Dez na maneira e no tom Você é o cheiro bom Da madeira do meu violão Você é a festa da Penha, A feira de Sao Cristovão, É a Pedra do Sal Você é a Intrépida Trupe A Lona de Guadalupe Você é o Leme e o Pontal
Nunca me deixa na mão Você é a canção que consigo Escrever afinal Você é o Buraco Quente A Casa da Mae Joana É a Vila Isabel, Você é o Lago do Estácio, Curva de Copacabana Tudo que o Rio me deu!
Pé do meu samba Chão do meu terreiro Mão do meu carinho Glória em meu Oteiro Tudo para o coração De um brasileiro.
**** Ano passado, nesta data, eu enterrei meu pai. Enquanto ia pro cemitério no banco de trás do carro do meu irmão, ia cantarolando mentalmente esta música. Não sei porque. Até então, ela não tinha nenhum significado especial para mim, nenhuma preferência, apesar de já achá-la linda. Agora, ela é uma lembrança e uma homenagem a meu pai, que era sem dúvida o "chão do meu terreiro".
Entre a vida e a morte Com vinte e poucos aninhos, eu fui estagiária de um hospital de câncer e um centro de cuidados paliativos. Como estagiária de comunicação, é óbvio que tinha pouquíssimo contato com os pacientes, mas acabei me inteirando de alguns temas relativos à área da saúde, a câncer e a cuidados paliativos, que eu nem sabia que existia.
Fiquei bastante tocada pela essência dos cuidados paliativos que é promover boa qualidade ao que resta de vida aos pacientes que não têm mais possibilidade de cura. Nunca tinha pensado que médicos poderiam ajudar alguém a morrer em paz. Sempre pensei que eles só ajudassem a viver. E acho que eles também pensavam assim, até os cuidados paliativos se difundirem pelo mundo.
A Época desta semana, traz a matéria "A enfermaria entre a vida e a morte", de Eliane Brum, sobre o tema. O texto está bonito sem ser meloso e coloca em pauta um assunto que todo mundo evita que é a morte, apresentada na reportagem como o tabu do século XX. Vale a pena dar uma lida.
Uma homenagem a Dorival Caymmi que hoje descompatibilizou-se com este mundo, como diz Vinícius de Moraes.
Adoro essa música. É daquelas que eu queria que tivesse sido composta para mim. Cantada pelo próprio Caymmi em parceria com o magnífico Chico fica muito brejeira. Repare nos olhares que eles trocam. Parecem "ver" a tal vizinha do lado.
O melhor da dor-de-corno Dor-de-cotovelo sem Dolores Duran não é dor-de-cotovelo! Então, pegue seu uísque com pouco gelo, aumente o som do computador (mas não muito porque música de fossa é pra ser escutada baixinho, pra doer mais) e se entregue à Nana Caymmi e Simone cantando Castigo.