Até pouco tempo, consultava o Dicionário Michaelis, mas agora ele é conteúdo exclusivo de assinantes UOL. Será que alguém sabe indicar um dicionário online bom?
Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus
Pedaço de mim
Chico Buarque/1977-1978
Para a peça Ópera do malandro, de Chico Buarque
Chico Buarque: E aí, Morengueira, passou no teste da farinha?
Moreira da Silva ou Kid Morengueira: Ô, rapaz, sentei estava tudo bem,...
Risadas do Chico, recheadas de nicotina .
Moreira da Silva:... tudo certinho. Só tem saída, entrada, neca. Never!
Esta é a introdução de Doze anos em Ópera do Malandro, de 1979. Me fez lembrar minha avó Rita. De vez em quando, ela nos mandava contar as preguinhas do cu. E completava:
– É pra ver se estão todas lá...
Eu era criança e na inocência dos pequenos, perguntava:
– Como é contar preguinha, vó?
Ela, muito didática, respondia, fechando a mão e mostrando o pequeno orifício todo enrugado entre o polegar e o indicador que se formava:
– Este é o seu cu. Ele é cheio de preguinhas. Você pega um alfinete e vai contando (a aí ela fingia que contava as pregas do tal buraco) pra ver você ainda tem todas.
Na mesma ocasião, ouvi um palestra do presidente da Comlurb, Sr. Paulo de Carvalho. Ele falou dos investimentos da empresa no patrimônio humano (como chama agora os funcionários) e também nos equipamentos e processos de trabalho. Muito interessante, mas fiquei com uma dúvida: logo no início do discurso, ele afirmou que a Comlurb tinha um exército de mais de 19 mil funcionários e agora tem quase 14 mil em seus quadros.
Pergunto: o que foi feito destes aproximadamente 5 mil funcionários dispensados?
Se o Sr. Paulo de Carvalho me mostrar um programa de demissão que dá ao funcionário um norte após a perda do emprego, eu passo a acreditar em responsabilidade social ( e fico ainda mais encantada com a Comlurb), pois acho que a pedra no sapato das empresas que se dizem socialmente responsáveis está nas demissões em massa e o impacto disso nos demitidos e nos que ficam na empresa.
Hoje tive o prazer de assistir a uma apresentação do Coral da Comlurb. Eles são maior arroz de festa e vão a todos os eventos para os quais forem convidados. E vale a pena convidá-los.
Menos pela técnica e mais pela animação, descontração e alegria estampada nos rostos daqueles funcionários, o coral agrada a qualquer público.
Regido por um negro, o coral é formado em sua maioria por morenos e negros (só tem um branco, quase louro) que se apresentam com uniformes de garis. Eles não são bonitos, pelo contrário: são tipos bem comuns e sem nenhum glamour, mas têm graça e molejo.
As vozes são acompanhadas por cavaquinho, tamborim, chocalho, tantam, aqueles tocos de cabos de vassouras usados para marcação (que eu não sei o nome...) e uma mui simpática cuíca tocada por um não menos cativante senhor negro, de bengala, que trajava calça preta e camiseta de crochê, sandálias de couros nos pés e um chapéu, no melhor estilo sambista da antiga.
O repertório é composto de MPB e samba. Durante a apresentação, eles se empolgam, sorriem, soltam os braços, sambam. É muito bonito de se ver. Fiquei emocionada. O coral é uma louvável iniciativa da Comlurb e confere dignidade e orgulho àquelas pessoas acostumadas a serem desrespeitadas e ignoradas no dia-a-dia. Além, claro, de lhes dar uma cultura musical maior e a oportunidade de se expressar artisticamente, muitas vezes expondo um talento há muito escondido.
Sábado, quase virada (afinal, só dormi três horas), fui à praia com Fernanda. Não consegui trocar a canga manchada porque não achei o vendedor. Merda.
Apesar dos apelos de Fernanda, resisti aos doces e ao Mc Donald’s e fomos ao natural (mais uma vez e sempre!).
Me atraquei com o pão de mel trufado, mas fiquei de olho mesmo foi na casquinha do Mc.
A noite foi de sonhos. Estava cansada pra burro e dormir cedinho.
Domingo teve festinha da Carol em seu novo apartamento. Só foi a diretoria, a galera mais responsa mesmo. Petit comite, sim, mas de graaaaaaaande qualidade. Comi feito uma porca e ela ainda mandou um monte de docinho e dois pedações de bolo pra Yara.
Interrompi o que estava escrevendo para cá porque lembrei de fazer meu relatório diário de atividades do trabalho (que por sua vez foi interrompido pela chuva que me expulsou do trabalho) e o check list do evento que será realizado quarta que vem e ainda não está nem metade pronto.
