentil. Homem que abre a porta, que oferece ajuda, que pergunta se está tudo bem. Homem que oferece o casaco, mesmo que ele vá ficar com frio. Que toma a frente, mas sem sair do seu lado.
Pena que descobri também que a maioria deles (não à toa) é casada. Uma pena.
Saudades de Larinha Quase morri de saudade de Larinha. Bem que tentei falar com ela no telefone, mas ela se negou a me atender. Estava muito ocupada dentro da sua barraca das Meninas Superpoderosas.
Algumas "tiradas" de Larinha, só pra divertir:
I
Ela estava desenhando e a mãe perguntou:
- O que você está fazendo, filha?
- Estou desenhando uma coisa estranha e terrestre.
II
Minha mãe colocou Elis Regina no CD e Larinha mais que depressa:
- É Maria Rita!
III
Você pergunta:
- Lara, o que você quer ser quando crescer?
E ela responde:
- Puladora de corda.
***
Trouxe uma blusa, uma sandália de couro e um par de brincos pra ela. Ela gostou de tudo e já saiu hoje com o brinco na orelha.
Pânico em Belém Por várias vezes eu experimentei sentir medo nos passeios que fiz. Primeiro foi no passeio que fiz à Ilha de Cambu. Pra minha "sorte", o trapiche onde tínhamos que parar estava cheio e tive que sair do barco pelo estreito parapeito, ir até o a ponta da embarcação (aquela onde fica a bandeirinha do navio, sabe?) pra só depois alcançar o trapiche. Pra voltar pro barco não foi diferente: tive que pular o parapeito que dava acesso ao segundo andar do barco. Logo eu que sou toda cagona. Pobre de mim.
O medo de barco e de me esborrachar no chão (no caso, na água) quando tenho que subir ou descer por lugares que não sejam escadas de verdade eu sei que tenho, mas me surpreendi com meu pavor por imagens no Museu de Arte Sacra. Eu não sou muito dada a esculturas porque acho sempre que elas vão se mexer, mas pra piorar o Museu estava vazio (fui visitá-lo durante a semana) e fica sempre a meia luz. Pavor, pavor, pavor. Saí rapidinho de lá.
Mas o pior mesmo foi o medo que senti no Parque Emílio Goeldi. O Parque é uma mistura de Jardim Zoológio e Botânico. Tem cobra, jabuti, macaco, aves e muitas, mas muitas plantas da região, tanto que as trilhas são estreitas. Assim que entrei, vi um mato se mexendo. Era uma capivara. Lembrei logo das cutias do Campo de Santana, tão inofensivas, e tratei de controlar minha respiração que já se alterava de medo. No viveiro das araras, mais medo. Ele é aberto. Imaginei logo as araras (todas elas e mais aquelas aves rosas – ou róseas – que tinha lá) voando pra cima de mim à la Os Pássaros. Mais adiante, estava eu admirando um enorme jacaré, devidamente cercado, quando me deparo com um lagarto. SOLTO. Até tirei uma foto do bicho, mas eu estava a-pa-vo-ra-da. Ele olhou pra mim quando o flash piscou e eu me senti no Jurassic Park, quando aquele dinossauro de aparência inofensiva ataca o funcionário gordo com uma gosma venenosa. Refeita do susto, vi o cercado dos macacos no final de uma alameda(?). Quando dei o primeiro passo em direção a eles, mais um lagarto cruzou meu caminho. Dali em diante passei a caminhar mais rápido e olhando bem ao redor, doida pra achar a saída. Por isso, nem fiz questão de entrar no Bosque Rodrigues Alves, bem maior que o Emílio e certamente com mais lagartos para me assustar.
Turistando por Belém Tem coisas legais para se ver em Belém. Bati ponto duas vezes no Ver-o-Peso (para desespero de Daniella que acha o lugar perigosíssimo, eu ainda tirei foto), fui às Docas e comi no Lá em Casa e no Boteco das Onze, no 11 Janelas.
