Histórias de Larinha Outro dia, eu voltava com ela do balé e notei que ela estava muito calada:
- O que foi, Larinha? - (Suspiro) Estou entediada.
*** Lara a-do-ra se maquiar e maquiar qualquer um que lhe sirva de modelo. A vítima preferida dela é minha mãe, que não reclama, mas sempre tentar introduzir outras pessoas na “brincadeira”, inclusive meu pai, que se nega terminantemente. Outro dia sobrou pra mim. E vem Larinha me chamar, toda convidativa:
- Madrinha, o salão já abriu.
Vocês não imaginam como eu fiquei linda.
*** Empolgada com o tanto de festa que a gente teve pra ir, ela prometeu:
- Vou maquiar todo mundo pra festa da Deise!
Ainda bem que no dia ela esqueceu.
*** Outro dia fui levar Lara no balé e ela me contou diversas vezes que viu a mãe da G., sua coleguinha de turma, no Leroy, onde a mulher trabalha. Na décima vez que ela tentava me contar isso, eu falei:
- Ih, está igual a vó Yara repetindo as coisas várias vezes.
E ela, sem se abater:
- Eu vi mãe da G. no Leroy. Eu vi mãe da G. no Leroy. Eu vi mãe da G. no Leroy. Eu vi mãe da G. no Leroy...
*** Pelo meu blog, acho que já deu pra perceber que a gente aqui em casa fala de cocô com muita naturalidade. A naturalidade é tanta que outro dia Lara chegou no balé toda animada e foi logo contando a novidade pra amiguinha:
- G., eu fiz um cocozão deste tamanho!
Se a menina entendeu, fingiu que não era com ela.
*** Domingo foi sua apresentação de balé no concurso da escola de dança. Ela dançou o Tema da Pantera Cor de Rosa vestida como tal. O Inspetor Clouseu era um menino que tem Síndrome de Down, acho que filho de alguém que trabalha na escola de balé. Lara explicou pra mãe:
- Ele chinezinho. Igual a Clarinha da novela.
*** Em tempo: sua turma tirou primeiro lugar no concurso. Pena que ela não ficou até o final para receber a medalha.
No Bexiga Um cálega de faculdade mora em SP e quando estive lá nos encontramos. Ele me levou pra comer uma pizza numa cantina tradicional do Bexiga. “Tem até toalha quadriculada!”, ele fez questão de ressaltar.
Na mesa, além da toalha quadriculada, tinha uma garrafa de vinho e outra de azeite. Provoquei:
- Pô, está faltando o catchup e a mostarda. Vou pedir.
E meu amigo, rapidamente:
- Cara, se você fizer isso eu digo que não te conheço. Digo: “Moço, ela sentou aqui e eu fiquei sem graça de pedir pra ela sair, mas eu não conheço essa mulher”.
Ainda de Sampa Eu fiquei em um hotel na Itapeva, perto da Paulista. Na esquina da rua tinha uma clínica psiquiátrica (quem disser que eu me hospedei no lugar errado vai dar mia hora de bunda). Uma vez eu estava passando a pé ali, voltando do curso para o hotel, e um cara que estava lá dentro começou a gritar:
Na minha frente, caminhava um rapaz baixinho, novo, meio gordinho, de sapato e calça pretos, camisa social branca e mochila nas costas. De repente, o cara de dentro da clínica reparou nele:
- Você tem pinta de estagiário! Tem cara de estagiário, roupa de estagiário, mochila de estagiário... Você é estagiário!
O cara riu e só fez que não com a cabeça. Sei não, acho que o cara da clínica acertou em cheio.
- A senhora tem preferência por assento? - Não gosto de sentar na direção da asa. Me coloca da asa pra frente, por favor.
Eu só não vim de BH pra cá na asa mesmo porque não tem poltrona lá fora. Pra que diabos, então, perguntam nossa preferência?
Outra coisa que me intriga é porque as companhias aéras perguntam naqueles formulários de cartão de fidelidade (e eu sou fiel a todas!) o que a gente prefere comer (comida vegetariana, diet, light...), se eles só vão servir amendoim e barra de cereal.
Falar em buceta... Nestas minhas idas e vindas de viagem, tenho andado muito de táxi. Hoje em um táxi peguei um jornal, desses formato tablóide, que tinha o anúncio de um revista de “mulé” pelada. Revista de mulher pelada já é risível. Anúncio de revista de mulher pelada em jornal popular é piada escrachada na certa.