Muito espirro, falta de ar, dor de garganta. Uma crise de rinite braba se abateu sobre mim ainda no domingo e não me deixou dormir na noite de segunda. Meu dia foi péssimo e a noite posterior, pior ainda. Desta vez, tive uma dor de cabeça fortíssima que me fez acordar várias vezes durante a noite.
Pra piorar hoje eu fui trabalhar toda serelepe de saia, camiseta e chinelinho e peguei maior chuva na volta. Tudo bem, eu estava de capa e guarda-chuva, mas molhei meu pé todo, o que me garantiu um início de dor de garganta. Muito legal.
O cara que eu beijei era um polvo. Ele tinha oito braços e enquanto eu tentava evitar que um levantasse minha saia, outros já surgiam com o mesmo intuito. Situação desagradável. Parecia mais uma luta que um amasso. Pra piorar, ainda perdi meu brinco de estimação.
A freqüência masculina é que continua em baixa na Matriz. A rapaziada é muito feia e não sabe chegar. Eu, que estava aflita por um beijo na boca, tive que tomar uma Piña Colada e uma Skol pra conseguir ficar com alguém.
No início, Janot estava fazendo algumas experimentações e tocou umas músicas que eu desconheço, mas depois voltou “ao de sempre”. Teve até “Maresia”, pra comemorar a volta da Roberta, e o set das mal-amadas com a empolgante e vingativa “Vou festejar”.
Sexta foi a volta triunfal de Roberta à pista da Casa da Matriz. Na verdade, foi o regresso de outros “sócios”: Guilherme, exilado em Lambari voltou exibindo nova silhueta, e eu mesma, que já não dava as caras por lá há quase um mês.
Fernanda nos acompanhou e dançou all night long. Anda me surpreendendo, essa menina...
Essa aconteceu quando eu e Roberta estávamos indo pra Loud!. A gente pega o fabuloso 254 – Madureira-Praça XV, que não é um ônibus, é um mito. Tudo acontece dentro do 254...
Sábado à noite o 254 é invadido por adolescentes (e outros nem tanto), vestidos de preto, com correntes nas caças e, não raro, um rato branco na mochila, que se dirigem ao Garage na Praça da Bandeira. Tem também um maluco de plantão e as pessoas normais e desprovidas de carro particular. Tudo na maior paz e harmonia.
No dia da Loud!, o maluco de plantão era uma criatura que falava altíssimo, estava sentado lá na frente e puxava papo com o motorista.
Quando chegamos à UERJ, o motorista parou o ônibus e desceu. Assim, sem falar nada. OK, o cara queria ir ao banheiro e não há problema nisso, mas aí começaram a crescer as vozes dentro do coletivo. Os adolescentes, em polvorosa, falavam mais alto. Então, o maluco levantou do seu assento e começou, gesticulando e andando na direção deles:
– Calma, calma, calma...
O cara parecia que queria amansar um animal ou evitar uma briga. Ele repetiu “calma, calma” até que o ônibus ficasse em silêncio. Um gaiato brincou:
– Se eu ficar mais calmo eu durmo!
Quando o motorista voltou, a paz reinava no ônibus.
Tenho que fazer atividades ao ar livre. Minha homeopata receitou. Ela sugeriu que eu caminhe antes de ir para o trabalho.
Que agradável eu passeando pelo Campo de Santana, seguindo pela Vinte de Abril, cruzando a Praça Cruz Vermelha... Que vista bela, que ar puro! Acho que vou começar amanhã mesmo.
A quantidade de gente espírito de porco no mundo me impressiona...
Fui almoçar com a Fernanda. Como tinha uma mesa para 4 livre e minha bolsa estava pesava, resolvi marcar lugar antes de pegar meu prato.
Quando chego à mesa, uma mulher está sentada. Pergunto:
– Você está sozinha? É que eu marquei lugar... E aponto as bolsas.
– Eu estou sozinha.
A vaca não mexeu um músculo e continuou na mesa. Quase pude ouvir seu pensamento: incomodados que se mudem.
Havia várias lugares para um pessoa, nas outras mesas do restaurante, mas nenhuma mesa para 2 vaga.
Eu e Fernanda não nos fizemos de rogada: sentamos na mesa que já havíamos reservado, junto com a péla saco.
Precisa ser muito inconveniente para querer sentar sozinha entre duas pessoas conhecidas, tirar a liberdade das duas para conversar e ainda por cima ocupar um lugar, em uma mesa que já é pequena, HAVENDO OUTRO LUGAR NO RESTAURANTE, mas ela estava no seu direito de sentar ali. Nós entendemos isso, tanto que deixamos ela ficar, ainda que nossa vontade fosse furar seus olhos com o garfo...
