Desapego Ontem baixou uma “Maria arrumadeira” de frente e eu finalmente organizei minha pasta de documentos, tarefa que adiava há anos. Guardei todos os comprovantes de pagamento do cartão de crédito e do celular numa caixa junto os comprovantes de depósito do meu FGTS, contratos de trabalho antigos, contra-cheques velhos e cartas de encerramento de contas em banco. Espero fazer uma pira com isso assim que todos completarem cinco aninhos.
Deixei na pasta só manuais de aparelhos que ainda tenho (pois é, tinha manual até de coisa que já foi pro saco...), meu mapa astral que não entendo, mas me custou a fortuna de R$300,00 e estou quase mandando emoldurar, algumas fotos 3x4 antigas (gosto de ver minha evolução), diplomas, cartas de recomendação e papéis relativos ao meu atual emprego. Ainda reservei uma parte para os recibos para o Imposto de Renda e para as contas de celular e do cartão do ano que vem.
Não era sem motivo que a pasta estava completamente abarrotada de papel: nela estavam guardados até meus boletins do primário! Claro que se guardei os do primário, os do ginásio e do segundo grau estavam todos lá, né? Ainda tinha todos os RIDS da faculdade (uma espécie de boletim também) e 8 anos de boletim da Cultura Inglesa, ou seja, 16 papéis sem nenhum valor só entulhando minha pasta (em tempo: como eu era boa aluna na Cultura. Minha menor média de aprovação foi 7,8 e quando tive uma professora que detestava.). Será uma grande baixa no museu Ana Paula Mattos, mas foi preciso. A pasta já estava disforme e esta quinquilharia só servia pra acumular poeira e ocupar espaço mesmo.
Nessa sanha de picar papel quase mandei pro lixo minha certidão de nascimento.
Hoje tem mais. Tenho que aproveitar esses momentos de desapego. Pretendo arrumar as gavetas da escrivaninha. Depois parto pra parte de cima do armário onde maloco bolsas e mais papel. Com fé, ataco a estante de livros ainda este ano e me desfaço de uns livros que não li nem nunca lerei porque são antigos e me dão alergia.
Coisas que só acontecem na minha família – Parte II O controle remoto Minha tia, que mora em Cordovil, levou o controle remoto da Net da minha outra tia pra casa. Ela pensou que fosse sua “bolsinha de dinheiro”. Praticamente uma Haideé, a cleptomaníaca de América.
Meu pai mandou vasculhar a casa pra ver se não sumiu mais nada de valor. “Ela deve estar acostumada a fazer isso”, dizia ele.
Coisas que só acontecem na minha família – Parte I O amigo oculto Todo ano, alguém leva um gorro de Papai Noel pra festa que vai sendo passado de cabeça em cabeça durante a entrega dos presentes do amigo oculto. Este ano ninguém lembrou do gorro, mas no meio da brincadeira minha tia surgiu com uma peruca que foi passada de cabeça em cabeça durante a entrega dos presentes, tal qual o gorro seria. Me diz: em quantas famílias as pessoas trocam presentes no Natal com uma peruca de cabelos acaju, curtos e enrolados na cabeça?
Natal O meu foi divertido, como sempre. Ganhei dois CDs da Ana Carolina e Seu Jorge quando já pensava em não ter nenhum por conta da superexecução da música “É isso aí” em todas as rádios. O estresse da vez não foi a falta de refrigerante light, como no ano passado e sim a cerveja: compraram Bavária. Meu primo foi à rua salvar a noite comprando umas Skol. Eu fiz minha indefectível torta de bacalhau e uma torta de leite condensado que é show.
Por conta do cansaço do trabalho e da semana de festas e confraternizações antes do Natal, estava exausta e na noite de 24 dormi antes da meia-noite. Fui acordada para o amigo oculto, que este ano foi o mais perfeito exemplo de coisas que só acontecem na minha casa.
O mundo é mau, Juvenal No dia seguinte a festa, Larinha caiu doente com um febrão, tosse e tal. Teve que ficar de molho em casa até terça. Ela disse que estava com saudade dos coleguinhas da escola e reclamou:
- Ninguém veio me visitar.
E minha irmã tentando colocar panos quentes:
- Ah, é que eles moram longe.
E ela mais que depressa:
- Não é, não. A L., por exemplo, mora na rua aqui do lado.
O evento do ano O evento do ano foi dia 2 de dezembro: aniversário de 5 anos de Larinha. A festa mais esperada dos últimos tempos. O tema era Hello Kitte e a festa foi realizada “numa nova casa de festas na Rua Cabuçu”, como Lara gostava de anunciar. Não era nenhuma Salamê-minguê, casa de festas infantis que tem até roda gigante e é o sonho de consumo da Lara, mas “era o que mãe podia pagar”, como ela também fazia questão de repetir para se conformar.
A espera da festa foi agitada e no dia Lara estava indócil. Falava mais que pobre na chuva. E ainda quis ir ao salão ter “aquele ventinho quente no cabelo”, ou seja, fazer escova. Ela ainda “cortou as pontas do cabelo pra dar força”, outro mantra que ela repetia para se convercer de que cortá-lo era preciso.
Ela deu as orientação para a festa: - Não quero animação. Quero as crianças soltas.
Ela não quis aquelas brincadeiras com os recreadores porque acha muito chato. “No Salamê-minguê eu nem fui brincar lá”. Realmente. Na última festa que fomos na casa, ela foi a única criança que não participou da recreação.
Depois de esbaldar, ela ainda terminou sua noite às 2h, quando terminou de abrir todos os presentes.
Pesadelo Pesadelei que minha tatuagem havia desaparecido. Isso mesmo: um belo dia, ela tinha sumido da minha pele. No sonho eu ficava desesperada, achando que o sumiço tinha sido causado por algum creme.
Claro Desde o dia 13 minha linha de celular não faz ligação nenhuma, nem pra consultar a caixa postal. Liguei pra Claro bufando e fui informada de que minha linha foi clonada, por isso bloqueada, e que deveria trocar meu aparelho por um GSM para evitar este transtorno novamente.
Pra começo de conversa, a empresa tinha que ter entrado em contato comigo para me avisar. Não o fez. Simplesmente me cortou a linha, me deixou sem celular no dia que eu mais precisei (um evento de trabalho fora do meu prédio) e ainda me obriga a trocar de aparelho. E olha que o meu nem é tão antigo assim, é só de 2003. Tudo bem que eu devia ser a única cliente com aparelho sem tecnologia GSM e continuaria assim até ele não suportar mais, mas tinha que me obrigar a fazer esta troca no final ano, justo quando as lojas Claro estão a sucursal do inferno de tão cheias?
Pra piorar, eu ainda terei que trocar de plano porque o plano que eu tenho não existe mais. Vou fazer um mais barato. Sempre sobrava minutos no meu plano antigo mesmo.
Xenofobia Nada contra estrangeiros na vida real, mas eu não suporto o núcleo turco-árabe de Belíssima. Dos nomes das personagens ao sotaque, tudo me irrita.