A volta II - sobre NOVA É, eu sei... Eu falei que ia voltar a blogar e larguei isto aqui de novo à deriva, quase adernando. Explicar nem cabe aqui. É papo pra terapia. Vamos ao que me trouxe de novo a estas bandas.
Uma pessoa sem ter o que ler em casa é um problema. Ela acaba indo ao jornaleiro e compra a primeira revista que vê. Foi isso que eu fiz esta semana e comprei uma NOVA. Antes tivesse comprado uma Ana Maria! Ô revistinha ruim, sô! Eu devia ter desconfiado pela capa. Uma Juliana Paes de boca entreaberta e olhos de peixe morto, vestindo um micro vestido “doirado” e com unhas postiças mais medonhas e mais mal colocadas que as de Larinha no casamento da prima. A chamada principal era, claro, sobre sexo. Tinha também destaque para uma reportagem sobre emagrecer dormindo (“68 mil mulheres provaram que é possível”, diz a revista). Acho que, no fundo, foi isso que fez com que eu comprasse a revista, pois a situação está crítica, rapá. Acho que só dormindo mesmo eu consigo fazer dieta... Voltando à NOVA, digo, vaca fria, outras matérias que mereceram capa foram “Você, os homens e a etiqueta financeira” e um “show de batons”. Tudo muito útil.
Todas as matérias de NOVA são de sexo, isso todo mundo sabe. Mas eles sempre têm ainda uma matéria “especial” sobre sexo. Na deste mês era “O melhor do sexo na sua vida”, um ranking dos melhores lugares da casa ideais para transar, das calcinhas irresistíveis, das zonas erógenas que ele não pode esquecer de beijar, das posições que garantem o seu orgasmo, das preliminares certeiras, dos cenários perfeitos para uma rapidinha, das fantasias sexuais que não saem da sua cabeça, dos lança-chamas e finalmente dos melhor sextoys. Ah, ainda tem um “bônus” com as 50 melhores idéias de sexo de todos os tempos! Kamasutra perde.
A melhor parte da matéria era mesmo este bônus. São idéias dos leitores e das leitoras escritas em português bem polido, com termos que você usa no consultório do ginecologista e não quando está falando de uma foda fenomenal.
Eu, com esta mente mais poluída que o Canal do Cunha, no Fundão, comecei a transcrever as frases para o português de botequim, ou seja, como elas deveriam ter sido escritas para dar exata noção do quão boa é a experiência mencionada. Vamos a dois exemplos, os melhores, eu diria (só dois porque este blog é de família):
“Ela, siliconada, coloca meu menino no meio dos seios e usa a língua para lamber a ponta” Carlos
Em que mundo Carlos diria isso assim, desta forma, com estas palavras?!?!?! Nenhum, né? Ele deve ter dito algo do tipo:
“A mulher é toda siliconada, né? Tem mó peitão. Ela faz uma espanhola que putaquiupariu! E ainda fica lambendo a cabeça do meu pau! Fico louco.”
Outra:
“Ele me penetra com um minivibrador para sexo anal ao mesmo tempo que me suga com vontade.” Karina.
Você acredita que foi assim que Karina contou pras amigas sua trepada fabulosa? Nãããão! Ela disse mais menos assim:
“Ele come meu cu com um minivibrador ao mesmo tempo que me chupa com vontade!”.
Foi difícil escolher só dois exemplo entre as 50 melhores idéias já publicadas em NOVA. É uma pérola atrás da outra, mas teve uma que me chamou a atenção porque não me pareceu uma idéia boa:
“Amarrei e vendei meu lindo e chamei uma garota de programa para fazer sexo oral em dupla.” Nicole
E o seu lindo gostou disso, Nicole? Você chamou outra mulher pra transa e AMARROU E VENDOU o cara! Ele deve te odiar para todo o sempre, minha filha. Até eu fiquei com raiva de você. Não satisfeita em amarrar o pobre para ele sequer tocar na outra mulher, você ainda impediu que ele pelo menos visse vocês duas juntas atuando. Era melhor nem ter chamado a outra!
**** Em tempo: mas eu devia ter desconfiado que esta revista era uma bomba, quando li na capa “concorra ao Cruzeiro Claudia Leitte” (sim, com dois Ts).
Reminiscências Esta história de sexo “oral” me lembrou uma viagem nos tempos de faculdade. A gente foi a Petrópolis para aplicar uma pesquisa pelo laboratório de pesquisa de opinião pública da faculdade. Antes da viagem, tinha acontecido alguma coisa tipo amigo (ou inimigo, não sei) oculto e um colega ganhou uma revista de sacanagem. Claro que tratamos de fazer uma “roda de leitura” da revista para animar aquela noite fria de Petrópolis.
Isabelouca, do elenco de apoio do blog da Roberta, fez a leitura dos textos do fórum dos leitores. Era coisa do naipe da NOVA. Isabelouca lia divinamente, interpretando com a exata emoção que o texto pedia, ou seja, nenhuma.
Não me esqueço de uma frase espetacular (e olha isto tem mais de dez anos...): “Por favor, posso comer o seu cuzinho?” Sim, amigos, era assim que o cara pedia pra comer o cu da mulher na revista de sacanagem. Ele de fato pedia e pedia "por favor" porque era moço educado. Não entendo porque essa gente escreve sobre sexo com estudado pudor... Deve ser pra gente rir mesmo.