Visitei o Museu de Arte Sacra (e confirmei meu pavor por esculturas, ainda mais quando tem pouca iluminação, como no museu), o Museu de Arte de Belém, o Pólo Joalheiro e o Forte do Presépio. Naveguei pelo rio Guamá à tarde e assisti show de marujada, lundu e carimbó. No outro dia, parti do Hotel Beira Rio rumo à ilha de Combu, onde conheci a flora da região e vi como vivem os ribeirinhos. Só não consegui entrar na Catedral que recebe a Nossa Senhora de Nazaré no dia do Círio porque ela só abria às 15h e não podíamos esperar. Fui várias vezes aos shoppings Castanheira e Iguatemi. Caminhei pelo Emílio Goeldi, mas não quis passar da porta do Bosque Rodrigues Alves. Já estava legal de espécimes da fauna e flora nativos do Pará.
Comi tacacá, jambo, sapoti, jambu (a folha que dá dormência na língua), filhote, pescada amarela, farinha, maniçoba, sorvete de tapioca, pudim de tapioca, torta floresta negra na Nêga Maluca (aliás, chutei o pau da barraca da minha dieta de doces. Foi impossível resistir.)
Comprei muita castanha, farinha e bombom pra trazer e também chinelo de couro, boné, camiseta e uns porta-jóias de marcheteria. Comprei também bijuteria de semente e de casca de côco e prata em formato do muiraquitã (um sapinho, que reza a lenda, traz sorte) e de canoa. Influenciada por Daniella, que é praticamente uma árvore de natal com enfeites dourados, comprei um conjunto de ouro amarelo, branco e vermelho e o bendito anel da Vivara, que era justamente do meu tamanho, estava mais barato que no Rio e parecia estar me aguardando na loja. Comprei também uma bolsa de vinil vermelho que é tudo de bom. Gastei os tubos e voltei cheia de dívida, mas feliz com minhas aquisições e passeios em Belém.
Pousada Gomes, a melhor de Belém Se a Pousada Gomes não tivesse um atendimento tão exclusivo, recomendaria o lugar para todos os visitantes de Belém. Melhor que aquele hotel sul-africano de seis estrelas, a Pousada Gomes tem atendimento dez estrelas. Acredita que até o controle remoto da TV eu recebia na mão? Não fiz absolutamente nada durante os dez dias, fui agraciada com um fantástico bolo de milho feito pela dona da Pousada e tive todo o translado incluído no pacote. Sensacional.
O jeito belenense de viver Pra comer: açaí com farinha
De sobremesa: sorvete de tapioca e bombom de cupuaçu
Pra dançar: Xeiro Verde e Calcinha Preta
Compras: Y. Yamada e Visão
Assistir na TV: Carlos Santos
No rádio: Diário FM
A barriga de Daniella Parece que deu uma espichada nesses dez dias. Agora já dá pra perceber que ela está grávida (olhando muito atentamente, claro). Ainda não sabemos o sexo porque a criança cruzou as pernas na hora que o médico estava fazendo a ultra. Semana que vem ela tem outro exame pra fazer e disse que só deixará o médico desligar o aparelho quando ele vir o sexo. Estou ansiosa para saber se serei tia do Gabriel (que eu cismo que é Guilherme) ou da Marina , embora ache que a criança pode se chamar Ananindeua, que serve para ambos os sexos(e Lara diz que deve se chamar Lili ou Breno...).
Engraçado que hoje acordei achando que seria mulher, depois de passar os dez dias achando que era homem. Façam suas apostas. Para o vencedor, uma cuia de tacacá.
A volta Tranqüila, perto do que foi a ida. Tive que acordar às 5h30 pra tentar pegar o vôo das 7h ou das 7h30, mas só consegui vaga para o das 16h pra Brasília. Pelo menos, já saí com a conexão BSB-Rio engatilhada e cheguei no meu amado Rio de Janeiro ontem às 21h12 exatamente.
Por Daniella, eu ficava lá até quarta, quando seu marido volta. Pela minha mãe, eu nem teria ido. Disse minha irmã que ela choramingou de saudade os dez dias.
A ida Foi praticamente uma aventura. Saí de casa às 13h e cheguei em solo belenense 1h da manhã. Pior só se tivesse ido de ônibus, que levaria três dias. Não consegui vôo direto e tive que ir para Brasília, no vôo das 16h. Uma vez lá (às 18h), não consegui lugar no vôo das 20h e quase não embarquei no das 20h40, que tinha escala em Macapá, antes de finalmente chegar em Belém às dez pra uma da manhã. Tudo isso porque fui com um amigo que trabalha em uma empresa aérea e tem desconto nas passagens, mas que só pode embarcar se tiver vaga.
