Enfim, férias (ou Fim de férias) Pois é, amigos da Globo, eu estava ausente porque estava de férias e digo "estava" porque, como não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe – ou vice-versa – elas (as minhas queridas, amadas e diletas férias) acabaram. Tirei-as assim meio de "chupetão", sem ter planejado viagem e tal porque queria fugir do caos que supostamente se transformaria o trânsito nesta cidade durante o Pan.
Ledo engano. O Pan não se mostrou um transtorno, mas eu consegui companhia para passar todos os dias de sol desta quinzena de inverno em Cabo Frio. E tudo 0800. Viram, demônios? Sejam bonzinhos como eu, aí seus amigos abastados convidarão vocês para férias gratuitas.
No fim das contas, as férias-surpresa, com viagem e direito a visita ao Engenhão, valeram a pena.
Passaralho nos relacionamentos Sei que agora é tarde pra avisar, mas não custa alertar, já que o mês ainda não terminou. Você, amigo leitor, que tem um relacionamento, cuidado: o mês de julho é perigoso para a estabilidade da sua relação. Só na primeira semana foi um passaralho: três casais conhecidos caíram. Talvez eles voltem (ou já voltaram) por razões "que a própria razão desconhece" – e aqui não está nenhuma alfinetada: cada um sabe de si. Mas fica o alerta: abre o olho e vê se não deixa pista das mijadas fora do penico. A Gerência agradece.
Ainda a fase I Love Mart’nália Embora eu esteja mais pra Cabide ou Chega, me apaixonei pela música Molambo, de Jayme Florence e Augusto Mesquita, que Mart’nália canta com Djavan no DVD Mart’nália AoVivo. A-do-ro música de dor de corno. Já falei isso aqui. Gosto mais ainda quando não estou com dor de corno porque posso apreciar a beleza dos versos, a amargura do arranjo, tristeza da interpretação... Chego a chorar de emoção com uma música de fossa. É meu sangue lusitano.
Se você, amigo leitor, voltou com aquela ingrata que você amava e que te abandonou depois te fazer uma puta sacanagem, baixe a música na internet (ou compre o DVD pra "ajudar os artista tudo") e cante a plenos pulmões, exibindo seu orgulho de ser mané em aceitar de volta uma criatura que te humilhou (Ah, o amor!...), acompanhando a letra.
Eu sei que vocês vão dizer Que é tudo mentira Que não pode ser Porque depois de tudo que ela me fez Eu jamais deveria aceitá-la outra vez Bem sei que assim procedendo Me exponho ao desprezo de todos vocês Lamento, mas fiquem sabendo Que ela voltou E comigo ficou Ficou pra matar a saudade, A tremenda saudade Que não me deixou Que não me deu sossego Um momento sequer Desde o dia Que ela me abandonou Ficou pra impedir que a loucura Fizesse de mim um molambo qualquer Ficou, desde vez para sempre, Se Deus quiser
Em tempo: vocë, mulher, pode colocar a música no masculino e cantar também.
Lá e cá Ultimamente só tenho ouvido Mart'nália e Vanessa da Mata. De Vanessa, estou quase decorando Boa Sorte - Good Luck (baladinha gostosa com Ben Harper cantando a versão em inglês), Você vai me destruir (parece uma música de Sidnei Magal, é bem espalhafatosa, dramática e engraçada) e Ilegais (levada meio sacana que avisa "desse jeito vão saber de nós dois, dessa nossa farra "). De Mart'nália, o CD quase todo.
Quadrilha bioenergética Domingo eu fui a minha quarta festa caipira deste ano. Tô legal de comida de típica. Acho que não chego perto de um bolo de fubá até o ano que vem. Era aniversário de Fabriça e a gente improvisou uma quadrilha. Como ninguém sabia dançar bodega nenhuma, ficou mais confuso que briga na zona. Nem o túnel a gente conseguiu fazer direito. E como estávamos dançando na garagem, tinha hora que alguém gritava "Olha o fusca!" pra evitar de trombar do bólido da mãe dela ao invés de "Olha a cobra!".
A confusão era tanta que chegou uma hora que Fabriça deu a ordem:
- Agora, um momento livre! Cada um faz o que quiser, o que vier de dentro. Deixa vir! Mentaliza a cor azul! Perdoe seu amigo! Temos que nos aceitar!
Gargalhei com este momento de aceitação das limitações dos nossos pares.
Sem descer do salto Fui pra Mangueira de salto alto. É muito melhor sambar assim. Dá mais presença, empina a bunda, estica a postura. No dia seguinte eu estava com dor na batata da perna, mas pensando bem acho que fico com mais dor quando sambo de sandália sem salto. Agora só vou pro samba em cima do salto.
Encosto de Preta Gil Sábado eu fui à Mangueira. Nunca me diverti tanto lá. A quadra estava vazia para os padrões mangueirenses e a maioria dos presentes era da comunidade. Fui com meu amigo candidato a vereador, Aloysio. Ele cumprimentou do guardador de carros ao pessoal da diretoria, passando por toda a Velha Guarda, a ala das baianas e o Mestre Sala.