Comecemos pela capa: duas mulheres vestidas(?) de empregada doméstica, sendo que uma delas tinha um espanador tampando a xoxota. Uma coisa bunita de se ver, sabe? Um senso estético admirável. Mas a chamada do anúncio era a cereja do bolo: “Revista tal (sei lá, não reparei o nome). BBBBB, Boa, bonita e barata. Os outros dois B’s são por sua conta.” Caralhos de asas! Santa criatividade, Batman! Confesso que demorei a entender a piada, mas uma vez captada a mensagem, é de uma graciosidade e leveza tocantes. Um redator desses é um talento. Merece o Profissionais do Ano.
Segunda, feriado, cheguei da rua de noite e sentei em frente à TV pra tirar o esmalte da unha. Me distraí e derrubei o vidro de acetona que estava entre minhas pernas. Parecia que a cena estava em câmera lenta: o vidro virando, o líquido saindo, encharcando minha calça, se espalhando por ela e eu pensando: vai molhar minha xoxota. Num milésimo de segundo lembrei da história de uma prima minha que quando era crinaça colocou desodorante na xereca pra tirar o cheiro de “bacalhau” e correu pela casa inteira com ardência causada pelo álcool. No mesmo instante, pensei: acetona também arde. E como ardeu! Pulei da cadeira pro banheiro. A xoxota já estava ardendo, queimando, em brasas. Na hora de “esquentar” a relação, que pomadinha que aquece o que! Manda ver logo uma acetona! É mais barato e arde mais. Arranquei a calça e a calcinha de uma vez só e me joguei no chuveiro. Já pensou se eu tivesse feito depilação naquele dia? Acho que ia ter queimadura de primeiro grau na buceta. Passado o susto e ardência, eu comecei a rir, claro. Só eu mesma...
Ainda bem que ninguém viu esta cena grotesca, mas como eu não tenho vergonha na cara, contei pra vocês.
Sonhos Tanto em Salvador quanto em SP eu sonhei que tinha gente no meu quarto. Em Salvador foi muito “real”. Era um homem de uns 50 e tal, 60 anos, alto, forte, cabelo grisalho crespo, falando espanhol. Ele parou do lado da minha cama e ficou falando um monte de coisa, como se reclamasse. Eu olhei pra ele e pensei “Essa porra é sonho...” e voltei a dormir.
Em São Paulo eu não “vi” ninguém. Só tive a sensação. Mas também entendi que era sonho e voltei a pegar no sonho.
Mas não pensem que eu sou maluca... Tá, sou só um pouquinho. É que quando tinha meus 10, 11 anos, era antes das 7h da manhã e eu estava sozinha em casa esperando uma amiga pra ir pra escola, quando vejo entrar calmamente pelo corredor um menino que eu não conhecia. Desses que agora se usa chamar “de rua”. Me tranquei em casa e liguei pra garota pra ela não vir sozinha, vir com o pai. O menino deve ter dado meia volta assim que me viu, mas eu fiquei bolada. Fiquei trancada chorando até eles chegarem. Aliás, fico bolada até hoje. Quando fico em casa sozinha, fico olhado pro corredor pra ver se não vem ninguém.
Mas voltando ao caso do hotel. Eu tenho motivos para achar que alguém pode entrar no meu quarto. É que lá em Porto Seguro, eu e Fernanda ficamos num quarto que tinha passagem para outro quarto. A porta estava devidamente fechada com chave, mas teve um dia que ouvimos umas vozes mais alto se aproximando, um barulho de chave entrando fechadura, chave girando, maçaneta girando... E pimba! O cara do hotel abriu a porta. Provavelmente a anta baiana não viu na recepção que tinha gente hospedada naquele quarto e foi abrindo a porta para mostrar como o quarto poderia virar um mega quarto só ao abrir “a porta da esperança”. A Fernanda espumava de ódio. Acho que ela daria uma surra de não reconhecer o corpo no maluquinho do hotel. O corretivo ia ser bem dado.
Eu e minha boca grande... Lá em SP, liguei pro cálega de trabalho que queria minha companhia pra sair pra dizer que não ia me encontrar com ele e “os pessoal do seuviço” que trabalham na cidade. Fazia 14 graus e eu só tinha um bolerinho jeans pra me esquentar, ou seja, nada. Ele quis me zoar:
- Ah, reclamando desse friozinho... Vai dar meia hora de bunda!
