Novo sonho de consumo Como todo mundo já deve saber, meu sonho de consumo sempre foi Edmundo, o animal. Porém, desde que entrei nesta fase tolerância zero à alergia, outra coisa tem feito meus olhinhos brilharem, minha boca salivar, minha pele arrepiar: é o aspirador de pó com filtro HEPA.
O filtro HEPA (High Efficiency Particulate Air) é um filtro de partículas aéreas de alta eficiência. Estes filtros são substituíveis e fixados a molduras rígidas, tendo uma eficiência de no mínimo 99,97% na coleta de partículas de até 0,3 micros. Dizem as boas línguas que ele é perfeito para quem, para quem, para quem????? A-lér-gi-cos! ÊÊÊÊÊ!
Claro que o modelo de que gostei custa 1.600 Narjaras Turetas, mas tem um mais "aquicessível" que custa umas quatrocentas mariolas. Acho que vou neste mesmo.
Mas antes de empenhar as calças pra comprar este mimo, quero apurar se ele é bom mesmo. Você conhece (ou é) um alérgico neurótico que cansado da falta de ar, do nariz escorrendo e da garganta coçando partiu pra ignorância e comprou um aspirador de pó com filtro HEPA? Se conhecer/for, compartilhe sua opinião!
Abram alas para o meu glorioso Império Serrano! A fantasia está embolada na poltrona da sala. A alergia às penas e às plumas não passou, apesar do antialérgico. Tenho um galo na cabeça por conta do chapéu muito apertado e a emoção do desfile guardada na lembrança. Foi bonito de se viver.
Foi meu primeiro desfile no grupo especial. Eu estava nervosa, ansiosa. De manhã fui pro Boitatá, mas voltei cedo pra dormir, descansar a pele. Humpf! Quem pegou no sono? Só fiz rolar na cama e pensar como faria para chegar à Sapucaí. “Vou cedo para casa da Roberta e me arrumou lá ou vou direto de casa?” Consultei meu orientador para assuntos de carnaval, Aloysio da Mangueira, parceiro do meu alter ego Selminha da Mangueira, que sentenciou: vá de metrô.
Carreguei na maquiagem verde e branca e nas unhas esmaltadas com gliter verde.
Como toda católica apostólica romana e militar, sigo regras com respeito marcial. A concentração estava marcada às 19h, mas eu cheguei às 18h50 só pra garantir. No metrô, tive que segurar meu quase-TOC de ficar verificando no saco se faltava alguma parte da fantasia durante o trajeto. Não faltava nada. Pelo contrário: acabei levando sem querer uma camiseta de “diaba”, parte da fantasia que usaria no dia seguinte. Ela ficou presa no meu top, por dentro da fantasia, acolchoando o suporte do esplendor.
Quando os fogos espocaram dando início à entrada da escola na avenida, eu me arrepiei.
O desfile passou rápido, como sempre, mas durou o suficiente para emocionar. Sorri para todas as câmeras que apontaram para mim, fossem elas de TV, jornal ou de turista. Não seria justo fugir ou tentar me esconder. Fazia parte do espetáculo e não podia deixá-lo menos bonito com minha timidez.
Fiquei menos cansada no desfile que nos ensaios técnicos. Vai entender... Na dispersão, a maior urgência era arrancar o chapéu, praticamente um instrumento de tortura medieval. Depois, corri para os rapazinhos da Cedae e bebi muitos copos de água.
Sede abrandada e cabeça sem chapéu, recobrei o fôlego para aguardar a bateria e pular e cantar e sambar mais um pouquinho. Os ritmistas deram um show na dispersão. Parei ao lado de um senhor da velha guarda para ver o espetáculo. “Bonito, né?”, ele falou pra mim, emocionado. “Lindo”, respondi. Uma mulher no chocalho chorava enquanto dava as derradeiras sacudidas no instrumento.
A última felicidade da noite foi seguir com Roberta da Sapucaí à Lapa a pé passando pelo túnel da Frei Caneca sem sermos importunadas. Como é bom este meu Rio de Janeiro.
Tomamos um chope no Manuel e Joaquim que, descobrimos sem querer, é o reduto do diretor da escola da Serrinha. Fomos muito festejados pelos garçons que perguntaram sobre o desfile e falaram que pela TV estava lindo.
Em 1976, ano em que eu nasci, meu irmão desfilou no Império ao som de “Oguntê Marabô Caila e Sobá...”. “Desfilei com um peixe na cabeça”, ele me contou. Trinta e três anos depois, na reedição do samba era eu quem estava lá. Ô sorte, como diria Wilson das Neves.