Seguramos o ímpeto de cegá-la, mas não pudemos evitar a energia negativa pra ela e nossa vingança foi boa. De repente, não mais que de repente, a mulher deixou cair um belo pedaço de carne assada CHEIA DE MOLHO na sua linda calça BRAN-CA! Que pena... Acho que ela deve ter aprendido a lição: nunca sente em mesa reservada!
No sábado, comemos em um restaurante badalado (pelo a fila na porta na sexta anunciava isso), um tal de Buzin.
O preço da comida era caro (R$2,03), mas nada que assustasse quem trabalhou mais de um ano na Barra da Tijuca e sabe o que é pagar mais de R$2,00 por 100gr de salada...
Na hora da sobremesa é que veio o choque. Resolvi pedir uma torta de limão, minha segunda preferência em doces, depois do chocolate.
Só por curiosidade, perguntei o preço antes de pedir. Qual não foi minha surpresa ao ouvir do garçom que a fatia custava R$4,50. Restaurante sem “loção”! Onde já se viu cobrar R$4,50 por uma fatia de torta?!?!?! A torta devia ser feita com limões plantados por monjas mancas de um convento no Nepal pra custar tão cara assim!!! E eu nem sabia se a torta era boa...
Cancelei o pedido e entrei na sorveteria Itália, onde paguei mais de R$7,00 por um potinho de sorvete feliz da vida.
Sempre que vou à praia, tomo meu Guara Plus Diet, como meu biscoito Globo e almoço no natural vejo como a vida pode ser boa e fico realmente feliz de poder aproveitá-la.
Para eu ser completamente feliz hoje, eu queria um beijo gostoso na boca, uma massagem nos pés e dormir de colherinha.
Depois de tentar negociar sem sucesso o preço de uma canga com dois camelôs, consegui barganhar uma vermelha com dragões dourados.
Humf! Não é que a vagabunda da canga já manchou? Pensei que saísse quando eu lavasse. Qual o que! A água do mar manchou a tinta dourada e bem no meio do pano está um borrão mais escuro. Que ódio! Como eu sou cara de pau, vou voltar no camelô e negociar a troca por outra canga.
Com Roberta em Sampa, descolei outra companhia pro praião do feriado. Fernanda, que reluta em acordar cedo, madrugou e às 10h30 já estava me ligando e perguntando se eu não ia praia.
A mulher é branca de assustar (dá medo quando você a vê de biquini. A gente pensa logo: “Meu Deus, ela vai ficar muuuuuuuuito vermelha se pegar esse sol!”), mas não se aperta: manda logo um protetor “bunito” e fica sob o sol sem reclamar. Fernanda é uma privilegiada. É daquelas brancas, sem marcas de machucado, sardas e afins e ainda não fica vermelha quando vai a praia (também não fica morena, mas só não ficar com aquela cor pavorosa, parecendo um pimentão, já é um adianto...).
Um feriado quarta-feira vem bem a calhar. É uma quebra no ritmo da semana, uma pausa pra tomar um fôlego e recomeçar. Foi melhor ainda tê-lo nesta semana, quando o trabalho está especialmente mais pesado e cansativo.
Só lamento que sendo um feriado do Dia da Consciência Negra não tenha havido muito barulho em torno disso.
Lado bom Praias
Descanso
Bronzeado
Intestino funcionado às mil maravilhas (coisa rara em viagens!)
Lado ruim Quarto desconfortável
Banheiro vazando
Mosquitos
Mau atendimento
Ruas esburacadas
Consumo desenfreado
Falta um homenzinho (ou melhor, dois!) pra animar o final de semana
Crise de rinite no domingo
Olhando assim, até parece que o saldo foi negativo, né? Mas não. O relax foi tanto que compensou todo o estresse com a pousada. Topo até repetir a dose pra conhecer as praias que faltam.
Estou farta de ver vitrines. Fora as praias, é a única coisa que tem pra se fazer em Búzios de de manhã até à noite.
Todos consomem. Achei isso muito estranho e me senti out por não compartilhar daquele comportamento bizarro. Se estou de férias, não vou querer ficar fazendo compras nas mesmas lojas que encontro na minha cidade, ora... Queria um artesanato local, souvenir, aquelas coisas bregas que tem em todo lugar. Mas lá não tem!
Pra não dizer que não consumi, comprei o presente da Carolina lá: um lustre de papel maravilhoso. Foi a única coisa diferente que vi nas vitrines.
Não é à-toa que tem muitos casais em Búzios. As águas limpas, claras e tranqüilas são um convite ao sexo gostoso e molhado.