E eu num ato-contínuo, de pronto, respondi sem pensar:
- Deus te ouça!
Alguns milésimos de segundo de silêncio constangedor do outro lado da linha. Finalmente, ele riu meio sem graça.
Eu devia ter explicado: “Olha, querido, eu não quero ficar meia hora dando da bunda. Deve ser uma eternidade. Uns minutinhos já está de bom tamanho.”
Sucursal do inferno Meus planos para hoje a tarde: trocar um presente que ganhei de aniversário e só tinha até hoje para fazê-lo, cortar o cabelo e ir ao cinema. Tudo no Norte Shopping.
Uma explicação: o Norte Shopping é o maior shopping em volume de vendas do Rio de Janeiro. Ele fica a uns 5 minutos da minha casa, se eu pegar os sinais fechados. É só eu descer minha rua, dobrar a esqueda, depois direita e direita de novo, pronto!, já estou na Avenida Dom Hélder Câmara a três sinais de trânsito do shopping.
Pois hoje, quando ia chegando à Dom Hélder vi que o trânsito estava parado. E não é que era por causa do shopping? E hoje é só dia 15 de novembro. Nem estamos em dezembro!!!
Só troquei o presente e parti em retirada. A fila do cinema estava mega e a cabeleireira que eu gosto não estava no salão.
Sobrou até pros leitores Tem uns leitores que assinam com apelidos e quando a gente se fala por email, MSN ou pessoalmente usam o nome. Gente, assim não dá. Isso é muito complexo pra mim. Segunda eu tinha marcado de sair com um leitor e agora cálega de trabalho que mora em Aracaju e que estava no Rio. Claro que eu já tinha esquecido que tinha marcado com ele. Minha esclerose grau 10 está galopante.
Mas ele não esqueceu e me ligou pra marcar o encontro. Quando vi aquele número de telefone começando por DDD do nordeste pensei “quem é a vaca/o corno nordestino(a) que está me passando trote?”. Sim, eu já fiquei recebendo ligações a cobrar de uma vagabunda baiana. Depois eu conto como foi.
Bom, mas era o leitor. E ele:
- Aninha? (com sotaque de sergipano) - Quem é? (com sotaque desconfiado) - É H.
H? Scaneei meu cérebro o mais rápido possível, mas meu Pentium demorou a processar e quando finalmente ele ligou o nome a pessoa eu quase berrei o apelido do leitor.
Queridos, não adianta. Vocês serão sempre reconhecidos pelos seus apelidos por esta esquecida blogueira. Baiano é Baiano, Mano Véio é Mano Véio!
E os aeroportos, hein? A zona continua. Os controladores de vôo só agora perceberam que ganham mal, que tem pouca gente pra trabalhar, que eles não querem mais ficar ligados à Aeronáutica e resolveram pressionar a Infraero pra conseguir tudo ao mesmo tempo agora. Ninguém faz nada pra resolver o caso e a gente que se foda esperando pra voltar pra casa quando se está cansado, pra chegar no hotel quando no dia seguinte de manhã tem uma apresentação importante pra fazer, quando tem uma festa familiar importantíssima (no aeroporto de Salvador eu vi uma menina aos prantos, inconformada que ia perder o casamento da prima. Sabe lá o que essa prima representa pra ela? Sabe lá os gastos que ela fez por conta dessa viagem?).
Bom, eu estou reclamando porque vocês já sabem, né? Semana que vem vou pra São Paulo e talvez Minas. Ainda bem (?) que é bate e volta.
E teve o garçom apressadinho... Café da manhã de hotel é aquilo: você vai e volta várias vezes ao bufê. Primeiro, frutas. Depois, pão e manteiga e frios. Pra fechar a tampa, um pedaço de bolo. Eu ainda pego café umas três vezes. Pois em São Paulo, já estava na etapa 2, tinha preparado meu sanduíche (pão francês pequeno, manteiga, queijo minas e blanquete de peru. Light.), quando me levantei para buscar café. O sanduíche repousava calmamente sobre o prato, esperando que eu voltasse. Ni qui eu volto, cadê o pão?
