Secreções e afins Ontem saiu uma reportagem sobre retiro iogue na Revista O Globo. Ficar em silêncio durante dez dias (com exceção das palestras, quando era permitido fazer perguntas) não me apetece nem um pouco, mas confesso que salivei com o ritual de purificação. Não fosse o fato de ser feito às 4h30 da manhã, eu ia adorar vomitar gosma em jejum, lavar minhas narinas até expelir bastante muco e fazer – a cereja do bolo – enema! Sou louca por enema! Enema é simplesmente introduzir uns 2 litros de líquido (não sei se é só água) no cu e esperar pela revolução que isso causa lá dentro. E nem precisa esperar tanto: a reação é quase imediata e você põe pra fora tudo que, literalmente, te enfezava. Espero um dia gozar do prazer desta sensação.
Vocês vão achar que eu sou maluca, mas lembro perfeitamente do alívio que senti quando tive um furúnculo enorme nas costas e minha irmã (uma carniceira! Ela, sim, gosta da secreção dos outros.) conseguiu espremê-lo. Como foi bom sentir aquele peso saindo das minhas costas!
Gosto também de tirar o excesso de pele dos pés. Vou ao podólogo todo mês e fico fascinada com quantidade de pele que fica na bandeja dele. Aquilo tudo saiu de mim!
Limpeza de pele é um sofrimento quase insuportável, mas o resultado é maravilhoso! Saber-me livre de todos aqueles cravos faz meus olhinhos brilharem.
Eu não tenho o menor nojo de secreções e afins. Das minhas, que fiquei claro. Adoro quando elas saem de mim. Me sinto leve. Detesto a sensação de entupimento, seja de nariz ou de intestino. Acho que como sou uma pessoa muito fechada, tenho tendência a acumular emoções e me sinto aliviada quando consigo colocá-las para fora, nem que seja em forma de sebo, pus, catarro ou merda.
Ó Deus onipotente Que nos protegeis Pelos méritos e as bênçãos De São Jorge. Fazei que este grande mártir Com sua couraça, Sua espada E seu escudo Que representam a fé, A esperança E a inteligência, Ilumine os nossos caminhos Fortaleça o nosso ânimo Nas lutas da vida. Dê firmeza À nossa vontade Contra as tramas do maligno Para que, Vencendo na terra Como São Jorge venceu, Possamos triunfar no céu convosco E participar Das eternas alegrias. Amém!
Alfreeeeeedoooooo!!!! Para mim, consumir fica cada dia mais difícil. Pelo menos, consumir conscientemente, com o mínimo de responsabilidade no uso do dinheiro. Você vai comprar um celular e existem trocentas operadoras que oferecem zilhões de planos e aparelhos diferentes. Você vai comprar um computador e tem que prestar atenção que o processador de um é melhor, mas em compensação esse tem pouca memória. As diferenças são tantas e tão sutis que fica até difícil compreender as vantagens e desvantagens de cada um e escolher o melhor para o seu caso. Até papel higiênico é difícil de comprar! Eu fico tonta em frente à gôndola com dezenas de marcas e modelos diferentes: tem folha simples, dupla, tripla, com e sem perfume (diversos perfumes!), com desenho, sem desenho, colorido ou branco, com rolos de 20, 30 ou 60m, em embalagem de 4, 8 ou 16 rolos! Gente, é diversificação demais pra limpar a bunda!
Como eu sou uma pessoa acomodada e detesto ter trabalho eu acabo consumindo menos para evitar a fadiga. Quando tive que trocar de celular, só o fiz quando minha relação com a Claro estava insustentável e ainda assim foi um amigo quem fez as contas para saber qual plano de que operadora seria o ideal pra mim. Demorei meses pra escolher um computador e acabei optando por comprar um que nem era top de linha, mas atendia minhas necessidades básicas e já vinha pronto, só faltando plugar os cabos, nada mais. Mas infelizmente, papel higiênico tenho que comprar de 15 em 15 dias. Para tornar a tarefa menos extenuante, considero somente duas marcas que têm qualidade semelhante e vejo qual está mais em conta no momento. Mas até chegar a este método foram semanas usando papel deflorador ou tão fino que parecia lenço de papel. Ai que saudade do tempo que tinha só que escolher entre o papel branco e o rosa!
O padre voador O que dizer do padre que alçou vôo amarrado a mil balões de festa sem saber sequer usar o GPS que tinha em mãos e que sumiu no meio do mar?
Melhor não dizer nada ou eu vou arder muuuuito no mármore do inferno.
O melhor da cor-de-corno Depois do desespero de Elis Regina em Atrás da porta, seguimos com a calma e a lucidez de Chico Buarque cantando Trocando em miúdos, dele e Francis Hime.
É a hora de separar o que fica com quem (Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim?/ O resto é seu) e aproveitar para dar uma alfinetadazinha porque ninguém é de ferro (Aceite uma ajuda do seu futuro amor/Pro aluguel), mas sem descer do salto (Mas devo dizer que não vou lhe dar/ O enorme prazer de me ver chorar).