Até tentei descolar uma companhia e liguei pro ex-quase-futuro PA que estava em Rio das Ostras, mas claro que ele não aceitou meu convite pra sair... Se estando na mesma cidade que eu ele já não aceita, que dirá estando em outra...
Alguém falou que em Búzios tinha pegação. Me enganaram! Quero meu dinheiro de volta!
Os únicos gatinhos que vimos foram os atendentes do Chez Michou. Por causa deles, comemos um crepe salgado cada uma, bebemos refrigerante e ainda pedimos outro crepe doce. A vontade era de continuar ali sentada e babando para aqueles pitéus, mas não deu.
Adriana classificava os caras assim:
– Aquele ali pode me jogar no chão frio e duro. Aquele só no chão duro.
Me amarrei em um magrelinho, quase alto (para mim todos são altos), de cavanhaque, cabelo grande e desgrenhado e argola na orelha que dançava na minha frente com uma gostosura e desenvoltura inebriantes. Este podia me jogar em qualquer lugar.
Não deu tempo de conhecer todas as praias, mas visitamos Geribá, Tartaruga, Forno e Ferradura e achei tudo ótimo.
Geribá foi a que menos gostei, ainda mais porque ficamos na parte de gente feia, como eu não cansava de repetir, depois que tomei uma caipirinha (pobre, Adriana...).
Apesar das águas geladérrimas, aproveitei as águas calmas. Eu e Adriana ficamos maravilhadas com a possibilidade de fazer xixi calmamente sem ondas ou pessoas por perto, já as praias estavam meio vazias.
Durangas (e corajosas) que somos, ficamos em um albergue da juventude. Quando fizemos a reserva, a mulher falou:
– Vocês vão ficar no anexo.
Medo! Pavor! Pânico! O que será o anexo, meu Deus???
De fato, o anexo era medonho. O primeiro quarto que a dona nos ofereceu era um muquifo: minúsculo, com teto (baixo!) de palha (Só fiquei pensando se uma brasa trazida pelo vento pousasse ali... Que festa! O quarto ia lamber em um minuto!) e com uma árvore no MEIO do banheiro (Tenho a impressão que só conseguiríamos tomar banho sentadas no tronco...).
Minha cara de repulsa foi tanta que a mulher tratou de oferecer outro quarto rapidinho. Este não era muito diferente do outro, não, mas pelo menos tinha telha de barro e um banheiro que julgamos decente. Ledo engano... Justamente o banheiro deu problema. Talvez o tronco de árvore nos desse mais sorte.
Sexta, depois do banho, notamos que vazava água do banheiro. Pensamos que fosse má vedação do box. Hunf! Era o vaso! Só descobrimos isso no sábado quando chegamos da rua, por mais de uma da manhã...
Como o anexo era um anexo meio longe da administração da pousada, não tínhamos nem a quem recorrer para conseguir um pano de chão! Distribuímos o JB do dia pelo chão do quarto e eu tive que dormir quase em baixo da pia (sim, o quarto tinha uma inexplicável pia de cozinha) e grudada a porta, de tanta água que tinha no meio do quarto.
Noite cão, despertar dos infernos! Logo após meu primeiro xixi dominical, o vaso ganho vida e devolveu minha urina diluída em água para todo o banheiro e quarto, agora com a força de um vulcão.
Adriana acordou mais puta do que eu (minhas reclamações enquanto ela dormia fizeram isso). Arrumamos nossas malas, partimos para administração exigindo um outro quarto para que pudéssemos tomar banho depois da praia. Fomos logo atendidas, mas teve um engraçadinho (marido da dona) que quis tirar a gente por sonsa e ficou perguntando sobre as praias, ao invés de tomar providências sobre o vazamento.
O quarto para o qual fomos transferidas era lindo. Se tivéssemos ficado nele desde o começo, a viagem teria sido melhor ainda. Segundo o outro dono da pousada, teríamos ficado naquele se tivéssemos reservado com mais antecedência (leia-se: um mês, pois reservamos com quinze dias).
Entre mortos e feridos, salvaram-se as praias, sem dúvida, o melhor de Búzios.
Sexta-feira, 15 de novembro de 2002. Faz de conta que esta data que está parecendo aí em cima.
Fernanda amarelou, mas Adriana, guerreira como eu, topou encarar um albergue da juventude em Búzios no feriado.
Ela dormiu aqui para que saíssemos às 5h da manhã de sexta de casa. Todo mundo pensou que sair tão cedo fosse exagero, mas só assim não pegamos trânsito (aliás, pegamos, sim, um leve engarrafamento na ponte). Conseguimos chegar na pousada antes das 8h, a tempo de pegar o café da manhã.
A estrada pra Búzios é ótima (também com pedágio da via lagos a R$7,20 a pista deveria ser rolante para economizarmos gasolina...), mas avenida principal da cidade está toda esburracada. Um vexame! O Ka sofreu um bocado...