Bom, é isso. Já entreguei a chave da minha casa pra Momo e vou me jogar na vida.
Se virem uma Carmem Miranda dando pinta por aí, sou eu.
Mas é uma Carmem Miranda de unhas pintadas de branco e verde porque eu vou desfilar "no meu glorioso" Império Serrano (que já ganhou e subiu este ano).
Blocos, blocos, muitos blocos A celeuma para escolher os blocos para desfilar está pior que para a escolha de filmes no Festival do Rio. Já recebi umas cinco relações de blocos e outras tantas com a indicação dos “mais-mais”. Claro que estou confusa e não tenho mais certeza de nada. Se entrar mais um email na minha caixa sobre este assunto é capaz de eu surtar igual às criancinhas japonesas que têm convulsão vendo Pokemom. É muita informação para mim.
Diante deste post, periga no próximo carnaval eu não receber um email sequer convidando para nada. A galera é 100% rancor.
Escorpianos, uni-vos Penso que nós, os nascidos sob o signo de escorpião, deveríamos nos unir em um movimento de resgate do nosso signo. Toda que vez que em uma roda de novos amigos me perguntam meu signo e eu digo “escorpião” parece que sobe um cheiro de merda. Um solta: “Ahhhh...”, meio sem jeito. Outro diz: “Sabia!”, eufórico. Outros preferem não comentar.
Que coisa, gente! Inventaram que escorpianos (ou escorpioninos, como preferir) são difíceis. Que nada! A coisa que você mais tem que prestar atenção é cuidar para não trair um nativo do signo de escorpião. Assim, você conseguirá privar da sua amizade ou do seu amor incólume. Caso contrário...
Uma crítica constante que ouço é que somos misteriosos. Meu bem, mistério está na essência da personalidade do Escorpião! E vocês deveriam gostar disso, ora. Afinal, que coisa mais sem graça alguém que se expõe completamente e sempre. Lembrei de uma poesia da Martha Medeiros.
não morro de amores por pessoas sem mistério quando se é muito transparente muito risonho e educado é raro ser levado a sério prefiro os mais silenciosos os que abrem a boca de menos os mais serenos e mais perigosos aqueles que ninguém define e que sempre analisam os fatos por um novo enfoque prefiro os que têm estoque aos que deixam tudo à mostra na vitrine
Ah, e outra coisa: não somos aquela pedra de gelo, fechados para o amor e abertos somente para o sexo (Como diz uma amiga também de Escorpião, sexo não é tudo; é só 90%.). A gente ama. O difícil é convencer um escorpiano a revelar o amor que sente. ; )
Coisa de carioca A infra dos blocos de carnaval no Rio parece estar melhorando. Ontem, na Lapa, tinha um caminhão com banheiros químicos para galera que estava no desfile dos blocos Rio Maracatu, Céu na Terra e Rancho Flor do Sereno.
No caminhão estava escrito "sanitário móvel". Um colega, gaiato, disse que no Rio isso tinha que se chamar "cagando e andando". Faz sentido.
Histórias de Vagareza Vagareza, minha mãe, é uma figura ímpar. Melancólica, não afeita a gargalhadas, tem um humor singelo.
Eu tentava convencê-la comprar uma nova televisão, já que a da sala ainda tem a caixa preta (as televisões de agora – quer dizer, de muito tempo já – são prateadas. Repare só.). Nada de TV de LCD, mas uma slim de 21” mesmo porque a sala é pequena. E ela respondeu:
– Não ligo pra televisão. Eu gosto de som. Queria um som de estremecer a louça dentro do móvel!
Medo. Acho que não gosto de música alta por influência da minha mãe. Ela só escuta CD berrando. Seja ópera ou samba, é no último volume.
E tem aquela do outro dia quando acordei para ir trabalhar e vi um bilhete na pia do banheiro.
“Ana, pegue outra toalha. Ontem uma baratinha se enxugou na sua”.
Histórias de Larinha Larinha tem oito anos e já decretou a idade em que deixará de ser criança: aos treze anos. Talvez antes disso ela já esteja com os hormônios pululando e antecipe a adolescência e seus arroubos, mas por ora ela parece ainda bastante infantil, a despeito da cintura que começa a se formar. Ao ver um casal se beijando voluptuosamente na novela, disse que à mãe:
– Mãe, promete que você nunca vai fazer isso.
Tolinha.
