Roupa de trabalho Já que estou falando mal do comportamento feminino, acho que hoje em dia não existe mais “roupa de trabalho” para algumas mulheres. Elas vão trabalhar do mesmo jeito que vão tomar chope ou ao shopping. É um desfile de calça jeans justa (apertada mesmo), top decotado, transparência deixando aparecer sutiã de renda, saltos altíssimos e finos... A moda atual não colabora com a boa aparência da mulher no trabalho. Agora elas vão de saias e vestidos curtos de malha fluida, tomara que caia e frente única. Quando ia trabalhar de ônibus, observava as mulheres e ficava pensando onde será que elas trabalhavam com aquele figurino. Seria num escritório ou em outro lugar?
Pragas de verão Junto com a dengue, o verão traz as indefectíveis marquinhas de biquíni, uma verdadeira praga. Quem disse que elas são bonitas? Sim, há homens que gostam. Mas por que as mulheres não mostram estas marquinhas só pra eles? Ainda mais aquela marca “bem feita” que caracteriza que a mulher ficou fritando ao sol só para cultivar uma tira branca que vai até o pescoço. Mas a pior disparado na frente é a marca da calcinha do biquíni exposta pela calça jeans de cós baixo. Algumas mulheres estão colocando esparadrapo para forjar a lateral do biquíni e ficar com a marca “certinha”. Ter a marca do biquíni na pele é natural em quem vai à praia de biquíni, mas ela não precisa ser exibida com orgulho. É muito cafona.
Medo de gente Terça à noite, voltava da pós pela Av. Presidente Vargas quando parei em um sinal e vi pelo retrovisor um par de pernas magras e morenas de um menino que corria na direção do meu carro com uma caixa de bala na mão. A primeira já estava engatada e levei alguns milésimos de segundo pra checar se vinha algum carro e avançar o sinal. Pelo retrovisor pude ver o menino desistindo da corrida. Aquilo me deu uma coisa esquisita por dentro: eu estava fugindo de gente. Fugindo de um menino que poderia me assaltar, sim, mas poderia também só querer me vender uma bala. Que mundo é esse em que a gente vive que faz a gente ter medo de gente?
Quando nasci um anjo esbelto, desses que tocam trombeta, anunciou: vai carregar bandeira. Cargo muito pesado pra mulher, esta espécie ainda envergonhada. Aceito os subterfúgios que me cabem, sem precisar mentir. Não sou feia que não possa casar, acho o Rio de Janeiro uma beleza e ora sim, ora não, creio em parto sem dor. Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Inauguro linhagens, fundo reinos — dor não é amargura. Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô. Vai ser coxo na vida é maldição pra homem. Mulher é desdobrável. Eu sou.
Para todas as minhas amigas e leitoras deste humilde blog que carregam bandeiras e são desdobráveis, mas ainda assim alegres porque "ser coxo na vida é maldição para homem".
E também para meus amigos e leitores deste humilde blog que sabem reconhecer nosso valor.
Impressões sobre o Kalesa Quando Roberta marcou sua comemoração de aniversário num cabaré na Praça Onze imaginei o pior muquifo do mundo. Quebrei a cara. O Kalesa é um local muito honesto, amplo, com ar-condicionado, com mesas e espaço para dançar. Tem um telão que ficava passando cenas de musicais e um banda animadíssima. Além dos sets do DJ Galalau, que não tinham muito a ver com carnaval, mas também não eram ruins. A casa ainda tem garçon e não cobra 10% e como era baile de carnaval, distribuiu colares havaianos e adereços (máscaras, óculos, chapéus) tudo por módicos R$10,00 de entrada. Agora, o melhor era o banheiro, sempre limpo, com papel e sabonete. Há também uma chapelaria. Sei que estas impressões podem estar erradas porque afinal de contas, aquela era uma noite atípica e de pouco público, mas que diferença daqueles cafofos imundos que eu freqüentava!
O ruim é que a água e o refrigerante custam o mesmo que a cerveja: R$3,50. Caro. Também não havia taxi na porta. Acabei pengando um que passou na rua e que nem de cooperativa era. No mais, ponto pro Kalesa.
Recordar é viver Animado mesmo eram os carnavais que eu passava na casa da Carolina. Bom, a casa dela era só pra nosso pernoite porque a gente passava o dia atrás de bloco. Quando o cansaço batia, a gente se jogava na piscina e ficava lá até murchar ou até os primos dela (e eram muitos) chegarem. Até que as crianças atrapalhavam pouco (ou a gente que era mais tolerante?).
Tios e tias baixavam na casa da Carol pra aproveitar a piscina e se aquecer pros blocos. Antes de sair, a gente batia um pratão de strogonoff feito por todos: um cortava as batatas, outro temperava o arroz, outro lavava a louça. Apesar de ter empregada na casa da Carol, todo mundo ajudava, o que eu sempre achei muito legal.
Carol agora não mora mais com os pais e a gente deixou de fazer a casa deles de quartel general da nossa folia. Este ano, então, não houve brincadeira por lá. Um tio da Carolina faleceu na quinta e deixou todo mundo muito triste pra pular carnaval. Ele era uma pessoa muito querida e animada. Também fiquei muito triste com sua morte, principalmente pela forma como se deu (complicações de uma cirurgia cardíaca), mas não quero falar muito no assunto porque esse blog já está virando obituário. Vamos lembrar o que era bom.