- Ih, a senhora estava sentada aqui, é? (Não, Pedro Bó. Eu só vim sentar aqui porque queria comer o sanduíche dos outros.) É que a mesa estava toda suja.
‘Toda suja” estava a cabeça do seu pau!
- Que toda suja?!?! De lixo só tinha uma casca de mamão num prato e um potinho de manteiga aberto! E o sanduíche estava pronto, limpinho!
E eu vi meu sanduíche espremido entre um prato e outro, cheio de coisa em cima. Tadinho. Se fosse pão de queijo, teria virado panini.
Ai, que ódio! Tive que fazer mais uma incursão à mesa do bufê e pegar pão, manteiga, queijo... Tudo de novo. Saco.
Grand Hotel O hotel de São Paulo era uó. Cheio de carpete vermelho (eu odeio carpete e o vermelho era para parecer chique), o box era dentro da banheira (ou a banheira era o box, sei lá.), o chuveiro era fraco e frio e o bolo do café da manhã era Pullman ressecado.
Balada Meu amigo de infância que consertou meu blog também viajou para São Paulo. Ele foi fazer outro curso em outro bairro, ficou em outro hotel, mas a afliceta por sair é tanta que ele se prontificou a pagar o táxi de volta pro meu hotel só pra gente cair na balada, como se fala naquela estranha cidade ao sul do país (apud Xexéo).
- Ih, vai me bancar, é? Tu num me come... (Como diz outro cálega de trabalho, eu sou uma lady) - Num tô te sustentando. Eu só quero tua companhia.
Ah, é assim, né? Você só que me usar e jogar fora, né? Ingrato... Canalha... Só quer saber de me ter como companhia inocente e divertida a noite toda. Eu não sou mulher disso, não, entendeu? Ou você me come ou nada feito!
Míssel Enquanto travo a conversa non sense com o SUD físico jogador de volleyball, vou compartilhando-a-a com Vicente “Narizinho, Narizinho/Sonha, sonha/Com anjinhos/Uma fada brasileira/De afagos e carinhos” (Como vocês sabem, Vicente retocou o nariz. Este menino é a Ângela Bismark de calças. Está freak por um bisturi.).
Vicente, que não pode rir porque o nariz com fio de ouro (ele deu uma arrebitadinha e fechou um pouco as asas) repuxa, diz:
Surpresa no MSN Acabei de entrar no MSN e um maluquinho que já no nick se identifica como físico e que não está na minha lista puxa conversa. Ele pergunta de onde nos conhecemos.
- Eu não te conheço. Você não está na minha lista. - É que tinha tanta gente na missão... Não lembro de todo mundo...
Missão? Que missão? O cara é físico. Será que ele estava com o astrochato brasileiro?
- Você é SUD?
Onde eu estou? É bonito aqui?
Ele explica:
- SUD é uma sigla para membro da Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias.
Agora, tudo faz sentido! A missão é evangélica! Meu Pai Celestamine! Como meu contato foi parar na lista de um missionário evangélico e físico??? Ah, sim... Claro que sou. Tenho toda pinta de SUD...
Ele é brasileiro e não desiste nunca:
- Você trabalha com volleyball?
“Volleyball”? Acho que não...
Ainda bem que ele pára de tentar me “reconhecer”. E como bom SUD, me deseja que eu seja muito feliz. Praise the Lord! Alleluia!
C'è gente che ha avuto mille cose Tutto il bene, tutto il male del mondo Io ho avuto solo te E non ti perderò Non ti lascerò Per cercare nuove aventure C'è gente che ama mille cose E si perde per le strade del mondo Io che amo solo te Io mi fermerò E ti regalerò Quel che resta della mia gioventú
Io che amo solo te Io mi fermerò E ti regalerò Quel che resta della mia gioventú
Io che amo solo te - Sergio Endrigo*
Sei lá... Acho que é banzo...**
* Antes que taquem pedra: não falo italiano, portanto não sei se a letra está correta. Só sei que a música é linda.
**Atualização do post: falei que era banzo, mas não expliquei. Esta música faz parte da minha infância. Minha mãe adora ela. Eu a ouvi ontem lindamente cantada (sussurrada?)pelo Matheus Nachtgale (o bichinho é feio, mas é interessante que só) num programa de TV. Sozinha num quarto de hotel da fria São Paulo e com caipirinha de saquê na idéia não podia dar outra coisa, né? Banzo!