**** A Favorita já acabou, mas tem uma boa de Larinha sobre o último capítulo. Ao ver o Zé Bob ser baleado na manhã seguinte ao casamento com Donatela, soltou:
– Ih, o marido não durou nem 24 horas...
*** No meu aniversário (ano passado, 28 de outubro), ela me escreveu um bilhete. Tirou da mochila um post it amarelo onde estava escrito:
“Madrinha, eu agradeço a sua compania e o seu choro quando eu naci. Um beijo da sua subrinha, Lara.”
Quando a vida fica meio calma, sem sobressaltos, novidades, eu sempre lembro de uma cena de um episódio do programa Comédias da Vida Privada que passou na Globo. Era o Marco Nanini falando que quando a vida estava assim ele ficava com medo porque podia acontecer algo muito inesperado, como quebrar uma perna, perder um braço. Um amigo do trabalho quebrou a perna. Na canela. Fratura exposta. Caiu em um bueiro. E outro dia, na véspera do acidente, eu acho, eu o encontrei perto da máquina de café, dois beijinhos, uma brincadeira (claro!) rápida e tchau. Agora, só devo encontrá-lo por lá novamente daqui a uns seis meses. Veríssimo tinha razão.
Parabéns pra você! Dia 30 de janeiro o meu, o seu, o nosso querido bloguinho Homem é tudo palhaço completou 7 primaveras. Saiu da primeira infância e já é quase um pré-adolescente com pentelhinhos proeminentes e bigodinho! Coisa linda de Deus!
Como vocês já devem saber o chope de comemoração foi na quinta, dia 29. Eu, infelizmente, não pude comparecer e abrilhantar o evento com minha presença magnética e marcante, mas tenho certeza de que fui muito bem representada por Andreh, sociólogo e bípede, que foi e se apresentou aos leitores como sendo euzinha. Luxo e riqueza! Não é todo mundo que tem a glória de ser Andreh. Eu fui.
A Cidade do Samba E por que eu não fui ao chope do HTP? Descaso? Nunca, jamais, em tempo algum, diletos leitores! É porque eu sou uma pessoa very VIP e fui convidada para o último show na Cidade do Samba antes do carnaval. Uma bocada e tanto. Não podia perder. Além de poder conhecer o lugar, assistir o show e sambar horrores, ainda tinha comida e bebida di grátis, putada!
Olha, eu recomeiiiindo. Claro que é show pra turista, né, mas justamente por ser pra turista que é bom. Você pode ser turista na sua própria cidade e se entregar aos prazeres de pagar mico sem medo de ser feliz.
O público é recebido por um Milton Cunha montado, lindo de viver em um conjunto de calça e camisa gola de padre de paetês ou qualquer coisa que o valha e brilhe muito e um adereço de cabeça maravilhoso.
No caminho até a tenda onde é realizado o show, há alegorias, fantasias e carro alegórico antigos. Você pode subir no carro alegórico para tirar foto. Como diz uma amiga, em todo carro alegórico tem um viado e uma puta. Faltava um viado, por isso não subi no carro.
O coquetel está incluído no preço da entrada (R$75,00 para moradores do Rio e R$160,00 para turistas. Mas favor confirmar o preço. Não me responsabilizo por nada.) e na porta da tenda você é recepcionado por caipirinha e coquetel de fruta sem álcool. Na mesa tem um balde com refri, água e cerveja (Skol, tá?) e cestinhas com porções de salgados, além do serviço volante.
Primeiro tem show de um grupo de samba. Depois, você é convidado a colocar um adereço de cabeça. Depois tem o show propriamente dito. Você vê baiana, mestre sala e porta bandeira, passista e ritmistas dando um show, com fantasias belíssimas.
Ao final, todos são convidados a desfilar. Tem até os fogos do início do desfile na Sapucaí. A bateria e todos os sambistas do show participam do desfile e o público vai junto. Muito legal.
É um passeio perfeito pra turista. Tudo é cronometrado. Começa na hora certa, termina na hora programada. O banheiro é limpo e sem fila. Tem comida e bebida suficientes. O ambiente é limpo e agradável. Tem estacionamento coberto lá dentro por R$10,00. Recomendo.
Por falar em carnaval... Já estou nos preparativos para desfilar na avenida, seguindo minha dieta de clara de ovo, rúcula e óleo de fígado de bacalhau. Meu professor-todo-bom-da-academia preparou uma série que vai me fazer suar gotas de sangue e estar sarada e (mais) gostosa ainda (se é que isto é possível!) no carnaval. Quitéria Chagas que se cuide!
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