A primeira saída era pro Bola Preta. Eu já dormia na casa dela de Sexta pra Sábado para não perdermos a hora. Todo mundo se encontrava na casa da avó da Carol e seguia de metrô pro Centro. Lá, todo mundo se perdia, lógico. Não dá pra manter um grupão unido no Bola Preta...
Sábado à tarde a gente rumava pra Banda Ipanema. Domingo, Simpatia. Segunda era um dia de descanço pra Terça a gente voltar à Ipanema, atrás da Banda.
A família da Carolina é muito divertida. Posso até dizer que passei a gostar de carnaval saindo com eles. Mas a melhor história foi encontrar com o avô da Carolina na Banda de Ipanema, dançando no meio das bichas, sozinho. Carolina começou a berrar: “É meu avô! É meu avô!”. Vencemos a massa de gays festivos e alcançamos o avô de Carol, pulando animadíssimo, com uma lata de cerveja na mão. Quando via um casal gay se beijando, dizia pros dois “Vai dar sapinho!” Ele tratou de se livrar da gente. Beleza, deixa o velho curtir seu carnaval. O problema é que quando chegamos em casa, todos estavam preocupadíssimos porque ele tinha saído de casa de manhã e ainda não tinha voltado, nem avisado onde ia. Quando souberam que Carolina o havia encontrado brigaram com ela achando que ela tinha que ter trazido ele de volta. Mas, coitada, ela não sabia que ele tinha fugido de casa e mesmo que soubesse, o velho estava tão animado que não valia a pena cortar seu barato. Ele acabou chegando em casa muito mais tarde que nós. O surpreendente é que ele nunca tinha ido à Ipanema e foi entrando e saindo de ônibus (maior de 65 não paga passagem, né?) até chegar lá. No dia seguinte, ele estava cheio de dor nas pernas. A avó da Carol, revoltada, esbravejava: “Agora, ele está pedindo Dorflec*. No bloco, nem sentiu dor nas pernas!”
* O nome do remédio é Dorflex, mas a avó da Carolina fala Dorflec.
Balanço de carnaval Este carnaval foi meio barro, meio tijolo. Começou muito bem com um baile de carnaval no Cabert Kalesa pra comemorar o aniversário da Roberta, emendou com um desfile do Cordão da Bola Preta nem tão insuportavelmente cheio (estava só cheio) e seguiu um uma prainha no Domingo de tarde, quando vi passar o Simpatia é quase amor.
Mas no Domingo mesmo desandou. Já no caminho pra casa, dei uns duzentos espirros e tive uma forte crise de rinite que estava “ensaiando entrar na avenida” desde Quinta.
Segunda fiquei “buito bal”, com coriza, uma ponta de febre e indisposição total. Tinha o Cordão do Boitatá de manhã e o Bloco de Segunda e o Céu na Terra de tarde, mas nem tive ânimo. O máximo que fiz foi ir com Larinha assistir A Pantera Cor de Rosa, filme que ela queria ver.
Terça, já um pouco melhor, mas com muita, muita tosse (com aquelas crises que vc não sabe se vai vomitar ou a cabeça vai explodir), fui pro Vem ni mim que sou facinha. Já é o segundo ano que vou nesse bloco e adoro. Não só porque o nome é a minha cara(ui!), mas porque ele fica parado na Praça Gal. Osório, em Ipanema, então, você não fica cansada de sair atrás da bateria e sim, de sambar. Outra coisa boa nesse bloco é que eles não tocam só seu samba enredo, tocam vários outros sambas e marchinhas, o que eu acho mais divertido. Além disso, a camiseta do bloco é feita em diversos modelos (baby look, regata, camiseta e machão) e de vários tamanhos (do P ao XG), é de uma malha honesta e custa somente R$15,00.
Facinha é bioflex, é feminina Basta um gole que ela anima De cachaça ou de amor, ô, ô Cheia de alegria e fantasias Combustível que ilumina O meu coração
Facinha, ela pega de primeira Vai de água ou de cerveja Biodisel ou biogás Facinha é Totalflex Facinha está relax A bunda do cartão postal
Papa eu quero Papa eu quero Mas sem camisinha não dá Ô, Abelardo; ô, Terezinha Sou Totalflex Vem ni mim que eu sou facinha
Facinha é bioflex, é feminina Basta um gole que ela anima De cachaça ou de amor, ô, ô Cheia de alegria e fantasias Combustível que ilumina O meu coração
Da Meméia de Iriri À Garota de Ipanema Todas têm o mesmo lema Facilidade pra sorrir Vou dar uma bengalada Pra levantar o astral Alegria nesse carnaval
Papa eu quero Papa eu quero Mas sem camisinha não dá Ô, Abelardo; ô, Terezinha Sou Totalflex Vem ni mim que eu sou facinha
Facinha bioflex, totalflex samba enredo do bloco Vem ni mim que eu sou facinha.