Tuninha me escreveu pra contar que viu o mesmo programa e tb adora a música. Tb foi trilha sonora da infância dela.
Todo castigo pra corno é pouco Então, tá, né? Amanhã eu vou pegar o vôo das 6h45 pra São Paulo e estamos no horário de verão. Ou seja, acordarei às 5h, mas serão 4h da manhã. Eu mereço, eu mereço...
Tudo resolvido. Ou quase tudo. Meu mais novo amigo de infância resolveu os problemas dos arquivos pra mim. Muito intiligenti, esse menino! É o orgulho da família! Ainda bem que é meu amigo.
Histórias de Larinha Como já falei, Larinha adora fotografar. Teve a festa de Dia das Bruxas na escola e ela levou sua máquina. Hoje ligou pra mãe pra saber se o filme já tinha sido revelado. Mãe relapsa ainda não tinha revelado as fotos, mas atendeu de pronto. As fotos não sairam. Falta de luz. A câmera é daquelas de criança mesmo, sem flash. Como Larinha tirou as fotos dentro da sala de aula, não teve luz suficiente. Ela vai ficar muito puta quando souber. Aí, vai emendar na cantilena de que quer uma máquina digital. Mas nem adianta: nem meu computador, nem o mãe dela tem entrada pra máquina (sim, nossas máquinas são velhas). Ela vai ter que se conformar com sua Câmera da Xuxa (ou qualquer coisa que o valha).
*** Outro sonho de consumo de Larinha é um “MP3 Player”, como ela faz questão de dizer. Um dia ela pegou o do pai emprestado com várias trilhas sonoras de desenho animado. Adorou. Mas vai ficar na vontade. Esses mimos só depois que trocarmos nossos computadores.
Relatividade No trabalho, um cálega me enchia o saco. Mandei ele dar meia hora de bunda e parar de me importunar. Outro cálega ouviu e se apiedou do rapaz.
- Ah, meia hora passa rapidinho, disse. - Nããão. Dando a bunda deve ser uma eternidade.
Apelo aos céus Que Nossa Senhora dos Cabelos Compridos proteja minhas melenas negras! Ontem fui ao salão alisar a peruca e fiquei tentada a cortá-la beeeeeeeeeem curtinha porque vi vários cortes maneiríssimos.
É hoje só. Amanhã não tem mais. Terminou hoje, com um big almoço no Jockey Ckub, minha agenda social de festas. Até o final do ano, que eu me lembre, só tem a festa de Larinha, dia 2 de dezembro. Vou poder voltar a sair com os amigos e gastar dinheiro em outras coisas que não roupa, sapato e bolsa de festa.
Por que ninguém pensou nisso ainda? Toda mulher, depois que faz as unhas, deveria ganhar de brinde do salão um homem para dirigir seu carro. Se sem o empecilho da unha molhada eu já não sou nenhum às do volante, imagina com a unha pronta pra borrar numa troca de marcha? Ainda bem que o salão é perto.
Help me Gente, eu fiz uma merda bunita e consegui, sabe Deus como, detonar o layout do blog. Queimei a mufa pra conseguir colocar os posts deste mês de novo no ar, mas os posts do arquivo sumiram. Os comentários tb estão fora do ar, embora a tag esteja lá, certinha.
Será que algum leitor/leitora esperto/a, inteligente e sagaz pode me ajudar? Aguardo emails.
Porque me ufano de Nelson Rodrigues "Tudo passa, menos a adúltera. Nos botecos e nos velórios, na esquina e nas farmácias, há sempre alguém falando nas senhores que traem. O amor bem-sucedido não interessa a ninguém."
"Ou a mulher é fria ou morde. Sem dentada não há amor possível."
"O marido não deve ser o último a saber. O marido não deve saber nunca."
"Todo ginecologista devia ser casto. O ginecologista devia andar de batina, sandálias e coroinha na cabeça. Como um são Francisco de Assis, com a luva de borracha e um passarinho em cada ombro." (Sensacional. Eu queria ter dito isso.)
"Os magros só deviam amar vestidos, e nunca no claro."
"O cardiologista não tem, como o analista, dez anos para curar o doente. Ou melhor: — dez anos para não curar. Não há no enfarte a paciência das neuroses. " (Lembrei de você, Aloysio!)