Ganhei um chocolate do Janderson, o rapaz do suporte de informática que TODOS os dias diz que estou linda.
Parece que ele decidiu ser mais agressivo na corte que anda me fazendo e resolveu me mimar com presentes. Disse que da próxima vez vai me dar flores.
Se eu disser que não gosto, vou estar mentindo, mas lamento profundamente ele não ser o meu tipo. Será que ele não poderia ser um pouco mais alto, mais forte e mais velho pra me atrair??? Ai, ai...
Uma coisa eu tenho que reconhecer: o cara é decidido! Ele diz que eu estou na linda na frente de qualquer um; sempre que liga lá pra sala me manda um beijo, não importa quem tenha atendido o telefone e agora ainda faz surpresas... É uma atitude louvável porque tem muito cara (e mulher também) que morre de medo de se expor, de ousar conquistar o outro. Espero que ele tenha toda essa determinação quando gostar de uma menina que também goste dele.
Uma galera já compareceu ao site do Ibest pra votar no HTP e olha o que aconteceu: esse simpático, didático e lúdico blog está entre os cinco mais votados na sua categoria!
As donas do circo agradecem os votos e chamam seus militantes para a arrancada da vitória, convocando a todos para conseguirem mais um votopara o HTP.
Oba! Vou me divertir um pouco: Jimmy está online e Leonardo não consegue ler minhas mensagens porque elas estão indo em branco, ou seja, vou poder xingá-lo do que quiser!
Falando sério
Não queria ter você
Por um programa
E apenas ser mais um na sua cama
Por uma noite apenas
Falando sério
Entre nós tinha que haver mais sentimento
Não quero seu amor por um momento
E ter a vida inteira pra me arrepender
Acabei de ouvir no rádio na voz da Simone (que eu nem gosto tanto assim). Prestei atenção na letra e quase chorei. Linda. Por que tinha que tocar justo hoje que estou tão sensível?...
No meio da confusão de brindes, Jackie sugeriu um que veio bem a calhar já que falávamos de pessoas que acham que tem que impor sua autoridade no grito:
– Ao Che Guevara, que avisou “hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamas!”
Primeiro perdi a fome e parecia ter um bolo na garganta. Nada descia. Com o passar das horas, a fome veio e com ela a vontade de descarregar toda minha angústia, raiva, decepção e impotência na comida. Deu no que deu: fui pro japonês e me atraquei com um Yakmeshi. O troco foi devidamente gasto no Mundo Verde em uma simpática, porém não muito boa, banana passa com chocolate.
Ai, como é bom ter boas companhias para o almoço! Desopilei o fígado e me divertindo com um nabo. Sim, um nabo. Eu explico: Cláudia pediu um nabo para limpar uma gota de molho que caiu na sua blusa. O nabo foi a sensação da mesa! Todo mundo queria ver, pegar. Não sabíamos da capacidade detergente do nabo. Acho até que vou comprar um pra lavar roupa, já que o Raul fez questão de levar o do japonês pra casa... Nós já alertamos o rapaz: nabo somente para uso tópico, nada de uso interno.
(A frase em si não tem a menor graça, mas rio sozinha imaginando a cena: ELA com várias cachorras ao seu redor, como aqueles caras que levam um monte de cachorro de madame pra passear e quase tropeçam nas muitas coleiras.)
"A diferença entre aquela sexta e a da semana passada não era apenas a chuva. Se bem que, pensando bem, o tempo até poderia refletir seu espírito se fosse comparar os dois dias. Na semana que passou, havia sol, céu azul. Tudo parecia um pouco mais colorido à luz solar e ela parecia mais bonita. Naquele dia, no entanto, não havia motivos para sorrir. A sandália que havia colocado não combinava com a água que caía, deixava seus pés molhados e o humor, péssimo. Pensava nele. Pensava em no quanto ele reservava atenção para outras pessoas, em especial para seus amigos (e amigas) e tão pouco sobrava para ela. Na verdade, precisava colocar de vez na cabeça a idéia de que, para ela, ele só reservaria isso mesmo: alguns sorrisos quando tentava seduzi-la. Nas outras ocasiões, mostraria-se preocupado, atencioso, gentil, apenas com aqueles poucos escolhidos que eram definidos por ele como pessoas interessantes. Grupo do qual, definitivamente, ela não fazia parte.