Os versos finais sempre resumiram pra mim o que deve ser uma separação: Eu bato o portão sem fazer alarde Eu levo a carteira de identidade Uma saideira, muita saudade E a leve impressão de que já vou tarde
O melhor da dor-de-corno Quem já teve sabe como dói; quem nunca teve, um dia terá. É universal, unissex e para todas as idades. Quando bate aquela dor-de-cotovelo, o melhor é senti-la em sua plenitude. Com uma boa música de fossa, uma bebida forte e um cigarro você está pronto pra chafurdar na lama. Pegue a caixa de lenços de papel e mantenha-se longe de objetos cortantes.
Elis Regina interpretando Atrás da porta, de Chico Buarque.
Sorte? Quinta a professora de alogamento faltou e quem deu aula foi o professor-anão-gostoso ou o meio-quilo de carne morena e barba por fazer mais cobiçado da sala de musculação! Vocês tinham que ver aquela gracinha “soltando o quadril” (leia-se rebolando gostoso e bem devagarinho). Eu tive que pensar em coisas broxantes como uma máquina de costura ou um retrato de Dom Pedro pra não babar.
Minha felicidade ao entrar na sala e vê-lo no lugar da profa só não foi completa porque imediatamente lembrei que minha calça estava furada. Isso mesmo. No dia em que eu teria o enooooooooorme prazer de ter aula com aquela coisinha fofa, não poderia dar o melhor de mim, se é que vocês me entendem, porque minha calça estava furada bem lá, no fiofó. E, como eu sou uma garota de muuuuita sorte, eu estava de calça preta e calcinha... rosa. Brejeiro, como diz uma amiga poeta cearense.
Bom, mas aí o que eu, garota esperta, fiz? Fui láááá pro cantão da sala pra ninguém ver minha nesga da minha bunda impunemente. Como naquele dia eu estava cagada de urubu, o professor resolveu fazer os exercícios em rotação, ou seja, a gente começava de frente pro espelho e, a cada exercício, girava até voltar novamente de frente para o espelho. Então, eu pensei que ia ficar de costas pros colchonetes, mas de repente estava com o bundão virado pro calega de trás, depois pro espelho, depois da calega do outro lado e de volta aos colchonetes. Em um raio de 360º todos viram minha bunda! Ô que sorte!
Histórias de Larinha Lara tem uma colega que atende pelo nome de Macarena. Lara só se refere à menina como MACACArena. Pois outro dia estava contando pra mãe que Macarena (ou Macacarena) lhe emprestou os óculos de mergulho pra ela brincar na piscina.
– Era de quando ela fazia nado sincronizado – e fez aquele sinal de aspas com as mãos para completar a frase – “para macacos”.
*** A mãe estava penteando os cabelos nada embaraçados de Lara sem muita paciência, quando ela, de saco cheio de tanto puxão de cabelo, soltou:
– Calma que o bicho tá vivo!
*** Estava tocando It´s rainng man e Lara comentou com a mãe:
– Mas só tem que chover homem bonito, né, mãe?
*** O pai de uma colega de turma da Lara ligou pra minha irmã e disse que a filha dele tinha contado que na escola Lara perguntou pros meninos: “Vamos fazer sexo?”. Minha irmã não teve jeito a não ser ir conversar com Lara.
– Lara, a L.C. contou pro pai que você falou “vamos fazer sexo?” para os meninos na escola. – Humpf! A L.C. é uma fofoqueira. – Fofoqueira, não. Ela só contou pro pai o que aconteceu na escola. – Mas o que se passa na escola não se deve contar em casa. – Lara, eu quero saber se você falou ou não falou isso. – Falei, mãe. – E falou pra quem? – Ah, pros meninos. – Mas pra qual? – Pra todos. (Não, Larinha, tem que ser seletiva...) – E o que eles falaram? – Nada. (HAHAHA Acostume-se, filha.) – Mas você sabe o que é fazer sexo? – Não, mãe. Eu falei de brincadeira. (Ainda bem.)
Reclamona, eu???? Os dois emails que eu mandei sobre o PERMITIDO FUMAR no Teatro Odisséia – para a coluna Programa Furado da Revista Rio Show e para a coluna Cartas da Revista O Globo – foram publicados. Aí eu liguei sexta pro Raul e ele:
– Vi uma coisa que você escreveu no jornal.
Cara, ele nem sabia que eu tinha mandado email prO Globo!
Histórias de Ursulão Minha irmã levou o carro no eletricista e ele:
– Você é filha do “Seu” Osíris*, né? – Não, sou filha do Ursulão. – Era dele mesmo que eu estava falando. É que eu nunca guardei o nome dele e o chamava de Osíris e ele atendia.
* Nome de um primo meu que apresentou meu pai ao eletricista.