"Nunca a mulher foi menos amada do que em nossos dias." (Essa serve pro HTP)
"Enquanto um sábio negro não puder ser nosso embaixador em Paris, nós seremos o pré-Brasil."
"Só há uma tosse admissível: — a nossa." (Gargalhei lendo isso. É a mais pura verdade.)
"Todo tímido é candidato a um crime sexual."
"Falta ao virtuoso a feérica, a irisada, a multicolorida variedade do vigarista."
Porque me ufano de Dalton Trevisan Se você não me agarrar todinha aqui agora mesmo Só me resta morrer
estou certa perdidamente certa se não me der uns bofetões estalados não morder meus lábios não me xingar de puta já hei de morrer
te peço te suplico meu macho meu rei meu cafetão eu faço tudo o que você mandar até o que a putinha da rua tem vergonha
eu fico toda nua de joelho descabelada na tua cama eu fico bem rampeira ao gazeio da tua flauta de mel eu fico toda louca aos golpes certeiros do teu ferrão de fogo ereto duro mortal
se não me crucificar entre beijos orgasmos tabefes ganidos só me cabe morrer minha morte é fatal de sete mortes morrida mortinha de amor é Sulamita
As maravilhas da internet Eu até tinha o que fazer no “seuviço” – estudar sobre o trabalho que eu vou desenvolver – mas tenho feito isso desde o dia 16 e hoje resolvi relaxar dando uns bordejos na internet para ler meus autores de literatura erótica* (sacana, rampeira, baixa, sórdida) favoritos: Dalton Trevisan e Nelson Rodrigues. Queria escrever como eles. Queria saber usar os adjetivos como Nelson Rodrigues. Saber falar da podridão oculta em todos nós como ele. Queria escrever sacanagem descaradamente como Dalton Trevisan. Queria não ter pudor, como ele.
* Nelson Rodrigues não é necessariamente literatura erótica, mas vocês entenderam, né?
Histórias de Larinha Ela adora fotografar e mãe dela sempre libera a máquina pra ela fazer algumas fotos. Ao ver as fotos reveladas (sim, ainda usamos filme. Em breve seremos os únicos clientes de filme fotográfico da Kodak), a mãe comentou com ela.
- Larinha, as fotos ficaram ótimas! Você é uma fotógrafa, filha! - Amadora, mãe.
Atenção passageiros do vôo 1697... No meio dessa confusão nos aeroportos, eu tive que ir pra Salvador a trabalho. Como meu santo é fortíssimo, eu não sofri grandes esperas. Na ida, no dia 31, no vôo das 7h, a decolagem atrasou somente 15 minutos. Na volta, marcada para hoje às 12h20, o avião saiu do solo depois das 15h, mas pelo menos eu sabia disso desde o check-in, não fiquei no suspense. Semana que vem vou pra São Paulo. Mais emoções me aguardam.
Os presentes Ganhei muito presente maneiro, mas o mais legal foi o que minha irmã me deu: ela gravou CDs com as músicas que eu gosto para eu dar pros convidados como lembrança da festa. Ela ainda se deu ao trabalho de fazer um “selo” pra colar em cada CD com um foto minha (Luxus!) e colocou os CDs em caixinhas de plástico. Quando eu crescer quero ser caprichosa assim.
É hoje o dia Da alegria E a tristeza Nem pode pensar e chegar
Diga, espelho meu Se há na avenida Alguém mais feliz que eu
A idade aí ao lado mudou dia 28, mas só hoje tive tempo de atualizar o blog. Ana Paula 3.0. Reuní parentes e amigos para um pagodão com feijoada. Fiz uma festa suburbana. De raiz, como disse um amigo. Do jeito que eu queria. Perto da linha do trem – Estação Engenho de Dentro - e com uma mangueira dando sombra no jardim do salão. “As criança tudo correndo” e brincando soltas no parquinho. O pagode foi o clássico “de mesa”, levado por negões que entendiam absolutamente tudo de samba, regado a muita cerveja, caipirinha e batida. Tinha desde amiga de infância até meus mais recentes amigos. Tinha a parentada toda e o clima lembrava as festas da minha infância, no Valqueire, quando se batucava na tampa do isopor das bebidas, o prato e o garfo viravam um tamborim e o estandarte era um pano de chão preso num rodo. Foi maravilhoso.