Pensava sobre isso enquanto abria a porta de casa. Da casa para o trabalho, do trabalho para casa. Havia dirigido remoendo a frustração de estar sozinha em mais um final de semana, querendo tanto alguém que, ela sabia, também estava sozinho. Nada fazia muito sentido, mas, pelo menos naquele momento, uma coisa a confortava – iria entrar, tomar um banho e dormir. Nem ligaria a TV, desligaria o telefone e apagaria a si mesma antes das nove. Assim, a noite passaria mais rápido e, quem sabe, o fim de semana.
Isso se ela conseguisse entrar. Alguma coisa havia se instalado no vão entre a porta e o chão, impedindo a porta de se mover mais que uns 10 centímetros.
- Não, não, não...
Ela se abaixou e tentou enfiar um papel embaixo da porta, um espelho, coisas de pequeno porte que havia na sua bolsa, mas o objeto, seja lá o que fosse, estava irredutível. Encostou a cabeça e teve vontade de chorar. Por não conseguir entrar em casa. Pelo péssimo desempenho em conduzir sua paixão."
Roubei da Fernanda, mas o motivo foi nobre. Não é lindo?
eu sei que atrás deste universo de aparências das diferencas todas a esperança é preservada
nas xícaras sujas de ontem o café de cada manhã é servido
mas existe uma palavra que eu não suporto ouvir e dela não me conformo
eu acredito em tudo mas eu quero você agora
eu te amo pelas tuas faltas pelo teu corpo marcado pelas tuas cicatrizes pelas tuas loucuras todas minha vida !!
amo tuas mãos mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer das minhas
amo teu jogo triste as tuas roupas sujas é aqui em casa que eu lavo
eu amo a tua alegria mesmo fora de si eu te amo
pela tua essência até pelo o que vc podia ter sido
se a maré das circunstâncias não tivesse te banhado nas aguas do equivoco
eu te amo nas horas infernais e na vida sem tempo qdo sozinha bordo mais uma toalha de fim de semana
eu te amo pelas crianças e futuras rugas
te amo pelas tuas ilusões perdidas e pelos teus sonhos inúteis
amo teu sistema de vida e morte
eu te amo pelo que se repete e que nunca e igual
eu te amo pela tuas entradas saídas e bandeiras
eu te amo desde os teus pés até o que te escapa
eu te amo de alma pra alma
e mais que as palavras ainda que seja através delas que eu me defendo qdo digo que te amo
mais que o silêncio dos momentos difíceis
qdo o próprio amor vacila.
Está no show da Bethânia. Uma amiga me passou pelo ICQ. Não, não foi uma declaração de amor a mim. Ela só me mandou o texto porque gostou e sabe que eu gostaria.
Sábado à noite, eu e Adriana lamentamos não gostar de beber. Se gostássemos teríamos programa pra fazer. Era só sentar num boteco, encher a cara e tudo ficaria lindo. Mas não! Quem mandou ser abstêmia? Na falta de uma festa boa pra ir, ficamos em casa, chocando jacaré.
Estou eu, toda pimpona, experimentando dúzias de biquínis na loja Aguazul, quando ouço uma voz masculina no provador.
Na cabine ao lado, enquanto uma menina experimentava o biquíni, seu namorado a observava. Isto não teria o menor problema se eu não estivesse no provador ao lado. Podem achar que é frescura, mas me senti incomodada com a presença de um cara de pau duro no provador. Sim, ele estava de pau duro e tentava esconder com a cortina! Uma cena ridícula!
Qual não foi minha surpresa ao chegar um segundo casal!
Fui reclamar com a vendedora e ela falou que a loja tinha artigos masculinos e, portanto, era a permitida a presença de homens nos provadores.
– Mas eles não estão experimentando roupa!
E a imbecil me fez uma cara de quem não podia fazer nada... Só não saí da loja e fui comprar em outro lugar porque preciso mesmo de um novo biquíni e o que eu tinha escolhido me satisfez, mas tinha planos de comprar canga ou saída de praia e abortei a idéia em parte por conta do atendimento.
Como sou uma pessoa ácida, antipática e vingativa, já planejo fazer plantão na porta da loja com um homem ao meu lado e esperar o momento de maior movimento no provador para experimentar uma peça e chamá-lo para me ver, constrangendo todas as outras clientes que, tenho certeza, irão reclamar, como eu fiz, e quiçá! sairão da loja sem comprar nada!
Como chegamos tarde ao shopping, não deu tempo de experimentar todos os biquínis que queria antes de decidir qual levar, então, a compra do novo modelito foi adiada para o dia seguinte.
Sábado de manhã, lá estávamos eu e Adriana no Nova América, caçando biquínis e saias jeans.
Deu tempo de pegar a última sessão de Casamento de Grego. Uma comédia leve, que valeu o ingresso e serviu para me desestressar.
O pai da Toula, protagonista do filme, é inspirado no pai da Adriana. Quase pude ver tio Jaime na tela, quando a personagem do pai diz, sobre o namoro de Toula:
– Mas eles estão namorado e o rapaz nem vem falar comigo!!!