I ?#! Belém Não preciso nem dizer que Daniella odeia Belém. Os belenenses que a perdoem (até porque ela não é a única das mulheres dos maridos transferidos a detestar a cidade), mas trocar o Rio de Janeiro por Belém deve ser muito, muito ruim. Além da cidade ser pequena (e neste ponto seria ruim em qualquer cidade pequena), Belém é muito longe do Rio, logo, muito diferente. Está no norte do país, região de pouco desenvolvimento econômico e cultural, comparando com o resto do Brasil, e muito influencidada pela cultura indígena, o que é interessante, mas lhe torna diferente do que temos no sul “maravilha”.
Além das diferenças culturais e da distância geográfica, Daniella está praticamente sozinha na cidade (agora não porque ela traz um pimpolho no seu ventre ruivo) porque seu marido viaja muito. Tenham compaixão dela, belenenses fãs ardorosos da cidade. Ela merece.
Explicações de Daniella I
A primeira vez que ouvi Ananindeua na TV perguntei logo o que era e Daniella me explicou com toda sua má vontade por Belém:
- É a Duque de Caxias daqui.
II
Belém é quase no outro hemisfério. A cidade é muito próxima à Linha do Equador. Pra você ter uma idéia, deixei o Rio com temperatura de 16º, 18ºC e muita chuva e desembarquei em uma Belém de 26º na madrugada. No mês de julho em Belém é verão. Os anúncios de TV e as lojas nos shoppings chamam atenção para promoções de verão. Os telejornais (da ORM) mostram reportagens de praias cheias e shows ao ar livre nas cidades de veraneio do Pará. Quando vi isso, levei um susto e perguntei, confusa:
- Por que eles estão falando em verão?
- Porque aqui é verão, Ana Paula. Você está quase na Linha do Equador, minha filha. Mais um pouco e você cai na Guiana Francesa.
III
Mas Daniella não tem explicação pra todas as peculiaridades de Belém como, por exemplo, não partir o bolo nas festas de aniversário e não dar o endereço de um lugar com rua e número e sim dizer que o prédio tal é na rua A entre as ruas B e C e você que se vire pra achar o prédio. Será que é a proximidade da Linha do Equador faz com que a o povo tenha esses costumes estranhos?
Suspenderam a viagem
Fui param em outro trem
Que beleza de paisagem!
Fomos rumo a Belém
Agora que é tempo
Colher fruta madura no vento
Pequi não sai do meu pensamento
Bacia cheia de manga bourbon
Nasce o sol, nasce uma noite
E o menino também vem
Que beleza de paisagem!
É meu filho e passa bem
Agora é tarde, não dá para adiar a viagem
João tem três anos de idade
Não quero merecer outro lugar
Volto, quem sabe, um dia
Porque os trilhos já tiraram do chão
Olhos as tardes, vivo a vida
Nada é em vão
Volto, quem sabe, um dia
Porque os trilhos já tiraram do chão
Olhos as tardes, vivo a vida
Nada é em vão
Viagem - Vanessa da Mata
(Se antes já gostava dessa música, agora, então, gosto muito mais.)
Onde está Ana Paula? Estou em Belém! Ninguém entende porque estou de férias em Belém, se eu tinha o Rio de Janeiro todo para visitar, mas é que baixei no Pará para visitar a barriga de Daniella.
Até que o calor não anda abrasador e o “serviço” da Pousada Gomes está maravilhoso. Tem até translado incluído para todos os pontos turísticos da cidade!
***
Amanhã volto ao Rio e conto as minhas aventuras nas terras dos tupinambás e marajoaras com todos os detalhes sórdidos.
Enfim, férias! Depois de uma consulta de quase uma hora na homeopata, quando chorei todas as minha pitangas, ela comentou: “É, tem muita coisa nova acontecendo na sua vida, Ana Paula...”
Nem eu mesma tinha parado para avaliar pauleira que eu vinha enfrentando (há muito mais coisas entre o céu e a terra que eu não conto neste bloguinho, meus caros....).
Pelo tom da sua voz, percebi que realmente essa era a melhor hora de sair de férias. Ainda bem que tinha agendado dez diazinhos!