Possuída por um encosto de Preta Gil, sambei horrores na frente da bateria. Levantava os braços, dava paradinhas, fazia passinhos com Aloysio e desfilei com ele pela quadra junto com a comunidade. Luxo só! Me senti. Tô pilhada até hoje.
Viu o video do Jornal Extra que mostra o PM matando um homem? Então, não veja. É brutal, deprimente, revoltante, desanimador. Pior que ver um assassino fardado matando um inocente é ver o descaso dos PMs pelo desepero dos homens que acompanhavam a cena. Perdi o chão.
Lady Murphy A primeira vez que entrei num avião foi em 1998. Eu tinha 22 aninhos, estava no último período da faculdade e fui ao Intercom em Pernambuco. Naquela época, a aviação brasileira estava entre as melhores do mundo. Os vôos eram tão pontuais quanto os trens suíços. Mas depois daquela viagem eu não andei muito de avião. Agora meu trabalho me obriga a viajar. Justo na hora em que os aviões estão mais atrasados que o 254 em dia de chuva. É muito azar.
Cheguei em casa por volta das 17h e tinha flanelinha querendo me ajudar a estacionar na minha calçada. Mau sinal.
Estava estourando de dor de cabeça, mas o barulho dos três helicópteros que sobrevoavam o estádio desde cedo não me deixavam dormir.
Fiquei impressionada como da minha casa – a três ruas do estádio – dava pra ouvir os gritos de "Renato, viado" e "Fogo". E Vagareza soltou sua gracinha:
- Ih, uma bola até já caiu aqui. Já falei que não devolvo.
Traquinagens dos velhotes Ter velhos em casa é quase a mesma coisa que ter crianças. Você tem que ter os mesmos cuidados com animais e tapetes porque tanto velhos quanto crianças podem tropeçar neles. Você também tem que cuidar do telefone. Crianças e velhos podem fazer traquinagens com o telefone.
Este mês a conta de telefone aqui de cada veio com umas ligações para um celular do Paraná que totalizavam mais de R$26,00. Por alguns segundos cheguei a pensar que aquelas ligações tinham sido feitas para mim quando estive lá, mas me lembrei que na data das chamadas eu estava no Rio e que no Paraná eu usei celular com DDD do Rio. Liguei pra Telemar pra reclamar aquelas cobranças. Depois de peregrinar por trocentos atendentes tive a informação de que deveria reclamar com a Embratel porque foi a operadora que fez as ligações.
O rapazinho da Embratel me disse que as ligações eram para o programa Clube da Insônia, da Rede TV. "Ninguém daqui de casa ligou pra esse programa", afirmei enfaticamente. Aí, ele disse que ia verificar se havia algum problema na linha telefônica.
Então, assim como quem não quer nada, só por desencargo de consciência, perguntei pra Vagareza:
- Mãe, por acaso, você ligou pra um programa chamado Clube da Insônia?
Segundos de suspense e a confirmação:
- Aaaaaaaaaaaahhhhhhhh... Teu pai falou pra eu ligar... Era um programa de palavras cruzadas (Vagareza a-do-ra palavras cruzadas) e eu sabia a resposta! Ele ficou: "Liga, liga, Yara" e eu liguei.
Eu, pro moço da Embratel:
- Moço, esquece esse rastreamento na linha. As ligações foram feitas mesmo.
Meu medo é que um dia eles comprem aquelas jóias medonhas anunciadas no Mil e Uma Noites, que meu pai adora assistir.
(Tá pensando que isso é difícil de acontecer? Uma amiga minha comprou um anel de ouro com esmeralda em uma noite de insônia, tá?)
Histórias de Larinha Ela está aprendendo fábulas na escola e um dos exercícios foi ser a advogada da Cigarra da fábula A Cigarra e a Formiga. - E o que você falou pra defender a Cigarra, Larinha? - Ora, mãe, que cantar também é uma forma de trabalho.
*** Ela queria dormir na cama da mãe, que estava doente. - Não, Lara. Eu estou com conjuntivite e infeção na garganta e você vai acabar pegando. - E o que tem se eu ficar doente, mãe? O importante é que eu te amo.
*** Lara estava fazendo palavras cruzadas com a mãe. A palavra era "buzina". - É com Z ou com S, Lara? - É com S. - Não. É com Z. - Mãe, é com S por que S entre duas vogais tem som de Z, como em "casa". Vogal é A, E, I, O, U.
Ela só se convenceu de que era com Z quando olhou no dicionário.
*** Eu estava viajando e liguei pra falar com ela. - Madrinha, onde você está? - Estou em Brasília. Você sabe onde fica Brasília? - Sei. Em Goiás.
Na trave.
*** Irritada com uma bronca que levou da mãe, ela escreveu um bilhete: "Ci quiser cer a pior mãe do mundo, marque aqui. ( ) Sim ( ) Não"
Eu quero um colo, um berço Um braço quente Em torno ao meu pescoço E uma voz que cante baixo E pareça querer me fazer chorar Eu quero um calor no inverno Um extravio morno da minha consciência E depois em som Um sonho calmo Um espaço enorme Como a lua rodando entre as estrelas
(Valei-me, meu São Fernando Pessoa, que sempre me socorre nestas horas difíceis!)