– Mas ela tem 30 anos!, diz alguém mais sensato.
Já a decoração da casa dos Portokalos e a recepção para os pais do noivo me lembrou minha própria família. Quando os pais do Sandro, marido da minha irmã, vieram aqui pela primeira vez era aniversário da Luciana e deviam ter umas 20 pessoas na minha casa, todas comendo, bebendo e BERRANDO, como acontece em todas as festas.
Ah, e minha mãe sempre oferecendo comida ao meu cunhado é igualzinha a Sra. Portokalos.
(Minha mãe sabe que irrita meu cunhado quando lhe oferece comida, mas não deixa de fazê-lo até hoje. Um dia, ele se emputeceu:
– Ô, Yara, tu pensa que não comida na minha casa é?
– Ah, e tem?, respondeu calma e cinicamente minha mãe.)
Adriana, vulgo “Lorão”, estaria no IFCS, então, marcamos de nos encontrar no Centro.
– Te pego às 17h30 na Praça Tiradentes.
– Na Tiradentes?, estranhei.
Por que marcar no meio do caminho se podíamos nos encontrar no IFCS, cinco minutos da Tiradentes? Mas como Adriana tem um lógica própria, não quis entrar em atrito argumentando e topei.
17h30 a palhaça, digo, eu chego ao local marcado.
18h20 Adriana liga pro meu celular, diz que esqueceu a hora e que está indo pro estacionamento buscar o carro.
Não preciso nem dizer que bufava no celular, berrava em pela Praça Tiradentes, completamente descontrolada.
Historinhas de final de semana (Afinal, é disso que o povo gosta.)
Como é do conhecimento geral, a festa de um ano do O mundo é estranho era pegadinha, não aconteceu. Roberta roeu a corda minutos antes do pontapé inicial da esbórnia de final de semana e esculhambou com a programação de meio Rio de Janeiro (minha, inclusive!) que se preparava para lotar a Casa da Matriz e cantar Parabéns pra você pro querido blóguinho.
(Que ironia: Roberta que não falta nem em batizado de primo da vizinha mesmo quando está com dor de cabeça, teve que cancelar sua própria festa por conta de uma inflmação de garganta...)
Restou-me parar no Nova América para tentar comprar um biquíni e foi o que fiz em companhia de “Lorão”.
Meu cunhado é muito indolente, por isso, no sábado (não este sábado; no sábado que o meu computador voltou a vida) passado “garrei” ele à unha e pedi pra ele ver o que havia de errado meu computador.
Em uma rápida checagem, ele descobriu que há um problema no HD, mas que ainda assim a máquina podia voltar a funcionar. Só me recomendou que comprasse logo um HD, antes que este pifasse de vez.
Também falou pra eu comprar um mouse novo porque o meu está uma merda (ele tem razão) e me informou que meu CD-Rom, que há muito dava erro, realmente foi pro caralho, mas que não preciso comprar um porque ele tem um sobrando em casa. (Veja como são as coisas, estou há meses sem o CD-Rom e o bruto nem pra me dizer que tem um em casa dando bobeira... Cunhados, cunhados, melhor não tê-los.)
Moral da história: vou gastar uns 300 “royal” no HD + um mouse novo.
Aloysio disse que não gosta do nome 3x4 Colorido. Segundo ele, o nome não tem a ver com o conteúdo do blog, não transmite exatamente meu estilo. Confesso que não acho o nome genial, mas também não sei que título se adequaria ao meu "estilo"(sem piadinhas, por favor).
Além do mais, o 3x4 Colorido já virou meu sobrenome.
Na praia, no domingo, ficamos falando de tombos de bêbado. A história mais ridícula foi uma que eu contei.
Um amigo meu tem um amigo que quando fica bêbado simplesmente apaga, dorme um sono profundo, onde quer que esteja. Certa vez, voltam o bêbado sonolento e os amigos de uma noitada e resolvem parar para tomar um caldo verde.
Papo vai, papo vem, quando os amigos olham para o bêbado dorminhoco, ele está com a cara mergulhada no prato de caldo verde, obviamente, dormindo.
Os amigos o sacodem para que ele acorde.
– Levanta, levanta, cara! Vamos embora!
E o bêbado levanta a cabeça, afastando as couves da frente dos olhos e colocando-as atrás da orelha, como se fossem seus cabelos:
– Que ir embora o que! Isso aqui está um fervo*!
*Gíria gay para dizer que a festa está bombando. ....
Outra deste mesmo cara.
Um dia ele foi encontrado estirado no chão, com meio corpo para dentro do apartamento e o resto para fora. Na mão, 100g de mortadela e milhares de formigas se servindo do banquete.
Os vizinhos ficaram desesperados achando que o cara tivesse morrido. Qual o que! Ele estava dormindo mesmo.
Caí no conto da Loud! mais vez! Eu, que tinha me jurado não mais voltar ao Cine Íris, sucumbi ao apelo da última Loud! do ano... Eu e meio Rio de Janeiro! O Cine Íris estava lo-ta-do! Não deu nem pra ficar na pista do meio. Passei a noite no terraço. Que jeito... Pelo menos lá estava fresco.
Como é bom poder comer. Comer o que quer. Comer em um lugar limpo. Comer uma comida bem feita, bem temperada, gostosa.
Como é bom poder comer onde e o que quer por dois dias seguidos: ontem, fui ao natural; hoje, ao japonês. Eu queria. Tinha dinheiro e pude satisfazer meu desejo.
Assim como eu, alguns poucos podem satisfazer este desejo de comer o que querem e onde querem. Nós somos os poucos felizes.
Fica até chato eu falar aqui como foi maravilhoso meu final de semana...Dane-se! Vou falar!
Domingão de sol, “quase 9”, reunião das “donas do circo”. Há muito a gente não se reunia e foi maneiro trocar idéia com Roberta, Vanessa e Nara. O papo deu pano pra post. Aguardem novas definições de palhaços no dicionário da Narinha.
Muito biscoito Grobo com Guaraplus diet depois, rumamos para o natural para um delicioso almoço ajantarado regado de mais sandices.
Me atraquei com arroz natural, lentilha, peixe, cenoura e salada de repolho com iogurte e Coca Light. É muito raro eu querer repetir comida (doce eu repito na boa!), mas confesso que cairia dentro de outro prato desses. Pra rebater, um pão de mel trufado (coisa de louco!) com um café expresso.
Marcamos no BB da esquina da Assembléia com Rio Branco (acho que foi isso) às 18h15. Ele disse que estaria de terno azul e gravata vinho. Qual não foi minha surpresa ao passar pelo ponto de encontro às 18h e encontrar um homem velho (de uns 50 anos) de terno azul e gravata vinho parado lá!
Fiquei apreensiva. Passei direto e atravessei a rua. Pensei que o malandro tivesse me sacaneado.
Esperei até as 18h15 pra ver se outro cara de terno azul e gravata vinho aparecia. E apareceu.
De longe, via um carinha na esquina. Ligar pro celular do leitor e vi o rapazinho atender. Ufa! Estava livre do velho!
Paramentada com minha roupita nova nº 2 (blusinha verde, colar de sândalo e blábláblá, como eu contei lá em cima), marquei de conhecer um leitor do HTP. Ele faz direito e estava de terno. Quando falei minha roupa, ele comentou:
– Fashion...
(Não contem pra ninguém, mas o que eu acho bizarro mesmo é usar terno neste calor causticante, mas tudo bem...)
Na verdade, encomendei ainda um tênis verde na mesma loja onde comprei o chinelo. Não resisti ao apelo daquele verde alface... E só R$29,90... Tenho que ter um desses!
Fazia tempo que não gastava dinheiro em compras, mas este mês arrebentei! Depois das roupas na Mercatto (bem, elas foram presente da minha madrinha), fechei o mês com um chinelinho branco com paetês. Luxo e riqueza!
Estou feliz com as roupas, bolsas e chinelo novos que ganhei no meu aniversário. Tão feliz que já estreei quase tudo!
Quinta fui trabalhar com o conjunto de brinco e cordão dourados com pedrinhas azuis que minha e chefe me deu mais a blusinha branca de malha com renda no decote (a troca da Chifon). Nos pés, uma sandália superdelicada que eu quase não uso (portanto, semi-nova) e carreguei minha bolsa azul chiquérrima. Estava linda!
Na sexta, deixei de lado o estilo arrumadinha pra ir trabalhar de chinelo (ops! sandália de dedo), calça jeans, a blusa verde que comprei na Chifon, o colar de sândalo que a Roberta me deu e a bolsa mais invejada do mundo, a listrada, tipo de feira, presente de Adriana. Estava linda e fashion!
Minha tia me deu o único presente que presente que precisei trocar: uma batinha azul da Chifon. Ela comprou tamanho P e ficou justa.
Quando fui trocar, só tinha M na cor preta e eu não gostei. Então, depois de muito procurar entre as dúzias de batas e blusas feias que a Chifon tem nesta nova coleção, achei uma blusinha de malha com rendinha no decote e na cava. Comprei duas: branca e verde. São vagabundééééérrimas, mas muito lindinhas. Vamos ver a quantas lavagens elas resistem.